quinta-feira, 30 de julho de 2009

Socorro! Não aguento mais tanta tecnologia!

Tenho que confessar que as vezes me sinto tragado pela tecnologia. Existe um “buraco negro” que suga tudo ao meu redor, todos os dias, todas as horas. Eu me sinto consumido por uma quantidade de trabalho sem fim, 24 horas por dia, 7 dias por semana. São os emails, é o blackberry, é a internet com fio e sem fio, é a tecnologia me envolvendo e não me deixando brechas para fazer outras coisas. Trabalhar numa empresa extremamente tecnológica e global não é fácil.

Também tenho que confessar que parte disso tudo é culpa minha. Toda essa tecnologia envolvente me coloca diante da internet o tempo todo, daí acabo usando os momentos disponíveis para continuar conectado na internet, muitas vezes navegando sem rumo, dispersivamente.

No final de julho, Cora Rónai, em sua coluna e blog publicou um post muito legal, chamado “Tempo, memória, cortesia: vítimas da informação?”. Eis um fragmento desse post especial: “Cada carta manuscrita se transformou em centenas de e-mails, cada fonte de informação multiplicou-se ao infinito e está a um clique de distância. Resultado: de pessoa cortês que enviava flores em todas as datas significativas e cartões bonitinhos escritos com letra até legível, virei um bípede sem dúvida bem informado, mas sempre em falta com suas obrigações elementares”. Eu me identifiquei profundamente com tudo que Cora escreveu. Acesse AQUI.

Por outro lado, os mais jovens são os nativos digitais. Eles não sabem viver sem tecnologia. Segunda uma pesquisa feita em 2009, em Hong Kong, com 1.800 jovens de 18 a 25 anos, um em cada sete diz não ver sentido na vida sem a internet. Essa pesquisa foi citada numa excelente matéria chamada "Estamos ficando escravos das máquinas?", publicada na revista Época. Acesse AQUI. A matéria comenta que o avanço tecnológico está alterando nosso comportamento e nosso modo de raciocinar. E faz uma previsão intrigante, citada por Nada Kakabadse, pesquisadora russa da Faculdade de Administração de Northampton, na Inglaterra: " Em 20 anos, haverá leis restringindo o uso abusivo de eletrônicos, como ocorre com o tabaco e as drogas".

Mas se você quer ler algo realmente especial, não deixe de ler um artigo muito legal de Ethevaldo Siqueira, chamado: “Não deixe que a tecnologia domine sua vida”. Acesse AQUI. Eu descobri esse artigo ao ler o livro, do autor, “Mundo Digital”. Ele fala a obviedade que nós esquecemos todos os dias. Se você está se sentindo ansioso, paranóico com a tecnologia e sempre com pressa, não deixe de ler o Ethevaldo. Ele vai ajudar a abrir seu olhos.

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Rede social capta e compartilha conhecimento disperso nas empresas

No dia 27/7, eu dei uma entrevista para Daniela Braun do IDG Now! Conversamos bastante sobre as vantagens da colaboração massiva e livre dentro das empresas via redes sociais. Falamos também a respeito da paranóia das empresas em controlar a informação e o imenso capital intelectual disperso que elas não exploram. A entrevista virou um podcast que foi publicada no dia seguinte. Acesse AQUI.

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terça-feira, 28 de julho de 2009

A geração Y e seus hábitos de consumo de mídia

Texto meu publicado no blog Foco em Gerações que reproduzo abaixo.

Analistas da Morgan Stanley da Europa convidaram Matthew Robson, um de seus estagiários, vindo de uma escola londrina, com 15 anos e sete meses de idade, para descrever os hábitos de uso de mídia dos jovens de sua geração. Essa descrição ficou tão boa que acabou virando um “paper”, publicado com pompas e circunstâncias no dia 10 de julho. E acabou bombando na web nos últimos dias (claro que a turma de press relations do Morgan Stanley ajudou um pouco, rsrsrs).

Muitos blogs deram destaque ao assunto. Para dar uma idéia, o Financial Times destacou o relatório em sua primeira página. O Morgan Stanley considerou o conteúdo como “um dos insights mais claros e mais geradores de reflexão que já vimos”. Salvo os exageros, acho que o reporte tem coisas interessantes sim. Acesse AQUI.

Ele confirma algumas percepções que temos, como por exemplo:

- a geração mais nova está cada vez mais consumindo mídia, mas não está disposta a pagar por ela. Portanto, não fale em conteúdo pago para essa turma pois ela não absorve muito bem essa proposta;

- A turma ainda vê TV, mas os jornais não estão sendo lidos. Ele afirma que nenhum jovem lê jornal regularmente. E cita que sua geração “não vai se dar ao trabalho de ler páginas e páginas de texto quando pode ver as notícias resumidas na internet ou na TV”.

Por outro lado, ele escreve algumas observações surpreendentes:

- Os adolescentes não usam o Twitter. Eles entram, experimentam um pouquinho e saem. A percepção é que ninguém tem paciência para atualizá-lo e, portanto, não vale a pena perder tempo com isso;

- Apesar dos jovens não terem o costume de ler regularmente os jornais pagos, eles lêem os jornais baratos e os gratuitos. E um dos motivos é o formato tablóide, que facilita e dá mais conforto para leitura dentro do metrô ou trem (nunca pensei que os jovens valorizariam isso)

Matthew diz que a juventude considera os pop ups e banners “extremamente chatos e sem sentido”. Ou seja, eles são desprezados por serem intrusivos. No entanto, a nova geração gosta do que chamamos de “marketing viral”, especialmente “pelo conteúdo interessante e bem humorado”. Diz ainda que os jovens são “muito relutantes” em pagar por música e muitos nunca compraram um CD. A maioria baixa músicas ilegalmente da internet. O reporte ainda cita o que é legal e o que não é.

