Gostei muito do post "Vale a pena criar conteúdo multimídia?" no Peixe Fresco. Este assunto de RP 2.0 é um tema constantemente conversado nos fóruns de comunicação e ainda soa um ponto de interrogação pra mim. Sugiro você ler o post no Peixe Fresco antes de seguir em frente.
Minha questão é: até que ponto vale a pena as empresas criarem conteúdo multimídia para os jornalistas? Concordo integralmente quando Rodrigo (no Peixe Fresco) escreveu que é preciso pensar na efetividade da mensagem e que o conteúdo multimídia traz infinitos recursos versus o tradicional release de cinco parágrafos. Também é evidente que produzir este tipo de conteúdo é muito trabalhoso e consome tempo, ou seja, é caro. A minha grande dúvida é se os jornalistas realmente querem e valorizam isso.
Eu já participei de algumas experiências de RP 2.0, até publiquei um post chamado "RP 2.0 - Uma experiência de jornalismo multimídia" que recomendo a leitura. Publiquei este post há um ano e ele continua atual. Tudo que escrevi continua valendo.
Minha percepção é que os jornalistas querem receber 3 coisas das empresas:
1- um material curto e objetivo que permita a análise da pauta de forma rápida e clara;
2- que a informação seja "direto ao ponto", com substância, ou seja: fatos, dados e bons porta-vozes;
3- que o conteúdo seja exclusivo.
Podemos escrever os mesmos pontos acima de outra forma:
1- Tempo para decisão - o jornalista quer um material objetivo para decidir rapidamente se vale a pena investir na pauta;
2- Substância - o jornalista precisa saber se a pauta é substanciosa;
3- Exclusividade - o jornalista quer saber se vai ter acesso a algo exclusivo, diferenciado.
Agora responda a pergunta do Peixe Fresco: Vale a pena criar conteúdo multímidia? Será que o conteúdo multimídia endereça estes três pontos? Eu não tenho uma resposta mágica. Diria que as vezes sim e outras vezes não. Pense nos 3 pontos que escrevi, especialmente a questão da exclusividade. E considere que os jornalistas nunca foram tão bombardeados de informação como agora, ela vem de todos os lados. Considere também que os jornalistas sempre reclamam da falta de tempo, e quando ele aparece, ele é curto. Enfim, em tempos de internet, o "timing" correto e o conteúdo exclusivo são cada vez mais raros.
3 comentários:
Oi, Mauro!
Nem precisa aprovar esse comentário, mas o dono do "Peixe Fresco", e quem escreveu o post que você cita aqui, foi o Rodrigo Van Kampen, não um 'Bruno'.
:)
Abs!
Puxa, Daniela. Que vergonha esta minha falha. Obrigado pelo alerta. Acho que já estou ficando gagá mesmo. Como posso ter feito esta falha? Acho que tenho uma explicação. Eu escrevi este post na virada do ano, quando o teor alcoólico no sangue recomendava o contrário. Mas, enfim, obrigado pelo alerta simpático. Agora me resta pedir desculpas. de joelhos, ao Rodrigo. Abraços e obrigado por visitar o blog. Mauro.
Mauro, muito pertinente seu post. O Rodrigo, vulgo "Peixe" (devido ao Peixe Fresco) trabalha conosco e, dentre outras coisas, ele nos apoia dentro da implementação do PR 2.0 na RMA. Eu gostaria de acrescentar algumas observações às suas e às do Peixe. O conteúdo multimedia não deve ser colocado num press release como um enfeite, como uma cosmética, mas sim com o sentido de contextualizar a matéria que queremos vender para a mídia. Se quem busca vender uma pauta não conseguir contextualizar, o jornalista o fará por sua própria conta, e não necessariamente da forma como nós ou nosso cliente desejariamos. O que quer que seja attachado, ou linkado, ao um PR deve ter sempre o objetivo de auxiliar o jornalista na contextualização desejada. Essa é minha opinião, que expresso mais detalhadamente em http://migre.me/heaE
abs
Augusto Pinto
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