quinta-feira, 30 de junho de 2011

Melhores Momentos - Festival de "Publicidade" 2011 em Cannes - parte 3 e última

É difícil para ser verdade, mas esse, finalmente, é o último post da minha experiência no Festival de "Publicidade" de Cannes. Não deixe de ver os posts anteriores.
Parte 1
Parte 2
Parte 2 e 1/2
Parte 2 e 3/4

Apesar da minha imensa vontade de falar da linda cidade de Cannes, dos seus tipos estranhos e engraçados, das celebridades do evento e até das casualidades que presenciei durante os meus dias por lá, eu vou me segurar e me concentrar em falar do evento. Vamos lá...

Uma discussão que rolou nos corredores do Palais foi a respeito do futuro do evento, agora chamado de Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions. Essa é a 58a. edição, ou seja, um evento com história. Até o ano passado o nome era "Festival de Publicidade". A substituição da palavra "publicidade" por "criatividade" já sinaliza que o evento está em transição, mas a mudança fica evidente ao ver a agenda, o perfil do público participante e o papo nos corredores e auditórios. O post "Uma platéia executiva em Cannes", de Marili Ribeiro em seu blog do Estadão, resume muito bem essa situação. Eu concordo com aqueles que chamam o atual evento de Feira de Negócios. Ver CEOs no palco, apresentações sobre efetividade de campanhas e painel sobre novos modelos de negócios, são exemplos de um evento muito além de um Festival de Criatividade. Enfim, eu apreciei muito o desenho do evento.

É sempre ótimo ver CEOs no palco dando seus recados para a turma da publicidade. Essa conexão é fundamental. E, no evento desse ano, vieram os CEOs de dois gigantes: Nestlé e Unilever. Imperdível.

Paul Polman, CEO da Unilever, disse: "Eu não trabalho para a Unilever, eu trabalho para o cliente", e gastou um bom tempo falando sobre as mudanças do comportamento do consumidor. Deu a visão dele, como líder de uma grande empresa, a respeito do novo marketing para as empresas e da importância da voz das pessoas vinda das redes sociais. Polman sinalizou três grandes direções:
1- o shift da economia mundial dos mercados maduros (USA e Europa) para os mercados emergentes, como Ásia, Leste Europeu e América Latina;
2- a revolução digital que gera grande impacto no marketing, comunicação e na sociedade em geral; e
3- a era da sustentabilidade.
Eu não sabia, mas Polman disse que, atualmente, mais de 50% do faturamento da Unilever já vem dos mercados emergentes (fora USA e Europa). Em 2020, essa parcela deverá ficar entre 70 e 75%. Isso justifica o movimento intensivo dos recursos internos da empresa (pessoas, capital e investimentos) para esses novos mercados. Aliás, os mercados emergentes tiveram grande destaque no Festival de Cannes, é só verificar o número de casos inscritos, destaques e prêmios. O mundo está realmente em movimento.