O que é legal:
- qualquer coisa com “touch screen”;
- celulares com grande capacidade para armazenar música;
- dispositivos portáteis que possam se conectar a internet, como o iPhone;
- TVs de tela grande.

O que não é legal:
- qualquer coisa com fios;
- celulares com telas preto e branco;
- celulares tipo “tijolo”;
- dispositivos com baterias que duram menos de 10 horas.

Enfim, o relatório é interessante pois é o retrato do jovem de hoje, que já é um grande consumidor de mídia e que será o adulto ainda mais devorador de mídia num futuro muito breve, liderando as empresas e constituindo famílias.

É para ele que os profissionais de marketing e comunicação têm que trabalhar hoje. São eles que vão me aposentar… rsrsrsrs. É melhor começar a trabalhar para eles já.
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domingo, 26 de julho de 2009

O Novo Líder

A Época Negócios (EN), edição de maio/09, publicou um longa matéria de capa chamada "Como os Líderes decidem". Quem me chamou a atenção para esse artigo foi Vinicius Feher. O material é realmente excelente e recomendo para todos aqueles que se interessam e estudam o que é liderança empresarial. Acesse AQUI.

Recorrentemente, os livros e revistas acabam caindo na vala comum de usarem CEOs de grandes empresas como exemplos positivos ou negativos de liderança. Acho isso legal, válido, mas a verdadeira liderança é aquela existente nos diversos níveis dentro das empresas. É o chefe da divisão, é o gerente de um projeto que trabalha com um time multi-funcional ou um funcionário que absorve uma tarefa importante e estratégica para empresa e consegue movimentar/alinhar os parcos recursos disponíveis para fazer acontecer. Mas também é aquele que não lidera um projeto portentoso, mas que influencia e inspira as pessoas. Esses são os verdadeiros líderes e heróis dentro das empresas.

A matéria da EN gera alguns bons "insights", como por exemplo a citação de Jean-Marc Laouchez, consultor do Hay Group: "Nas empresas com equipes de liderança efetivas, a crise ajuda a potencializar o melhor de cada um, e do próprio time. Nas demais, infelizmente muitas, a crise exarceba as tensões e as divisões. Como consequência, o CEO enfrenta um dilema: ou ser mais autoritário, de forma a tomar rapidamente as decisões exigidas pelo contexto, ou ser mais dirigente, aproveitando as pressões externas para construir uma equipe mais coesa e colaborativa, assumindo possivelmente riscos de curto prazo".

De maneira simplista, eu vejo a liderança sob 3 prismas:

INSPIRAÇÃO
O verdadeiro líder é aquele que sabe equilibrar realidade e sonho. É aquele que sabe fazer as pessoas suspirarem, quando estão todos enterrados na realidade do dia a dia. É fazer as pessoas imaginarem uma situação ou ambiente diferente, ou melhor, fazer as pessoas buscarem a construção de uma realidade diferente. É motivar as pessoas a realizarem um sonho.

CAPACIDADE DE EXECUÇÃO
Eu falei que o líder é aquele que faz as pessoas sonharem, mas de nada vale sonhar se ele não apontar o caminho. O líder é aquele que sabe "como chegar lá". É saber transformar sonhos em metas factíveis, é transformar decisões em ações concretas, e ser obstinado em realizá-las, além de ter uma capacidade incrível de remover os obstáculos. É saber equilibrar o curto prazo com o longo prazo. O líder é um obstinado por resultados.

TRABALHO EM EQUIPE
O líder gosta de pessoas. É saber que as pessoas são diferentes, tem personalidades e aspirações distintas. É saber usar o melhor de cada um e que essa pluraridade é que cria uma equipe. É adorar compartilhar e dividir responsabilidades. É fazer com que todos andem na mesma direção, orientados pelo mesmo objetivo. É fazer com que cada um entenda como o seu trabalho cotidiano colabora para a realização das metas e dos sonhos. Enfim, é fazer do trabalho em equipe um mantra.

Um antigo executivo, com quem trabalhei, me disse uma coisa que eu nunca esqueci: "contrate gente melhor que você, gente que conhece o que você não domina". Esse é um dos conselhos que carrego comigo até hoje e é um paradigma para as pessoas que buscam desenvolver sua liderança. Saber conviver com essa ansiedade e ousadia, de ter pessoas melhores que você sob seu comando, ainda é um paradigma na cabeça de muitos gestores.

Mas se eu tivesse que resumir tudo isso numa única palavra, eu seguiria o que Jean Paul Jacob vem falando quando perguntam para ele a respeito do futuro. Eu acho que nesse caso o futuro e a liderança se convergem. A palavra é COLABORAÇÃO.

CO de fazer junto. LABOR de trabalho. AÇÃO de fazer já.

No mundo empresarial, são cada vez mais raros os sonhos solitários e individuais. É época dos sonhos coletivos. É época de colaboração.


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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Histórias do Pimentel: O blog do presidente

Pimentel, o presidente, chegou apressado procurando o Raul. Pimentel tinha acabado de sair de uma reunião com funcionários, cujo principal feedback foi que os funcionários gostariam de conversar mais com o presidente. Eles sentiam o presidente distante e falaram em blog.

Raul, o coordenador de comunicação da empresa, acabava de chegar de um evento externo. Pimentel foi logo ao assunto.

