domingo, 22 de fevereiro de 2015

Uma visão dos jovens sobre as mídias sociais


O meu blog A Quinta Onda tem mais de seis anos de vida. Já publiquei mais de 500 posts, mas o mais lido continua sendo um post que publiquei em 2010, que é uma entrevista que fiz com um adolescente sobre o ambiente da sala de aula.

A conversa foi dura, o rapaz estava insatisfeito com o curso, carregava as aulas como um fardo e encarava a sala de aula com muito sacrifício. Foi uma declaração polêmica, e talvez isso justifique o impressionante número de acessos que este post ainda tem até hoje.

Dias atrás me chegou um post onde um jovem de 19 anos compartilha o seu ponto de vista sobre diversas redes sociais. Ele vive nos Estados Unidos e estuda na Universidade do Texas, em Austin.

Da mesma forma que as pessoas adoraram a entrevista que eu publiquei, eu também adorei ler o depoimento deste jovem. Existe uma magia quando as pessoas abrem seus segredos e suas percepções, falam de forma genuína e são honestas com elas mesmas.

O adolescente não cita nenhum estudo ou pesquisa, o que ele escreve é a sua percepção pessoal e ponto de vista, mas também fala pelo seu grupo de amigos. Eis as coisas que me chamaram atenção.

Facebook
Ele diz que o Facebook "está morto", porém, ironicamente, me pareceu ser a rede social mais usada por ele e pelos seus amigos. Ele diz que precisa estar no Facebook pois é onde todos estão. Existe uma espécie de pressão social atrás da questão: "Todos estão no Facebook, por que não você?". Ele afirma que a funcionalidade de grupo funciona bem nesta rede social e isto caracteriza um dos principais usos da rede. O uso do "messaging" do Facebook é frequente entre os jovens de sua idade. O resumo é que ele usa intensamente o Facebook, mas não curte, apesar de ser onde as coisas acontecem e onde ele sabe das coisas. Por fim, me passou a percepção de achar o Facebook poluído demais, inclusive por publicidade.

Instagram
Segundo ele, o Instagram é, de longe, a rede mais usada pelos jovens da sua idade. No Instagram, ele não se sente pressionado por ter que seguir alguém de volta. Ele diz que o conteúdo desta rede tem mais qualidade do que nas outras, além dela não ter sido ainda inundada pela geração mais velha. Outro ponto citado é que as pessoas não postam 10 mil vezes por dia, permitindo mais qualidade no conteúdo publicado. Não existem links no Instagram, o que significa que ele não é constantemente bombardeado por publicidade. Enfim, ele afirma que o Instagram é mais seletivo e que as pessoas investem mais tempo para serem relevantes e divertidas no que publicam.

Twitter
Ele acha confuso e não entende muito bem o propósito do Twitter. Não é um lugar que permite achar amigos facilmente. Diz que o Twitter é um lugar para seguir ou ser seguido por um grupo randômico de estranhos, e que há três principais grupos de usuários: aqueles que o utilizam para reclamar/expressar-se, aqueles que postam com a suposição de que o seu potencial empregador acabará por ver o que eles estão dizendo, e os que simplesmente olham para outros tweets e fazem um RT ocasional.

Snapchat
O Snapchat está rapidamente se tornando a mídia social mais usada, segundo ele. Parece que é onde ele se sente mais a vontade, quando afirma que "é onde realmente podemos ser nós mesmos e conectados com a nossa identidade social". Não existe a pressão social de uma contagem de seguidores e amigos, como no Facebook. Ele diz que é uma rede onde "eu não estou constantemente tendo pessoas aleatórias na minha frente pedindo atenção", um ambiente mais íntimo de amigos onde você não se importa se os seus amigos estão vendo você se divertindo numa festa. Em resumo, o Snapchat, na visão dele, é onde você pode ser mais você mesmo.