O CEO da Nestlé, Paul Bulcke, começou dizendo: "nós somos uma companhia de marketing, esse é o nosso DNA", "a Nestlé só existe porque os consumidores acreditam na gente" e "nós nos conectamos com as emoções dos consumidores". Falou muito sobre branding e mídias sociais. Disse que as mídias sociais são "core" no marketing da Nestlé pois permite um diálogo permanente com o consumidor: "através das mídias sociais nós conseguimos entrar nas casas dos consumidores, trocar receitas, conhecer a dona de casa, entender o que eles gostam e querem".
Veio da platéia uma pergunta para ele: "Comida é algo muito ligado a cultura, os sabores, as características e os desejos variam muito, de lugar para lugar, Como a Nestlé, uma empresa global, lida com isso?"
O CEO respondeu simplesmente assim: "Global exploration, Local execution". Bulcke falou que a Nestlé tem uma imagem global, mas a execução é muito descentralizada. "Nós deixamos as pessoas locais tomarem as decisões. Existem sabores diferentes de café no mundo todo. Cada lugar gosta de um café diferente. Nós respeitamos isso e essa é a nossa força. Consumo de comida é algo bem cultural e bem local, nós temos mais de 6 mil submarcas no mundo, muitas marcas regionais e locais, e vamos continuar assim". Ele falou várias vezes sobre o Brasil, mostrando que esse é um mercado importante para a Nestlé.
Bulcke recebeu a seguinte pergunta da platéia: "Como você faz para manter e fomentar inovação numa empresa enorme como a Nestlé?" A resposta foi que a empresa tem 3 focos:
1- "Tentamos de todas as formas descentralizar as decisões. Numa grande empresa, os processos e controles asfixiam a criatividade e a inovação. Entregamos as decisões para quem está perto do consumidor. São eles que entendem o que o mercado deseja";
2- "O backline e o frontline têm que estar separados. O backline é aquele pessoal que administra e opera o dia a dia da empresa. O frontline são aqueles que estão na frente dos consumidores. O backline consome a empresa e inibe a criatividade, eles estão preocupados com custos, processos e controles. Os grupos têm que trabalhar separados para preservar o frescor e criatividade";
3- "Olhamos o mercado o tempo todo. Falamos o tempo todo com os consumidores. Estamos sempre vendo o que os concorrentes estão fazendo".

Além da presença dos CEOs, que faz pousar a aeronave do mundo real dos negócios no evento, é muito interessante ver as novas mídias e a web participando ativamente de todo o programa. Google, YouTube, Facebook, Yahoo e outros estiveram no festival, com presença muito efetiva e marcante. A Google, por exemplo, patrocinou o Young Lions.

O surgimento de novos meios e alternativas está virando de cabeça para baixo o mercado publicitário. Em 2010, foram gastos mais de 450 bilhões de dólares em publicidade em todo mundo. É muito dinheiro. Essa é a maior razão das discussões em Cannes. Como proteger esse investimento e criar modelos de negócio que sustentem o crescimento dessa indústria? Por trás disso existe um mundo que terá mais de 9 bilhões de habitantes em 2050, que certamente será formado por usuários intensivos de smartphones (ou devices que terão outro nome!!), mídias sociais e bilhões de gadgets conectados. O potencial do mercado publicitário está se expandindo exponencialmente, e a agenda dos participantes do Festival de Cannes parece estar muita mais interessada em discutir isso do que ficar confinado na questão de criatividade. Voltamos de novo na questão da mudança da agenda do evento...
Como escreveu Marili Ribeiro do Estadão em seu twitter: "Cannes expõe inimigos. Da rede de agências não é outra rede, mas as redes sociais. Comunicação híper segmentada tira receita da publicidade"

Uma outra novidade em Cannes foi a inclusão de uma apresentação do TED na agenda. O anfitrião entrou no palco, se apresentou e explicou o que era o TED e sua proposta, que basicamente é trazer profissionais, muitos deles desconhecidos da maioria do público, para apresentar opiniões e compartilhar conhecimento, sempre em apresentações com 20 minutos de duração. Para Cannes, o TED trouxe dois apresentadores e uma poetisa. Ver o TED nesse tipo de evento é uma oportunidade de oxigenação para o mundo publicitário. Porém, mantendo o teor de criatividade, a jovem e excepcional poetisa Sarah Kay fez o público sonhar ao dizer: "Quando olho para o céu numa noite de tempestade, eu penso que é Deus tirando fotografias lá de cima".



Em tempo, a AlmapBBDO conquistou mais uma vez o título de Agency of the Year do Festival de Cannes, prêmio que já havia conquistado em 2010 e em 2000. Com a vitória deste ano, o Brasil soma seis conquistas no Agency of the Year. A AlmapBBDO foi a vencedora em 2011, 2010 e 2000. A DM9DDB ganhou em 2009, 1999 e 1998. E a F/Nazca S&S venceu em 2001.


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terça-feira, 28 de junho de 2011

Melhores Momentos do Festival de "Publicidade" 2011 em Cannes - parte 2 e 3/4

Mais uma vez não resisti e escrevi demais. Vou ter que dividir tudo que ainda tenho que dizer em mais dois posts. Portanto, ainda falta mais um pouco para o meu post número 3, que será o último da série #Cannes .