-- Olha só Raul. Temos que lançar um blog meu para os funcionários. Preciso conversar com eles. Vamos fazer assim. Você escreve os textos, sugerindo os assuntos, daí me manda por email e eu dou o ok. Vamos fazer assim?

-- Mas Pimentel, a gente tem que conversar antes...

-- Raul, não precisa não. Lá vem você com esse negócio de briefing. Você conhece bem a empresa e sabe o que os funcionários querem ouvir.

-- Mas Pimentel... como vamos responder os comentários? Vão aparecer alguns...

-- Você mesmo responde em meu nome. Só me procura se tiver algo muito grave, tá? Mas olha, tenta evitar ficar motivando os funcionários a ficarem mandando comentários, você vai acabar não dando conta. Pior vai ser se eles mandarem os emails diretamente prá mim. Tenta colocar isso no ar na semana que vem. Isso vai atender uma demanda dos funcionários. Vamos colocar a empresa na era da web 2.0.

A historia acima é uma ficção, mas devem ter casos desses por aí...

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quarta-feira, 22 de julho de 2009

1969: O mundo estava na Guerra Fria enquanto minha cabeça estava na Lua

Texto publicado no blog Foco em Gerações que reproduzo abaixo.

Lembro que há alguns anos, num treinamento gerencial, o instrutor pediu para que cada participante trouxesse consigo uma imagem que tivesse marcado a adolescência e que ainda continuasse na mente. A maioria levou fotos da família, da primeira namorada ou namorado, do cachorro e até da escola. Eu fui o único que levou a imagem da pegada do primeiro homem na Lua.

Eu tinha exatos 9 anos quando o Neil Armstrong pisou na Lua pela primeira vez. Aquilo parecia um sonho. Eu ficava olhando a Lua, tentando ver a silhueta do homem que naquele momento estava por lá. Passei parte da minha infância sonhando em ser astronauta, adorava brincar de foguete e estudava astronomia. Eu sabia de cor e salteado os nomes das luas de Saturno, os nomes das galáxias no céu e todas as missões lunares.

Nem passava pela minha cabeça que a corrida espacial não era algo somente idealista e desbravador. Era, na verdade, uma das frentes da intensa batalha política e militar entre americanos e soviéticos. O mundo estava na Guerra Fria enquanto minha cabeça estava na Lua. Meu interesse pelo assunto foi despertado quando li que a URSS tinha enviado, em 1957, o primeiro ser vivo para o espaço. Era a cadela Laika. Na minha imaginação, eu pensava numa cadela linda, entrando na aeronave espaçosa, com o rabo abanando de alegria e voltando do espaço, feliz, para o seu dono. Somente décadas depois é que fui descobrir que a Laika foi enviada pelos soviéticos para morrer no espaço. Ela embarcou numa cápsula super-apertada, numa viagem sem volta, já programada dessa maneira. Não foi acidente. Essa era a missão. Enfim, ela era uma mártir e eu não sabia.

Na minha cabeça de hoje, a pegada lunar é a imagem de um tempo onde eu sonhava. Sonhava com um mundo diferente, num futuro distante e quase inatingível. Depois que virei adulto, a vida e a dura realidade cuidaram para eu guardar essa imagem no fundo do baú da minha memória.

A imagem da pegada lunar voltou a tona nesse mês de julho, quando todas as mídias ainda comemoram os 40 anos da conquista da Lua. A foto da marca deixada pela bota de Armstrong inundou todos os jornais e me fez sonhar de novo, mas só um pouquinho, é verdade.

Tenho a impressão que a juventude dos dias de hoje sonha pouco. São menos idealistas e, talvez, mais tristes. Será mesmo? Quando sonham, o futuro sonhado é mais próximo e pragmático. É um futuro quase imediato. O mundo apressado, conectado, online, com abundância e acesso fácil à informação faz a gente não se desgrudar da realidade. Quando a gente começa a sonhar, aparece algum torpedo de SMS ou twitter para fazer a gente pousar de novo na Terra. Ou seja, o módulo lunar não decola rumo ao seu destino. No mundo atual, certamente eu não levaria décadas para saber que a Laika decolou rumo à sua morte. Talvez alguns minutos.

Na minha infância, eu brincava nos terrenos baldios, nas praças e nos parques. Era lá que encontrava meus amigos e falávamos da vida. Era sempre a mesma turma. Quase sempre jogando futebol com bola murcha e tênis velho, as vezes jogando bolinha de gude. Viajar era algo especial e, quase sempre, inesquecível.

A infância de hoje é repleta de tecnologia. Os orkuts e redes sociais são os terrenos nada baldios de hoje. Falamos com um número enorme de pessoas que não conhecemos e que, muitas vezes, são chamados de amigos após poucas horas de relação virtual. Joga-se games tecnológicos o tempo topo. E viajar… bem, viajar, é algo que fazemos quase todos os dias na internet. Estamos o tempo todo descobrindo o desconhecido na rede. O mundo perdeu suas fronteiras.

Por favor, não entendam mal. Eu não estou afirmando que o mundo de hoje é pior que antigamente. Longe disso. Acho que vivemos num mundo mais democrático e mais consciente de suas mazelas e desafios. Mas não posso deixar que senti, dias atrás, ao ver a imagem da pegada da lua, que o mundo está menos sonhador.




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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Jean Paul Jacob e o Futuro

Dias atrás eu escrevi um post especulando sobre o futuro do livro de papel. Recebi vários emails falando "isso e aquilo" de mim. As pessoas têm dificuldade de imaginar o livro fora do papel. Mas falar o sobre futuro e quebra de paradgimas é sempre divertido.