Tumblr
Ele foi lacônico. Para ele, o Tumblr é um lugar para seguir ou ser seguido por um grupo randômico de estranhos, sem que você se identifique. Ou seja, parece ser algo além do Twitter, na visão dele. Ele diz que o Tumblr é como uma sociedade secreta em que todos estão, mas ninguém fala a respeito. Esta é uma rede onde você se cerca (através de quem você segue) de pessoas que têm interesses semelhantes. É muitas vezes visto como uma "zona livre de julgamento" em que, devido à falta de identidade no site, você pode realmente ser quem você quer ser.

LinkedIn
O LinkedIn soa como uma obrigação para ele. Ele tem que estar lá. Ele diz que muitos esperam até a faculdade para entrar nesta rede. Esta não é uma rede interessante para ele no momento, mas entende que não pode fugir dela.

WhatsApp
Ele diz que o WhatsApp é baixado quando você vai para o exterior. Você usa o aplicativo lá fora, mas depois volta para o iMessage ou o Messenger do Facebook. Ele diz conhecer muitas pessoas que se comunicam com pessoas fora do país através desse aplicativo, especialmente estudantes.

YouTube
Ele considera que o YouTube é uma rede que mudou o mundo. Todo mundo usa. Ele tem amigos que visitam diariamente esta rede e que é quase impossível ignorar o YouTube. O conteúdo não é apenas entretenimento, mas tem muita coisa útil, diz ele, citando já ter usado o YouTube para complementar algumas aulas onde precisava de ajuda para entender algo. Achei interessante, e não me surpreendeu, quando ele afirma que o YouTube vem substituindo o tempo que ele gasta assistindo TV, especialmente pela alta qualidade no conteúdo.

Google+
Ele diz que, pessoalmente, não conhece ninguém que usa ativamente o Google+. Fala que já ouviu de alguns amigos que o Google+ é muito bom para fotos e hangouts. Diz que os únicos amigos dele no Google+ são aqueles que estão mais interessados em tecnologia. Ele, pessoalmente, abandonou o serviço porque achou difícil e cansativo categorizar cada pessoa em diferentes "círculos" e, em seguida, manter o controle de todos esses grupos. Segundo ele, tal como está hoje, o Google+ é uma plataforma que está fora do radar. Ele diz ter esperança no futuro desta rede e está interessado em ver para qual direção ela vai.

Ele analisa outras mídias sociais em seu depoimento. Vale a pena ler todo o artigo "A Teenarge's View on Social media", entender como a cabeça dele funciona, ver os adjetivos que usa e o que está por trás das palavras. Acho que ele representa muito bem os adolescentes. Não é apenas uma visão norte-americana, apesar de que o cenário de mídias sociais nos Estados Unidos é diferente de outras partes do planeta.

Enfim, ele é o nosso futuro consumidor, trabalhador, vizinho da rua e... cidadão.



Enter your email address:


Delivered by FeedBurner

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

10 coisas que vão desaparecer das nossas vidas nos próximos anos

APARELHO DE FAX
Acredite ou não, mas ele ainda existe em muitos escritórios. Esse já pode ser considerado um dinossauro.



TELEFONE FIXO
Por que precisamos de telefones fixos se já existem mais de 7 bilhões de celulares no mundo? O futuro é dos dispositivos móveis em nossas mãos para toda e qualquer tipo de comunicação, inclusive no trabalho.

CD, DVD e Blu Ray
Eles surgiram como uma grande revolução e mataram os LPs e as fitas magnéticas de áudio e vídeo. Eles desaparecerão junto com os aparelhos que tocam essa mídia. O futuro é do conteúdo armazenado e distribuído na nuvem da internet.

PEN DRIVE
Para que precisamos de pen drive se iremos armazenar tudo na nuvem?


MOUSE
O futuro são as telas sensíveis ao toque e outras tecnologias de interação inteligente com as máquinas, já existentes nos smartphones, PCs e tablets.