Apesar de algumas críticas nos meus posts anteriores, eu tenho que ser justo e reconhecer que o festival é uma experiência única. Enquanto os criativos e os gestores das agências estavam interessados em saber quem seriam os ganhadores dos Leões, eu fiquei mais ligado nas palestras. Assisti várias sessões bem legais. As que mais gostei foram aquelas relacionadas à transformação que a indústria da publicidade está passando, as novas mídias e tecnologias.

Uma das palestras mais interessantes foi a de Malcolm Gladwell, pensador, jornalista e autor de livros como Blink e The tipping Point. Ele falou sobre inovação, seus paradoxos, contou muitas histórias interessantes e defendeu veemente que ser o terceiro é bem melhor do que ser o primeiro. Gladwell disse que, para inovar, você precisa estar esfomeado e desesperado e que as empresas que passam por crises imensas são as que mais têm chances de criar algo diferente. "Abundância de recursos e de cérebros nem sempre ajuda a inovação, muitas vezes até atrapalha". Gladwell também disse que as empresas têm ansiedade de serem as primeiras (especialmente no lançamento de produtos e serviços inovadores), mas isso não garante o sucesso. "Você não precisa ser rápido, precisa ser brilhante", falou Gladwell apontando o dedo para platéia em tom professoral. E citou vários exemplos para justificar sua tese. O "Garfunkel" (sim, sim, ele parece o Garfunkel!!) mandou bem. Polêmica é sempre bom.

A apresentação de Mark Holden, Diretor de Estratégia e Planejamento da agência PHD, foi bem impactante. Ele desfilou várias tecnologias que ainda estão nos laboratórios e que irão para o mercado em breve, a maioria até 2016. Falou em TVs inteligentes, as telas com NUI (Natural User Interface - lembra do filme Minority Report onde Tom Cruise interage fazendo movimentos e tem reconhecimento facial?? Isso é o NUI), telas OLED transparentes e flexíveis, Graphene (que vai permitir smart devices flexíveis - imagine você enrolar ou dobrar o seu tablet e coloca-lo no bolso), voice recognition, NFC (Near Field Communication), novas baterias (que vão durar 400 vezes mais do que hoje) e um monte de outras novidades. Eu, que gosto de tecnologia, saí entorpecido com tudo que vem pela frente ainda nessa década. Tudo isso vai transformar completamente a publicidade, o marketing e a comunicação como conhecemos hoje. Pelo visto o número de gadgets vai aumentar muito.

Cheguei cedo para ocupar uma posição estratégica no auditório para ver Arianna Huffington, idealizadora e gestora do Hunffington Post (chamado de HuffPo) até o início desse ano (o Huffpo Foi comprado pela AOL). Ver mais AQUI. Fico triste ao dizer que Arianna não foi toda a Coca-cola que eu esperava. Faltou presença de palco e entusiasmo. Ela foi menos brilhante no microfone do que na gestão do HuffPo. Mas, enfim, já coloquei no currículo que assisti Arianna ao vivo, afinal acompanho o projeto do HuffPo há vários anos.

A apresentação Smart TV feita pela Sansumg me chamou a atenção. A empresa mostrou a TV do futuro, integrada à internet e a todos os gadgets à sua volta. Achei interessante e saí convencido de que a TV não vai desaparecer, é até capaz dela sair fortalecida de toda essa transformação que o mundo da tecnologia está passando. Definitivamente a antiga cena da família reunida no sofá vendo TV não será mais realidade. Assistir a TV do futuro será, antes de tudo, uma experiência individual, o equipamento vai estar customizado para cada indivíduo. Pelo jeito teremos várias delas dentro de nossas casas, em todos cômodos, nos mais diversos tamanhos e com objetivos diversos. O conteúdo da apresentação foi muito bom e fiquei imaginando aquela apresentação sendo feita pelo Steve Jobs. Definitivamente os asiáticos não são bons de palco. Apesar de eu ter gostado, teve gente que não gostou tanto, como a resenha publicada no excelente blog @marketingweek.