Para mostrar como o futuro vem a galope, convido você a ver a entrevista que Jô Soares fez com Jean Paul Jacob, pesquisador emérito da IBM, em 1996. Pouquíssimo tempo atrás, né? Somente 13 aninhos.

Divirta-se com JP e Jô conversando sobre futuro.
Logo no início, o Jô pergunta para JP o que web representa no mundo da informática. Depois JP fala em ferramenta de busca. Lembro que o Google só nasceu em 1998. Eles também conversam sobre o futuro do livro. JP fala sobre o impacto da internet na vida das pessoas, tentando adivinhar o que vai acontecer nos anos seguintes. Enfim, a internet como conhecemos hoje ainda estava nascendo, era apenas uma criancinha, há pouco mais de uma década. Assistir esse vídeo nos dias atuais parece estranho.

Prá terminar, convido você a retornar ao presente. Veja AQUI uma boa matéria, publicada no Estado de Minas Online, que resume uma palestra dada pelo mesmo Jean Paul num evento recente em Minas Gerais.





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sexta-feira, 17 de julho de 2009

O Google, os Jornais e a Propriedade Intelectual

Cada vez mais surgem discussões sobre a atuação do Google em relação à propriedade intelectual de conteúdo. As acusações são várias: venda de publicidade em cima do conteúdo produzido por diversas mídias (jornais, revistas, onlines, etc), publicação de conteúdo sem autorização, digitalização de livros sem autorização dos autores, etc, etc, etc. A discussão é sem fim e cada dia aparece uma nova.

A revista Época publicou uma interessante matéria chamada "O Google me roubou". Esta é para reflexão. O escritor americano Mark Helprin afirma que o Google digitalizou seus livros sem pedir licença. Vale ler AQUI e tirar suas conclusões.

Dias atrás, a European Publish Council, entidade formada por jornais e revistas da Europa, publicou uma declaração afirmando ser necessária uma nova forma de proteção para a propriedade intelectual, com o objetivo específico de salvaguardar o futuro do jornalismo. A mensagem tinha um alvo definido e claro: o Google. Veja AQUI.

O Google, em seu blog, dias depois, deu a resposta. Veja AQUI. O resumo do post deles é simples: os jornais tem a opção de ter suas páginas indexadas ou não pelas ferramentas do Google. O próprio post publica um código em HTML, para ser inserido nas páginas, com o objetivo de informar às ferramentas do Google que aquele conteúdo não deve ser indexado.

Se deseja ler mais detalhes do caso acima, acesse AQUI um post esclarecedor do EditorsWeBlog.

O tema não é simples e quase sempre descamba para discussões acaloradas. A verdade é que, ao mesmo tempo que cada um de nós entende que a preservação dos direitos autorais é importante, também desejamos que nossos conteúdos estejam disponíveis no Google News e em outras plataformas de busca da web. Esse é um conflito de difícil análise. A informação que tenho, não sei se ela está correta, é que a Folha SP é o único jornal brasileiro que não permite a indexação pelo Google. Ou seja, ao procurar uma notícia pelo Google, você vai receber de várias fontes diferentes, menos da Folha SP (foi isso que entendi da explicação que me deram).

Disponibilizar o acesso à informação é sinônimo de inclusão social, de novas oportunidades de negócios, de desenvolvimento econômico e "um senhor apoio" para a democracia. O desafio é como fazer isso, preservando a propriedade intelectual e mantendo o incentivo à produção de conteúdo relevante e diferenciado.

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

82% dizem que o livro de papel não vai desaparecer no futuro

The book is on the table.

Tenho que confessar que me surpreendi com a enquete onde perguntei se o livro de papel vai desaparecer no futuro. Quase 20% disseram SIM, que concordam que o livro de papel vai desaparecer. Esperava que o índice de SIMs fosse menor pois este assunto sempre desperta discussões apaixonadas, especialmente para nós, amantes e admiradores daquele cheirinho e daqueles montes de papel em cima da mesa.

O resultado da enquete, no momento em que publico esse post, é:
82 % dizem que o livro de papel NÃO vai desaparecer, enquanto 18% dizem que SIM.

Enfim, não se preocupe se você, leitor, faz parte do grupo que acha que o livro de papel não desaparece. Esse sentimento é normal, afinal você faz parte da maioria.

Você está com o mesmo sentimento que as pessoas tiveram no início do século, quando surgiram os automóveis e todos se locomoviam em belas carruagens e carroças puxadas por animais. Afinal, se dizia na época, que só mesmos loucos entrariam em carroças que funcionavam com motor a vapor e depois a explosão. Há qualquer momento tudo poderia voar pelos ares.

Também é o mesmo sentimento que alimentaram os fabricantes de balões e zepelins. Afinal ninguém voaria numa geringonça mais pesada que o ar. Transporte regular de passageiros por aviões mais pesados que o ar atravessando o oceano Atlântico? Esquece, isso é impossível, é uma lou-cu-ra.

E aqueles que riram com o invento da lâmpada de Edson? Era impossível imaginar a luz elétrica nas ruas e nas casas. Como poderia fazer a energia elétrica chegar nas casas em qualquer canto do mundo? Instalar usinas e depois distribuir a energia por cabos por todos os lados?? Que isso, tá louco? É muito mais fácil acender uma velinha... e ainda fica mais romântico.

E na década de 30 você acha que alguém acreditaria que a caneta esferográfica poderia substituir a elegante e onipresente caneta tinteiro?