PC
Os nomes PC e computador já não fazem mais sentido. Eles desaparecerão das nossas vidas. O desktop vira peça de museu e o notebook vai evoluir para outro tipo de dispositivo.

IDENTIFICAÇÃO E SENHA
Vamos nos livrar definitivamente do sofrimento de memorizar identificação e senha para acessar as coisas. Tudo será feito por biometria.

CABOS
Os cabos que interligam tudo tendem a reduzir ou desaparecer. Tudo será conectado por tecnologias de transmissão sem fio. Será o fim daquela bagunça de fios atrás dos nossos equipamentos.

CONTROLE REMOTO
Será substituído por apps para tablets e smartphones ou por sensores de movimento, aliás, já presentes em modelos mais novos de Smart TV.

INTERNET
Em breve não falaremos mais a palavra "internet". Ela estará tão integrada e inserida na rotina de nossas vidas, como acontece com a eletricidade, que nem sentiremos mais a sua presença no dia a dia. A internet da coisas será a evidência disso.

E aí? Na sua opinião o que mais vai desaparecer nos próximos anos?


Enter your email address:


Delivered by FeedBurner

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Mídias sociais podem fazer mal para a saúde e para o bolso, tudo depende de como você usa

Tempos atrás escrevi um post analisando os males causados pelas mídias sociais, especialmente o Facebook e o Instagram. Existem pesquisas e estudos que evidenciam isso. A questão não são as mídias sociais em si, mas a forma como você usa e consome tais redes.

Um dos estudos afirma que o "consumo passivo" dos posts dos seus amigos no Facebook está fortemente relacionado a sentimentos de solidão e depressão. As pessoas se sentem frustradas ao rolar as telas do Facebook e se depararem com pessoas felizes, viajando e alcançando coisas legais. É quase uma espécie de "tortura mental". Saiba mais no post "Facebook e Instagram fazem mal para a saúde".

Uma pesquisa feita na Inglaterra concluiu que o excesso de fotos publicadas no Facebook pode prejudicar os relacionamentos na vida real. Os pesquisadores afirmam que as pessoas parecem não se relacionar bem com quem compartilha muitas fotos de si, com exceção dos parentes e amigos muito próximos. Em resumo: quanto mais fotos você publica, maior o risco de prejudicar o relacionamento com alguém.

Já um estudo publicado em 2012, pela Columbia Business School e pela Universidade de Pittsburgh, apontou que usuários de Facebook são mais propensos a seguir impulsos consumistas e a engordar. O conceito é simples: as pessoas se sentem relaxadas no Facebook, por isso elas se controlam menos e se permitem extrapolar em algumas coisas.

Os pesquisadores perguntaram aos entrevistados sobre o tempo que passam conectados ao Facebook. Adivinha? Os mais gordinhos sempre gastavam mais tempo, todos os dias, com o Facebook. Por isso que a Super Interessante, ao publicar matéria sobre esse estudo, usou o dramático título: "Facebook te deixa mais pobre e gordo".

Agora surge um novo estudo, mais um trabalho da Universidade de Pittsburgh, afirmando que usuários frequentes de Facebook tendem a ter níveis mais elevados de endividamento com cartões de crédito e menor pontuação de crédito. Isso acontece porque as mídias sociais podem estar desencorajando o autocontrole financeiro e criando impulsos consumistas.

Ao ver fotos e posts de seus amigos nas redes sociais se divertindo, viajando e conquistando coisas, você se sente impelido a fazer as mesmas coisas, até mesmo para se sentir parte daquele grupo social e mostrar que você também é capaz.

O artigo "How to avoid the high price of social media envy" publicado na Reuters faz uma boa análise desse cenário. É evidente que as mídias sociais estimulam nossos desejos, nossas decisões e nossos gastos. Existem muitos estudos afirmando que as redes sociais têm forte influência nas decisões de compra dos usuários, ou seja, elas tocam no "botãozinho" do consumo dentro da gente. Fiquei surpreso ao descobrir que o Pinterest, cuja plataforma é muito mais visual que o Facebook, tem uma compra média por clique bem maior que o Facebook: mais que o dobro, segundo dados publicados pela Fast Company.