Além de assistir as palestras, circular pelo Palais é uma atividade indispensável. Existem espaços de exposição onde os participantes podem ver os trabalhos selecionados, interagir com alguns expositores e receber o material impresso que diariamente é distribuído. Aliás, o pessoal das agências e empresas não perde a chance de fazer propaganda nem aqui, ao longo do festival. Durante todos os dias eles distribuem folders e "santinhos" propagandeando as palestras e apresentações. No final do dia você sai cheio de papéis nas mãos. Juntei alguns e tirei a foto abaixo. São todos "santinhos" tentando cativar você para as palestras. Nem precisava, os auditórios ficaram lotados todos o tempo. Clica na foto para ver melhor.

Em breve eu publico o último post da série #Cannes .


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sábado, 25 de junho de 2011

Direto do Festival de "Publicidade" 2011 em Cannes - Parte 2 1/2

Não resisti, tive que escrever esse post entre a parte 2 e a parte final número 3. Apenas devaneios...

Numa cidade em que os táxis são BMW e Mercedes, as pizzas individuais custam 13 Euros e o topless rola a vontade, nada mais natural do que encontrar coisas diferentes por aqui da nossa realidade tupiniquim, Mas, mais do que a própria cidade, o festival já é bem exótico e único.

Parar para ver o comportamento das pessoas participantes do festival já é um programa. Aliás, essa seria uma boa sugestão para os organizadores: colocar banquinhos nas áreas do Palais e vender tickets somente para sentar e observar. Muito bom!!!

A maioria se veste bem a vontade. Camiseta e bermuda é uniforme, apesar de encontrarmos alguns com sapato, calça e camisa de manda comprida (como o bigodudo aqui do meu lado dentro do auditório). O Palais fica na praia, estamos no verão, portanto o ambiente convida todos para um ambiente super descontraído.

Pessoas de todas as partes do mundo estão por aqui. Os asiáticos estão por toda a parte, eles sempre chegam cedo nos auditórios lotados para conseguir espaço, sempre com seus gadgets e anotando tudo. Já os europeus parecem estar se divertindo sempre, são mais leves e andam em grupos. Os americanos, como já escrevi antes, estão mais quietos por aqui, mas continuam do mesmo jeito. Ontem, numa apresentação, uma americana no meu lado soltou cinco "oh, god!" em apenas dez minutos de palestra. No quinto "Oh, god!" eu mudei de lugar. Num evento com criativos de todo o planeta não poderia ser diferente, independente da nacionalidade, tem óculos, cabelos e estilos bem exóticos por aqui. Isso sem falar nas festas que rolam quase todas as noites em Cannes. Basta andar na Croisette para ver as festas rolando nos grandes e badalados hotéis da orla, bem como as festas acontecendo na praia, com comida, bebidas caras e DJ's dando um show. A cidade respira festa e diversão.

Já nos palcos dos auditórios, os apresentadores são mais formais. Não me lembro de ter visto ninguém de bermuda ou short no palco. Mas tem figuras... exatamente agora, enquanto escrevo esse post, tem um cara no palco fazendo uma apresentação vestindo uma calça de couro preta, camisa preta, óculos escuros na cabeça (sabe quando você vai à praia??). A poltrona que ele está sentado é preta, o chão é preto e o fundo do palco é preto. É tudo preto, ele está todo preto, o cara tem óculos escuros na cabeça, enfim, tem dessas coisas por aqui...

Gadgets? Tem de tudo. Eu sou uma exceção no evento com meu notebook. Sou da velha guarda. Totalmente out!!! Ninguém mais usa essas coisas velhas, grandes e pesadas. iPhones e IPads dominam os ambientes do Palais. Estar na parte de trás do auditório é um show a parte, pois dá pra ver claramente que quase todos na platéia estão com aparelhos nas mãos digitando algo, todos conectados.