E máquina de escrever mecânica que substituiu as cartas de próprio punho?? E que depois desapareceu tragado pelo PC??

Quando o PC surgiu ninguém acreditou que nossas vidas passariam a depender deles para estabelecer relacionamentos, pagar contas e até fazer compras. Quem vislumbrava esse futuro era chamado de sonhador. E olha que isso tudo aconteceu pouco tempo atrás, afinal a IBM tornou o PC comercial no início da década de 80. Ken Olsen, então fundador da antiga poderosa Digital Equipment Corporation, disse em 1977: “Não há razão para que qualquer pessoa queira ter um computador em sua casa".

Enfim, estamos falando de quebra de paradigmas.

Ok, ok. Não precisa ficar chateado com a minha insistente afirmação de que o livro de papel vai desaparecer. Afinal, eu até acredito que os livros de papel continuarão a existir no futuro, da mesma maneira que ainda existem hoje as carroças, as carruagens, os balões, a caneta tinteiro, a vela de cera, o chapéu, o cartão de ponto, o relógio cuco, o pincel de barba, etc.

Só não vale perguntar pela fita cassete de áudio, pela máquina de escrever e pelo telégrafo.
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domingo, 12 de julho de 2009

O livro de papel vai desaparecer. Só não vê quem não quer.

Quem me inspirou a escrever esse ponto de vista foi o post "O saudosismo e a tecnologia?" do O Cappuccino. Foi ele que me alertou para o vídeo da coluna Conecte do Jornal da Globo que fala sobre o livro eletrônico. O vídeo é realmente excelente.



A pergunta é:
Os livros de papel serão substituídos pelo livro eletrônico no futuro?


A minha resposta é:
Depende. Depende de posicionar o futuro na linha do tempo. Se estivermos falando de várias décadas prá frente, a minha resposta é fácil e simples: com certeza os livros de papel celulose desaparecerão e virarão peça de museu, bem como os jornais e revistas de papel.

Não fará mais sentido plantarmos árvores, construirmos grandes fábricas de papel e prejudicarmos o planeta para produção de livros que ficarão nas prateleiras e serão sub-utilizados. Sejamos sinceros, é isso mesmo que acontece. As pessoas tem dezenas e centenas de livros colocados nas estantes, empoeirados, com baixíssimo índice de leitura e compartilhamento de informação. As pessoas vão nas bancas e compram revistas que serão lidas por apenas duas ou três pessoas. Depois vai pro lixo. E o jornal? É um grande lixo que produzimos também todos os dias. Pegamos o jornal e só lemos uma pequena parte dele. O resto vai pro lixo ou é usado na limpeza residencial. Enfim, é um desperdício enooooorme.

É difícil imaginarmos um mundo futuro, mais inteligente e sustentável, derrubando árvores para serem transformadas em papel. Isso será coisa do passado nas próximas décadas. Esse consciência será despertada a galope. Pode crer. Como fala Jean Paul Jacob, o livro é "tinta sobre a árvore morta".

Mas, então, quando se dará a substituição dos velhos livros de papel por algum outro meio de distribuição da informação e leitura? A resposta para essa pergunta também é simples. Esse processo depende, apenas, de dois fatores básicos:
1- Conveniência
2- Renovação das gerações

CONVENIÊNCIA
O livro em papel será esquecido no momento que tivermos um dispositivo bem barato, muito leve, facilmente manipulável, de preferência flexível (que possa ser mais ou menos dobrado como um livro e revista), que possa cair no chão e não arranhar ou se danificar, que possa ficar ao tempo e até molhar, que possa anotar coisas (como fazemos com os livros impressos), que tenha uma bateria de altíssima duração que faça até a gente esquecer que ela existe, que possa ser transportado nas mãos com facilidade e que não precise de uma bolsa com almofada para protegê-lo dos impactos, que seja extremamente fácil para carregar qualquer conteúdo nele (rápido e fácil, sem fio, sem complicação, ou seja, o serviço de um provedor é condição básica) e que não seja alvo de ladrões. Enfim, parece difícil? Saiba que não. Já existe tecnologia para quase tudo isso. Até a tela flexível já existe. O desafio ainda é o custo e a montagem de um modelo de negócio que todos ganhem na cadeia (o fabricante do equipamento, o provedor do conteúdo e o consumidor). O Kindle da Amazon e o Reader da Sony são bons avanços, mas ainda estão longe da conveniência que citei acima. São dispositivos facilmente vencidos pelo papel.

RENOVAÇÃO DAS GERAÇÕES
Essa é a mais fácil e inevitável pois serão as gerações mais novas que farão a transformação. Os nossos filhos e netos não lêem mais livros, revistas e jornais como nós fazemos ainda hoje. Eles estão acostumados com o computador, com a tela, com a interatividade e com a instantaneidade. Não identificam valor em ter uma estante cheia de livros, CDs ou outras quinquilharias. Está havendo uma mudança: da posse para o acesso. Os jovens se importam mais em poder acessar a informação ou a música em qualquer lugar ou a qualquer momento. Não precisam tê-las. Ou seja, o negócio é ter um dispositivo eletrônico, portátil e fácil de usar, para acessar o que bem entender quanto quiser. Já a geração mais velha é aquela que gosta de possuir as coisas.

Enfim, no frigir dos ovos, tudo dependerá da conveniência. Só isso. Assim que esse dia chegar, os livros só continuarão existindo nas estantes dos colecionadores e entusiastas do papel ou em alguns nichos de mercado, que pagarão uma fortuna para comprar livros e edições limitadas. Serão vistos como exceção e conhecidos como aqueles que matam árvores para um mero benefício individual. Só ainda não imaginei como será a Flip de Paraty nessa época.

