quarta-feira, 27 de março de 2013

O meu colega não quer nada e me faz trabalhar por ele


Dias atrás tomei conhecimento de um estudo publicado pela VitalSmarts que concluiu que:

25% dos trabalhadores trabalham entre 4 e 6 horas adicionais por semana para cobrir as tarefas de colegas que não cumprem prazos.
80% dos trabalhadores dizem que a qualidade do trabalho cai quando eles têm que trabalhar pelo colega.
93% dos entrevistados disseram que conhecem, pelo menos, um trabalhador preguiçoso que não faz o trabalho esperado.

O estudo foi feito nos EUA através de uma pesquisa online que alcançou 549 trabalhadores. Acredito que o resultado não seria muito diferente no Brasil.

A primeira reação é pensar que o chefe não está fazendo o seu trabalho e não conhece o time que lidera, mas não é tão simples assim. Atualmente, muitos gerentes coordenam times grandes e têm dificuldade de acompanhar o trabalho de todos, outros não estão fisicamente ao lado de toda equipe, são muitas situações que contribuem para essa situação.

O estudo mostrou que apenas 10% dos trabalhadores fazem alguma coisa para "dedurar" os colegas preguiçosos. E cita 5 razões pelo qual as pessoas ficam caladas:
  • Elas não acreditam que ao falar farão alguma diferença;
  • Elas não querem prejudicar os relacionamentos no trabalho;
  • Não é tarefa delas fazer isso;
  • Elas temem retaliação;
  • Elas não sabem como abordar a conversa.

Tal silêncio negligente cria uma sensação de impotência, de que não existe responsável e de que "a vida é a assim mesmo". Obviamente que tal cenário afeta a produtividade e os resultados da equipe e da empresa. Então? O que fazer? Se ficarmos calados estaremos incentivando e alimentando tal comportamento, além de continuarmos sobrecarregados.

Joseph Grenny, autor do livro "Crucial Conversations", acredita que os trabalhadores deveriam procurar ter uma conversa franca com seus colegas preguiçosos, e dá 3 dicas:

Não seja crítico e não faça juízo de valor, afinal a pessoa que você considera preguiçosa pode não ter consciência do que está acontecendo. Converse com a pessoa com respeito. 

Endereçe o problema. Não empurre isso para o seu chefe, afinal o feedback a respeito do problema deve ser dado por quem mais está sendo afetado pelo colega preguiçoso: você.

Seja factual. Não seja hostil e não use um tom de acusação.

Compartilhe suas preocupações e esteja aberto para o feedback de seu colega. Na maioria das vezes, ele vai agradecê-lo pela sua transparência e objetividade. Uma conversa franca sempre ajuda. No mínimo, isso vai fazer você se sentir melhor e ficar com a consciência mais leve.




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quarta-feira, 20 de março de 2013

Por que ninguém comenta no meu blog ?

Tempos atrás eu citei no Twitter o post "10 reasons people aren't commenting on your blog". Naquela época, eu recebi um monte de retweets mostrando que o assunto interessa. Passado todo esse tempo, esta continua sendo uma pergunta frequente de blogueiros e colegas interessados em criar um blog. Existe uma certa paranoia de que blogs de sucesso são aqueles que recebem muitos comentários, o que pode até ser verdade, apesar que eu nunca tive uma preocupação grande com isso aqui no meu blog. Eu me preocupo em escrever conteúdo relevante, me posicionar pessoalmente sobre os temas, compartilhar algumas confidências e buscar discussões mais polêmicas. Acho que é isso que interessa quando alguém decide partir para um blog pessoal como o meu.


Comentários em blog? Eu tenho uma visão pessoal sobre isso. O primeiro ponto que surge é se a preocupação é maior com o número ou com a qualidade dos comentários. Isso pode fazer a diferença. No entanto, de forma geral, se você é blogueiro ou pensa em criar um blog de conteúdo relevante, acho que você deveria se preocupar com os seguintes pontos:

1- NÃO SEJA UM MERO REPRODUTOR DE CONTEÚDO
Apresente o seu ponto de vista. Você pode citar um determinado conteúdo, mas acrescente o seu pensamento e análise. Seja instigante. Uma dose de polêmica é sempre bem-vinda.

2- EVITE SER GENERALISTA OU SUPERFICIAL
Tente ser mais específico sobre o que escreve. Coloque alguma informação diferenciada ou exclusiva. Uma dose de profundidade é sempre desejável. 

3- NÃO SEJA CHATO
Escreva de forma bem pessoal. Pense numa conversa de bar tomando um chope. Vejo muito blogueiros escrevendo na terceira pessoa e de forma quase institucional. Isso não funciona e é muuuito chato. Os leitores conhecerão você e como pensa através da forma que escreve.