A mensagem é clara: cuidado ao entrar nas redes sociais porque sua resistência a gastar dinheiro diminui.

Este estudo, que sinaliza que o Facebook nos deixa mais frouxos para gastar dinheiro, tem relação direta com outros estudos que afirmam que as redes sociais podem gerar sentimentos de depressão e frustração. Em todos os estudos surge o sentimento de inveja, que parece ser o sentimento por trás de tudo.

A situação pode ser até pior. Alguns pesquisadores dizem que as mídias sociais tendem a provocar uma espécie de "espiral de inveja". Ao ver histórias e experiências legais de seus amigos numa rede social, você fica motivado para publicar histórias mais legais, e seus amigos, ao ver as suas histórias, vão tentar publicar histórias ainda mais bacanas, e assim o mundo das redes sociais tende a levar as pessoas para longe do mundo real. Essas histórias podem ser viagens, bens e outras conquistas. É aí que sentimentos conflitantes aparecem e as pessoas forçam a barra em suas finanças para atender aos seus anseios.

O número alto de curtidas em posts de alguns dos seus amigos no Facebook também parece ser algo que incomoda. A percepção é que existem pessoas mais legais do que você. Isso gera um desafio dentro de sua mente e o faz pensar em descobrir o motivo de eles estarem sendo mais admirados do que os outros, e até você mesmo. Sem saber, o seu inconsciente pode estar levando você a querer imitar esses sujeitos de maior sucesso nas redes sociais.

Como resistir ao instinto humano de tentar se igualar ou se superar ao que seus amigos publicam nas mídias sociais? É difícil. A maioria das pessoas publica apenas coisas legais, mas não contam as dificuldades que tiveram que enfrentar para conquistar aquela viagem dos sonhos ou aquele carro novo.

Devemos ter sempre em mente que as pessoas nas mídias sociais tendem a publicar somente as histórias bonitas de sua vida. Na verdade, é pior: nas redes sociais as pessoas supervalorizam as suas boas histórias, exageram e até fazem uso da "licença poética", camuflando muitas vezes a dureza do dia a dia. As dificuldades e as más notícias quase não aparecem. E, quando aparecem, elas tendem a ser minimizadas, muitas vezes tratadas com ironia.

É inegável que as mídias sociais geram inclusão, compartilham conhecimento, ajudam a democracia, aproximam pessoas e derrubam barreiras de todos os tipos, não somente as geográficas. Os benefícios são imensos, e não são somente para o indivíduo, mas também para a coletividade. Os benefícios e os males de tais redes dependem totalmente da forma como elas são usadas, do tempo e da forma como elas ocupam a vida de cada um. Existe uma tendência enorme da vida virtual e imaginária na web ocupar uma parte preciosa da sua vida real. E aí pode estar o perigo. Saber discernir entre os dois mundos é fundamental.

Enfim, nesse mundo de faz conta das mídias sociais, devemos ter a capacidade de colocar um filtro em nossos olhos. Desculpe se serei repetitivo e falarei mais uma vez o que já escrevi em posts anteriores. A solução não é as pessoas fugirem do Facebook, do Instagram e de outras redes. Muito pelo contrário, mas pensar na forma como usam.

O que você está deixando de fazer enquanto fica horas pendurado num gadget? O uso do Facebook faz você aprender algo diferente? Faz você se sentir um ser humano melhor? Como se sente depois de passar 30 minutos nas mídias sociais? A sensação é de ganho ou perda de tempo? Pense nessas perguntas. Ou melhor, pense nas respostas.

Enter your email address:


Delivered by FeedBurner
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...