A ironia disso tudo é que o mundo vive e continuará vivendo um "boom" de produção de conteúdo interessante e relevante. Mais e mais livros surgirão, de modo explosivo. O ser humano continuará cada vez mais insaciável por conhecimento e aprendizado. E os livros serão parceiros importantes nisso. Mas não no papel...

Esse tal futuro que estamos conversando ainda vai demorar muito. O jornal O GLOBO fez uma enquete na semana passada com a seguinte pergunta: "Você gosta da ideia de passar a ler livros (e jornais) usando o Kindle?". Veja AQUI.
17% dos leitores não gostam da ideia de ler livros e jornais pelo Kindle, mas outros 25% gostam. A maioria, 58%, escolheu a terceira opção de resposta: não sabem o que é Kindle.
Em resumo, esse futuro ainda está distante. Até porque a experiência de leitura no Kindle ainda está longe do prazer e da conveniência de ter um livro nas mãos.

Quero pedir desculpas a todos que adoram livro impressos em papel como eu, tenho toneladas deles e adoro riscá-los e tê-los para consulta, mas esse cenário futuro é inevitável. Só não vê quem não quer.

Ah, pode existir uma esperança que mudará todo o cenário acima. Basta alguém inventar algo que substitua o papel produzido a partir da celulose, que não precise mais de árvores e que seja facilmente produzido e sustentável. Aí tudo pode mudar.

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sexta-feira, 10 de julho de 2009

A cartolina da Geração Y

Texto publicado no blog Foco em Gerações que reproduzo abaixo. Não conhece? Vale a pena fazer uma visitinha. Acesse AQUI e não deixe de dar uma boa "navegada".



A cartolina da Geração Y


Olhe como as novas tecnologias já invadem, mesmo que lentamente, as escolas e as universidades.

Meu filho estuda engenharia de produção na UFRJ. A professora de Economia Maura Montella pediu para a turma fazer um trabalho em vídeo sobre economia subterrânea, ou seja, e economia informal e ilegal. A turma se dividiu em grupos e cada um se virou para fazer o tal vídeo.

Este foi o trabalho do grupo dele. Isso tomou todo um domingo, mas ficou diferente e divertido. Mais do que economia, a professora deu um desafio de criatividade para a turma.

O trabalho foi feito com muuuuuuita criatividade e uma vontade enooooorme de fazer diferente. Ah, e teve mais algumas coisinhas: uma câmera fotográfica digital comum, algumas músicas em mp3, todos os legos que dei de presente para o meu filho há muito anos atrás… e que continuam lá, guardadinhos… mesmo ele tendo hoje 20 anos.

Os outros vídeos da turma podem ser vistos ao digitar Maura Montella na busca do Youtube.

Aqui vale alguns comentários. As novas tecnologias dão novas armas para a criatividade e dramatização. No entanto, um trabalho em grupo é sempre um trabalho em grupo. As pessoas tem que se reunir, trocar idéias, discutir conceitos e dividir tarefas.

Na minha geração, esse encontro provavelmente se daria na casa de alguém, teríamos alguns livros nas mãos e o material a ser apresentado acabaria sendo um ou mais cartazes com imagens coladas e textos escritos a mão ou impressos. Tudo muito bonito, com direito a florzinha no canto direito da cartolina (quem lembra da cartolina? Isso ainda existe? Sim. existe! Vá a uma escola e veja que elas ainda resistem ao tempo).

Já no trabalho do Bernardo, o pessoal se falou por uma rede social, por mensagens instantâneas e pelo celular. A idéia foi concebida através desses papos virtuais, bem como o roteiro e as mensagens principais. Depois se juntaram e se divertiram muuuito (vocês podem imaginar quanto) fazendo os takes da filmagem. Como passo final, já separados, alguém tratou de colar as imagens, editá-las, selecionar as músicas e acrescentar o som.

Enfim, apesar de separadas por algumas décadas, as duas gerações fizeram a mesma coisa. Se juntaram, conversaram, colaram imagens e foram criativos. Só mudou a cartolina…

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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Prometeus - A Revolução da Mídia

Em abril de 2009, eu publiquei um post chamado "A Arte de prever o Futuro". Nele eu comentei que o ser humano adora pensar e imaginar o futuro. Desde então eu tenho escrito vários posts sobre o futuro do jornalismo. Neste contexto, eu recomendo o vídeo abaixo que nos leva a uma viagem a respeito do futuro da mídia. É emblemático. Bruno Chaves da Invitro me enviou e confesso que rodei o filme, pelo menos, umas 5 vezes.

Vale a pena esclarecer que esse vídeo não é novo. Ele foi lançado em meados de 2007 e continua bem atual. O objetivo foi fazer um exercício de um possível futuro para o mundo da mídia, numa viagem dos dias de hoje até 2050. O nome do vídeo é "Prometeus - A revolução da mídia". Foi desenvolvido por uma consultoria italiana chamada Casaleggio Associates. Existem algumas previsões interessantes, como o Google adquirindo a Microsoft e a Amazon comprando o Yahoo. Enfim, boa viagem!


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domingo, 5 de julho de 2009

Quinze Coisas para Pensar antes de Lançar um Blog Corporativo

Conheço várias empresas que se lançaram no mundo dos blogs sem um planejamento adequado. Algumas delas não sabiam o que queriam ou não tinham um objetivo claramente estabelecido. Daí a coisa não funcionou e a frustração inibiu novas iniciativas no mundo da web 2.0.

