segunda-feira, 7 de junho de 2010

Os executivos não têm blog

Em junho do ano ano passado, o site norte-americano UBERCEO - que cobre a "vida" dos CEOs, Chief Executive Officers de empresas - afirmou que, a maioria dos 100 principais executivos do planeta não frequenta rotineiramente as redes sociais. Poderíamos até dizer que o pessoal não tem intimidade mesmo.

A pesquisa realizada pelo UBERCEO foi em comunidades como Facebook, Twitter, LinkedIn e Wikipedia. O resultado é que apenas 2 CEOs tinham contas no Twitter, 13 deles tinham perfis no LinkedIn, 81% não tinham página pessoal no Facebook e nenhum deles tinha um blog.

Apesar da pesquisa ter sido "pobrinha", o tema ganhou repercussão na web. E o principal motivo foi evidenciar que os executivos que comandam as maiores empresas do planeta não estão muito bem conectados com as novas formas de comunicação e relacionamento da sociedade, onde os seus clientes estão inseridos.

Desde então eu liguei o meu radar e passei a olhar o tema com mais atenção.

A verdade nua e crua é que os executivos, de maneira geral, estão muito distantes das redes sociais. E já me antecipo pedindo desculpas se estou generalizando. De forma geral, o presidente de uma empresa já reconhece que é algo importante e que a sua empresa não pode ficar de fora, mas na maioria das vezes ele delega para alguém cuidar em nome dele. Alguns até demonstram vontade de participar, mas o duro é separar tempo na agenda para "brincar" de redes sociais.

Eu não acho que eles estão desinteressados como muitos afirmam. O problema maior é de prioridade. Entre uma revisão de negócios e um passeio por alguma rede social, a primeira opção ganha de goleada. É por isso que na maioria das empresas, segundo um estudo da Deloitte, a atividade de redes sociais acaba caindo no colo de marketing, que já enxerga o mundo das ferramentas sociais como uma arma poderosa de influência e relacionamento com os clientes.

Eu, sinceramente, tenho dificuldade de ver os executivos de Recursos Humanos e Customer Service longe das redes sociais. Como eles podem dispensar tais recursos? É difícil de entender. Eles ainda gastam tempo com emails e outros meios de relacionamento, quase sempre de mão única e lentos em velocidade, mas não investem e se arriscam nas tecnologias sociais.

Pesquisas já realizadas por outras fontes, mostram que os executivos temem as redes sociais pelos riscos que elas podem trazer para a reputação da empresa, pelo vazamento de dados estratégicos, pela falta de conhecimento em como lidar com as redes e pela possível improdutividade que ela pode trazer para o funcionário. Mas, por trás disso tudo, tem o principal motivo: a velha razão da falta de tempo. E dá-lhe reunião de revisão de negócios...




Digite seu email

Um serviço do FeedBurner

4 comentários:

Newton Alexandria disse...

Aposto que muitos executivos pensam e dizem: "Ah, pra mim tanto basta se meus subordinados e nossa agência de mkt/pp estão nas redes sociais, têm blogs e os cambaus.
Em uma revisão de negócios dessas, bem que poderia estar também um plano geral de inserção - começando pelos líderes ou chefes - e estratégias em mídias sociais. Esses executivos esquecem do ensinar/inspirar pelo exemplo.

Carol Terra disse...

O radical (ex?)presidente da Sun MicroSystems já dizia ao se referir a outros CEOs: "quem não tiver um blog se tornará inútil". Radicalismos à parte, o blog é uma excelente ferramenta para o presidente ter contato com funcionários do baixo e médio escalões, com clientes e com formadores de opinião online. Espero que a realidade mude! Abs, Carol Terra (http://www.meadiciona.com/carolterra)

Zee Lima disse...

É Mauro... eu tinha um velho professor de marketing que dizia que se vc quer vender, tem que ir à rua.

Nessa frase ele resumia um conceito bem simples do marketing: se vc tem um produto que supre as necessidades de uma pessoa, então é melhor vc acompoanhar bem de perto essa pessoa para que ela não deixe de usar seu produto e vá usar outro. Que fale a lingua dela.

Lógico que a empresa que tiver condições vai terceirizar essa parte, então o produto não vai tomar prejuízo nenhum.

Mas e a perda de contato humano? Me lembro que os sonhos de meus pais eram aposentadoria "gorda" e um "ranchinho" onde pudessem pescar à beira do rio.

Eu sonho com um link dedicado de alguns gigas correndo pela fiação de um super hi-tec apartamento minusculo e espartano, todo decorado ao melhor estilo Bauhaus.

Onde? Numa metrópole cosmopolita. De preferência bem no coração dela.. cheia de gente, barulho, tons, cores e cheiros.

Não podemos tbm perder o foco da mudança de gerações. Quando meu pai era moleque seu ídolo era John Wayne e ele ouvia a Joven Guarda como se fosse o próprio rebelde sem causa!!!

Quando eu era moleque Rocky Balboa enfrentava Draco, o russo malvado típico da guerra fria; eu vibrava a cada novo golpe mostrando a vitória do American Way of Life sobre o Comunismo, e era tão rebelde sem causa ouvindo Metallica no Oitenta e Noise.

Hoje os moleques querem ser o Dr House: sacramentando a vitória da convicção sobre a compaixão (numa visão bem zoroástrica da coisa toda); e são tão rebeldes quanto eu e meu pai fomos ouvindo NX0.

Cada geração constroi seus sonhos em cima de algo... guerras, independências, lutas de classes, Branca de Neve de Walt Disney, Barney o dinossauro rosa...

Não creio q tenha algo melhor ou pior. Creio que o que a pesquisa mostrou é que estes CEOs não fazem parte da minha geração.

E não há nada de errado nisso. Que curtam a geração deles. Pois uma hora a coisa acaba. Sempre acaba. E não há nenhum detrimento nisso.


Abraço à todos!

Newton Alexandria disse...

"E não há nada de errado nisso. Que curtam a geração deles. Pois uma hora a coisa acaba. Sempre acaba. E não há nenhum detrimento nisso."

É, Zee Lima, uma hora a coisa acaba, mas enquanto ela não acaba é preciso acompanhá-la, entrar na coisa e participar, porque disso tbm depende o trabalho e os resultados desses CEOs da sua geração. Esquece o mantra de Darwin? Adapte-se ou morra!
Amplexos
@oPolivalente

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...