4- NÃO SEJA ASSERTIVO O TEMPO TODO
As pessoas querem conhecer a sua visão sobre determinado assunto, mas também gostam quando se deparam com perguntas sem respostas, incentivando que elas se posicionem e comentem a respeito. A blogosfera é um ótimo ambiente para debate e discussão, portanto provocar a troca de opiniões é sempre legal.

5- FAÇA REFERÊNCIAS
Um dos grandes lances de qualquer post em blogs é a capacidade de se inserir links (no meio do texto) para outros posts relevantes. Isso deve ser usado com frequência e vai dar ao leitor um conteúdo variado ao redor do tema. Incluir links para outros blogs também é muito desejável.

6- ESTABELEÇA UMA FREQUÊNCIA DE PUBLICAÇÃO
É muito interessante que os seguidores do blog tenham na cabeça a frequência de publicação de seus posts. Isso cria rotina e expectativa. Não é preciso que você publique todo os dias, mas pelo menos uma vez por semana é desejável.

7- TAMANHO NÃO É DOCUMENTO
Esta é uma pergunta constante: Qual deveria ser o tamanho típico de um post? Não existe resposta certa para isso. O correto é que o post tenha conteúdo relevante, seja objetivo e não encha linguiça. Tempo é algo precioso e o leitor vai procurar sempre os blogs de leitura rápida e objetiva. 

8- O PRIMEIRO PARÁGRAFO É O SEGREDO DE QUALQUER POST
É na leitura das primeiras linhas que os leitores decidirão se vão ler o post inteiro ou não. Portanto, capriche nas primeiras linha e dê uma boa ideia do tema a ser tratado. O primeiro parágrafo funciona como isca do post inteiro.

9- ENTRE NA CONVERSA
Se as pessoas postam comentários relevantes no blog, então estabeleça uma conversa com elas. Essa é uma ótima oportunidade de trocar percepções e experiências, além de conversar com pessoas que nem sempre você conhece.

10- COMENTE EM OUTROS BLOGS
Faça parte do mundo da blogosfera. Acesse outros blogs, publique seus comentários lá, conheça pessoas com pensamentos diversos dos seus, faça referência ao seu blog, ou seja, estabeleça uma rede de relacionamento. Esse é o conceito básico do mundo das redes sociais. Além disso, como bônus, você trará mais tráfego para o seu blog.

Os 10 pontos acima são coisas que aprendi nos meus anos de blogueiro. Existem muito mais recomendações, cada um tem que construir a sua própria experiência e aprendizado, afinal não existe uma fórmula mágica. Quer ver alguém com 10 dicas diferentes das minhas? Acesse AQUI esse post chamado "10 Dicas de sucesso para seu blog" que tem dicas que complementam as que apresentei acima.

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quarta-feira, 13 de março de 2013

Eu sou da geração XYZ

Gosto de escrever e comentar sobre gerações no ambiente de trabalho, portanto é comum as pessoas me perguntarem com qual geração em me identifico mais. Alguns me perguntam de qual geração eu me sinto parte. Eu sempre acho tais perguntas divertidas porque a geração, na verdade, não é algo propriamente ligado a idade do indivíduo, e sim ao seu comportamento, valores  e credos. Com base nesse conceito uma pessoa de 80 anos pode ter um espírito muito mais jovem e empreendedor do que um adolescente em seus primeiros anos de independência de trabalho.

Eu sempre respondo que eu sou da geração XYZ, ou seja, uma combinação de todas as gerações.

Eu nasci em 1960, portanto sou nativamente um Baby Boomer. Cresci respeitando a hierarquia, sendo incentivado a buscar o sucesso profissional na frente das outras coisas, vendo o dinheiro como símbolo do status na sociedade, o que me tornou um ser humano muito focado em prioridades. Isso é totalmente "Baby Boomer" :)  Mas tem mais.. sou da geração da TV (com todos no sofá da sala assistindo), vivi a ditadura no Brasil, fã alucinado do Pink Floyd e do Beatles, assisti o Raul Seixas fazendo sucesso com o "Maluco Beleza" e vibrei com o homem na Lua.

Confesso que muitas vezes me sinto como da geração X. Vivi o surgimento dos games (que saudade do Atari!!), assisti os hippies mas nunca fiz parte deles, tive uma vitrola portátil onde fazia as festas com meus amigos todo final de semana em casa, testemunhei o impeachment do Collor e vibrei muito com o movimento das Diretas Já. Senti na pele a hiperinflação e as diversas trocas de moedas no país, adoro a Rita Lee, Paralamos do Sucesso e Titãs. Conforme fui amadurecendo eu aprendi que o sucesso profissional não é tudo, e a busca de uma vida mais equilibrada passou a rondar as minhas decisões. Aos poucos incorporei características de X no meu coração Baby Boomer.