Numa empresa como a IBM, onde existem milhares de blogs, internos e externos, eu vejo de tudo: blogs que dão certo, outros que não sobrevivem e alguns que pegam no tranco. Enfim, a experiência tem mostrado que existem passos iniciais importantes para um projeto de blog dar certo.

Recomendo que as empresas pensem nos pontos abaixo antes de lançarem um blog corporativo externo.

1- Defina o objetivo do blog
O blog vai servir prá que? Falar sobre mercado? Falar sobre responsabilidade social? Falar sobre tendências? Enfim, qual é o objetivo do blog? Normalmente o blog funciona bem para complementar algo que não está funcionando bem através dos canais usuais de comunicação da empresa. Ter um objetivo definido é importante para que o público alvo entenda a proposta do blog. Aliás, isso deve estar claramente explicitado, não adianta estabelecer um objetivo e não evidenciá-lo para os interessados no blog.

2- Defina o público-alvo
O blog é para falar com quem? Com os clientes? Com a sociedade em geral? Com os investidores? Isso é importante para definir o escopo e o estilo da conversa. Cada público tem um interesse e uma forma de interagir diferente. Conversar com seus clientes diretos é diferente de conversar com o grande público em geral, pois os interesses, linguagem e prioridades são diferentes.

3- Crie um design compatível com a sua marca
O blog tem que ser coerente com o perfil da marca da empresa. Ou seja, as cores, a linguagem, o design e o layout devem traduzir o estilo da empresa e o perfil do público alvo do blog. Já vi empresas que não se preocuparam com isso e criaram "templates" inadequados e conflitantes com o perfil empresarial. Por outro lado, evite usar um design muito sofisticado, entenda-se complexo, ou um blog carregado com seções e pastas. Isso deve ficar para o "site" institucional da empresa. O blog é uma sala de conversa, portanto pense nisso na hora de montar a sua sala. Além disso, um design simples e eficaz vai dar mais flexibilidade e agilidade para você atualizar o blog, bem como facilitar futuros testes e ajustes na ferramenta.

4- Esteja preparado para dialogar
Quando uma empresa lança um blog, significa que ela está pronta para dialogar. O blog não é meramente uma alternativa aos canais tradicionais de comunicação, como o site institucional. O blog é um diálogo com a sociedade. Portanto, esteja preparado para responder aos comentários, aceitar críticas e ironias. Não é legal lançar o blog para só postar coisas e não conversar com os visitantes. Aceitar e lidar com esse risco é um requisito fundamental para a credibilidade do blog.

5- Seja ágil
Estar disposto para dialogar não é suficiente. A empresa tem que criar um modelo de comunicação especial para o blog, que exige agilidade e leveza. Não dá para tratar o blog como um press release ou um comunicado institucional no site. Também não dá para pedir ao departamento jurídico rever cada post ou comentário-resposta que a empresa vai publicar. Enfim, a empresa tem que criar um modelo diferente de se comunicar ou então é melhor desistir da ideia de lançar um blog.

6- Concentre-se em conteúdo interessante e relevante
Com o objetivo e o público-alvo definidos, o próximo passo é concentrar o conteúdo em temas relevantes. Evite ser dispersivo. Procure falar de assuntos ou se aprofundar em temas que outros canais de comunicação da empresa não tocam. Sugiro que, antes de lançar o blog, a empresa defina claramente o escopo de assuntos que o blog vai tocar e aqueles que não vai cobrir, mesmo que os comentários e feedback forcem para um caminho diferente. Perseverar e manter o leme no objetivo traçado é condição para o sucesso do projeto.

7- Não complique. Desenvolva uma linguagem informal e pragmática
O blog, por natureza, é um veículo aberto e abrangente. Quanto mais simples e didática for sua linguagem, maior será o potencial de gerar interesse, tráfego e interação. Procure usar uma linguagem compatível com seu público alvo. Instigue as pessoas para participar do blog através de comentários. Isso só será conseguido através de uma linguagem leve e convidativa. Pense no blog como uma conversa num bar. Tem que ser leve, interessante e curta. Evite textos complicados, longos e burocráticos. Um blog não é uma prancheta para escrever comunicados frios e impessoais. Se seguir esse caminho você terá um único leitor: você mesmo.

8- Use e abuse dos recursos multimídia
Um blog deve ser divertido e interessante. Ele é um canal perfeito para veiculação de imagens e vídeo. Quem entra num blog espera por isso. Investir em recursos multimídia tornará o blog mais rico e aumentará o potencial de interesse dos visitantes. Existem empresas que lançam blogs e ficam só no texto corrido, ou sejam, usam apenas uma parte do potencial que um blog oferece.

9- Não seja arrogante ou dono da verdade
Blogs são arenas de conversação, ou seja, troca de ideias e pontos de vista. Portanto, saiba aceitar opiniões e comentários. Não basta dialogar, tem que ceder, elogiar os comentários que merecem ser elogiados, reconhecer os possíveis erros, aceitar opiniões contrárias às suas e receber positivamente as eventuais comparações com a concorrência. Uma abordagem humilde, de aprendizado constante, transmitirá para o visitante a imagem de uma empresa colaborativa e transparente.

10- Tenha uma assinatura pessoal
O mundo das mídias sociais foi concebido para o diálogo entre pessoas. É notório que pessoas desejam falar com pessoas, portanto eu recomendo colocar personagens de carne e osso assinando os posts e comentários. Não vejo problemas em blogs que têm vários colaboradores, aliás, eu acho que funciona muito bem. É importante que o leitor saiba com quem está falando. Blogs individuais (assinados por um único indivíduo) funcionam muito bem também, mas fique alerta para que o blog, via seus textos, pontos de vista e estilo, esteja em sintonia com o perfil de quem assina o blog. Já vi uma situação onde o sisudo executivo assinava um blog cujo estilo não tinha nada a ver com o perfil dele.

11- Defina uma cadência para atualização do blog
Estabeleça, desde o seu lançamento, uma frequência mínima de atualização do blog. Entenda que essa regularidade é importante e que você deve procurar sempre superá-la. Não existe uma cadência ideal, mas considere que um canal na internet exige dinamismo e interação constante. Neste contexto, um leitor de seu blog ao postar um comentário, terá a expectativa de ver uma resposta no mesmo dia ou, no máximo, no dia seguinte. Enfim, assumir um compromisso de tempo de atualização é fundamental. Ninguém visita um blog desatualizado e lento. Aliás, pesquisas mostram que blogs com atualização constante têm mais acessos do que outros mais "preguiçosos".

12- Aprenda com o blog
As mídias sociais formam um canal de relacionamento ainda muito novo. Portanto, esteja preparado para experimentação e ajustes. O aprendizado será contínuo e é esperado que você evolua o canal ao longo do tempo. Não tenha medo de dar um passo para frente e depois recuar. Nesse cenário, eu sugiro que você monte o blog da empresa via uma plataforma de blogs conhecida como o Blogger ou o Wordpress, que tem são ótimas referências, estáveis e investem constantemente em aprimoramentos.

13- Esteja pronto para uma crise
Numa possível crise empresarial, fique certo que o blog se tornará, naturalmente, um canal de diálogo importante com a sociedade e com todos aqueles afetados pela crise. Portanto, tenha um plano na gaveta para usá-lo em momentos de emergência. Eu entendendo que a maioria das empresas nunca parece estar preparada para a crise, mas afirmo que elas ocorrem e quem tem um plano na gaveta sempre tem uma maior chance de sobrevivência.

14- Como medir o sucesso do seu blog
Essa é uma das perguntas mais difíceis de responder. A resposta vai depender do objetivo do blog. Estude ferramentas como Technorati, Bloglines, FeedBurner, Google Analytics, Statcounter e algumas outras disponíveis na rede e de custo zero. Escolha, pelo menos, uma ou duas dessas ferramentas para medir o acesso (page views, acessos únicos, visitantes recorrentes, novos visitantes, etc), o número de blogs que "linkam" o seu blog, palavras mais pesquisadas, etc. Além disso, algumas delas permitem que os seus visitantes assinem o seu blog, fazendo com que suas atualizações sejam enviadas de forma automática para os interessados.

15- Tenha alguém dedicado ao blog
Um blog corporativo vai precisar de alguém para operacionalizá-lo, pode ser uma ou mais pessoas. É claro que o próprio escritor ou escritores do blog podem ser responsáveis também por operacionalizá-lo, mas nem sempre isso é possível. Se o blog der certo, pode ter certeza que não vai faltar trabalho. Pense em deslocar pessoas que hoje trabalham nos canais de comunicação da empresa para esse novo canal de relacionamento externo. Até porque, se tudo der certo, a tendência é que você diminua ou corte alguns canais externos e comece a dar mais ênfase e atenção ao blog. Mas alerto para que escolha a pessoas correta (ou pessoas), alguém que acredite e entenda o mundo das mídias sociais, que esteja entusiasmado com o projeto e que adore experimentar novas tecnologias.

Para os marinheiros de primeira viagem, eu tenho mais uma dica.
Antes de lançar um blog externo, considere lançar um blog interno para seus funcionários. A implementação e uso de blogs dentro das empresas permitem uma curva de aprendizado importante. Portanto, antes de submeter o projeto para sociedade, o melhor é experimentar, testar e ajustar as coisas dentro de casa. Tenha certeza que este tempo de investimento vale a pena. Quando o blog "for para rua", a empresa estará muito mais segura e preparada para "encarar" o diálogo com o mercado. Este procedimento vai acelerar muito o passo "aprenda com o blog" descrito acima.

Por fim, lembre-se que lançar um blog corporativo é sempre um desafio.
Se der certo, significa que ele vai consumir cada vez mais recursos e atenção da empresa. Será um caminho sem volta e um canal importante de relacionamento com a sociedade nos bons e maus momentos. Ser der errado, significa que a empresa vai ter que reconhecer o erro e dar um passo para trás. Será uma perda e uma frustração dura de reconhecer, mas necessária. Ou seja, um projeto de blog sempre tem seu preço. Fique alerta para aqueles que dizem que um blog não tem custo, pois isto não é verdade.

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quarta-feira, 1 de julho de 2009

A Dinâmica das Redes Sociais

Provavelmente muitos já viram esse vídeo. Mas me lembrei dele dias atrás quando alguém me perguntou como as redes sociais emplacam nas grandes empresas. Daí eu respondi que as redes sociais nas empresas são parecidas com este vídeo registrado no Sasquatch Music Festival deste ano, em maio, nos EUA.

Você olha, acha estranho, não entende direito, acha que aquilo não faz muito sentido, que aquilo não vai emplacar, não sabe como fazer e nem se vale a pena tentar. Mas admira. E continua olhando. Daí aparece alguém, o primeiro, que experimenta e parece gostar. Depois vem mais um, vem outro e a coisa vai crescendo. No final, quem está de fora é que é o diferente.



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