Vivi a chegada e a popularização do PC. Me tornei um ser digital, o que é totalmente geração Y. Mas não foi só isso. Mudei do walkman para um MP3 player, aprendi a gostar de música eletrônica, fui muitas vezes ao Rock in Rio, também aprendi a viver num país de moeda estável, que hoje é um dos BRICs. Curti os Mamonas Assassinas, vibrei com a entrada do Lula no poder mesmo não tendo votado nele, e ainda tenho na memória as cenas inesquecíveis de Ayrton Senna. Sou entusiasta da tecnologia e um ser plenamente conectado digitalmente. Tenho um blog há mais de 4 anos. Passei a ser uma pessoa mais questionadora e obstinada na busca do equilíbrio pessoal e profissional. Adoro colaboração, transparência e liberdade de expressão... e sempre carrego o meu celular comigo. Sou um Y :)

Nas minhas décadas de vida eu presenciei várias transformações e mudanças de paradigmas. Saí de um mundo fechado para um mundo aberto, de uma sociedade hierarquizada e controlada para uma nova sociedade aberta e livre, do conhecimento proprietário para um conhecimento colaborativo, da aparência para a autenticidade, da voz de poucos para a voz de muitos e do currículo impresso para o virtual. Vivemos uma época onde as coisas estão mais escancaradas e acessíveis. Conseguimos viajar pelo mundo sem sair de casa. Comunidades surgem e crescem num cenário impensável na década de 60. Eu passei por tudo isso e não somente sobrevivi, eu cresci, me desenvolvi e me adaptei... enfim, evoluí.   

Sou um ser que ainda usa relógio... mas estou sempre de celular ligado. Sou XYZ :)
 
Texto montado com base em artigo da revista Galileu - globo.com

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quarta-feira, 6 de março de 2013

Cancelei minha assinatura do jornal, e agora? Será que consigo viver sem isso?

Foi com muito pesar que eu cancelei dias atrás a assinatura do meu jornal impresso predileto nos últimos 20 anos. Confesso que fiz isso com medo de me arrepender, mas também confesso que tomei essa atitude por não aguentar mais ver jornais acumulados pela casa, ainda no saquinho de plástico reciclável verde. Juntava os jornais e no final de semana lá ia eu abrir os saquinhos e ler vários jornais ao mesmo tempo, um atrás do outro. Pelo menos os saquinhos eram úteis pois serviam para recolher o cocozinho do Zequinha, o cão de guarda da casa :)

A fato que me desesperou foi quando passei quase três semanas acumulando os jornais sem leitura. Como estava deixando a casa feia, peguei todos os saquinhos com os jornais e joguei na mala do carro: "Depois eu leio"... e nunca mais li. A foto aqui nesse post não me deixa mentir :)

Publiquei um post "Cancelei meu jornal" no Facebook e recebi mensagens encorajadoras. Eu não imaginava que ia encontrar amigos e colegas com a mesma dor. E, melhor, descobri que essa turma não se arrependeu e se sente muito bem informada. 

Alguns me disseram que vivem melhor desde que cortaram a leitura diária do jornal e até da TV. Optaram por uma espécie de "dieta" de informação. Um deles disse que cancelou há muitos anos as assinaturas de jornais e revistas, até as mensais. E, eventualmente, compra jornal no final de semana, quando sente vontade, e se permite variar com jornais locais e até de outros estados. Um amigo disse que o jornal impresso é feito "ontem", com notícias de "ante-ontem" para ser lido hoje. Ou seja, é notícia velha. Além disso, tudo parece ser muito repetido. Jornal Nacional, Jornal das Dez, Jornal da Band, Folha, Estadão, O Globo, Veja, Época, todos cobrem as mesmas notícias fazendo você ver e ler as mesmas coisas várias vezes. E, para piorar, o excesso de informação gera ansiedade e falta de foco no que é importante para a vida das pessoas. E ele terminou dizendo: "Informe-se duas vezes por semana que tá otimo. O resto o povo te conta no corredor".

Pensei em cancelar a assinatura impressa e partir para uma assinatura digital. Mas descobri que O Globo, ridiculamente, não tem a sua aplicação disponível para Android, somente para iPad. E eu uso um tablet Android. :(

Por fim, para fechar o post, compartilho um momento de intimidade: a foto da mala do meu carro com dezenas de saquinhos de jornal que fiquei para ler depois :)




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