Para um evento cujo full ticket custa mais de 2.500 euros, eu acho que os organizadores deveriam dar mais atenção para alimentação e logística. As instalações do Palais estão acanhadas para o tamanho do evento. Não tenho a mínima ideia de como eles vão resolver isso, mas acho que esse é um problema e tanto.

Enfim, independentemente das palestras e das premiações, o que vale mesmo são as pessoas. É muito especial poder participar de um evento desse, com tanta diversidade, espontaneidade e criatividade. Minha sugestão é mudar o nome de Festival de Criatividade de Cannes para Festa Junina de Criatividade de Cannes. Vai ficar mais de acordo. É uma festa mesmo, só falta o cuscuz e tapioca. A quadrilha tem toda noite...

Estou curtindo cada oportunidade por aqui.



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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Direto do Festival de "Publicidade" 2011 em Cannes - Parte 2

Como afirmei no post anterior, o evento mudou de nome. Não é mais um festival apenas de publicidade, agora é o Festival de Criatividade de Cannes Lions. Apesar da agenda e do nome mostrarem que o transatlântico da comunidade publicitária está mudando de curso, a grande maioria dos prêmios e reconhecimentos ainda parece seguir a modalidade antiga, reconhecendo fortemente a criação, e em segundo plano, a mídia. Calma, calma, essa é uma mudança lenta, mas tenho que reconhecer que é um passo e tanto ver alguém no palco de Cannes falar que o marqueteiro tem que se comportar como um publisher e que seu sucesso dependerá da sua capacidade de gerar conteúdo e engajar as pessoas.

Olhe você próprio para as empresas, o departamento de marketing sempre foi mais destacado do que o departamento de RP. Faça o mesmo exercício com as agências e obterá o mesmo resultado, ou seja, a área de marketing tradicionalmente tem mais recursos e atenção das organizações. Isso é natural, afinal marketing tem a missão básica de gestão da marca e da geração de demanda, intimamente conectada com a área de vendas. Mas soa muito interessante ver os gurus de marketing falarem que o futuro de marketing tem por base a geração de conteúdo relevante, o desenvolvimento de relacionamento e a interação contínua, atividades que a área de Press Relations já desenvolve rotineiramente desde os primórdios. Aliás, vários aqui falaram que as áreas de Marketing, Comunicação e Relações Públicas serão um único grupo num futuro próximo. Não foi por acaso que uma das sessões, apresentada por Edward de Bono, recebeu o título: "Is creativity for Mad Men or PR Gurus?".

Até o momento, as três sessões mais cheias que assisti foram as da Time Warner, do YouTube e do Google.

A sessão da Time Warner foi um painel de debate com Aaron Sorkin (roteirista, produtor e dramaturgo) e David Simon (autor, jornalista e escritor/produtor de séries de TV americanas). Eles passaram todo o tempo dizendo que a TV não morreu e nem vai morrer. Recorrentemente falaram que o conteúdo gerado pelas TVs é excepcional e relevante. Ouvi frases do tipo: "The future of TV is everywhere" e "TV is going to internet". Depois perguntaram para eles qual eram os programas de TV preferidos deles. Achei muito chato. Uma parte divertida foi quando o moderador perguntou para Aaron Sorkin a respeito do Facebook. Ele disse que não usava Facebook, que achava meio chato. Saiba que Aaron Sorkin ganhou um Oscar por ter escrito o roteiro do aclamado filme The Social Network.

A sessão mais cheia que presenciei foi a do YouTube. Quem diria que, no festival da publicidade, o pessoal quisesse assistir o que o YouTube tinha pra dizer. Tinha gente pendurada nos lustres do auditório. Todos os degraus das escadas estavam ocupados pelo povo. Foi uma decepção pois não foi ninguém do YouTube para falar, a empresa decidiu patrocinar o painel e trazer dois intelectuais para falar. Na introdução do painel de debate, o moderador falou: "YouTube tem sido uma plataforma de provocação e facilitação". Será que é só isso mesmo? Será que não é muito mais do que isso? Os debatedores foram Simon Mainwaring (especialista em brading e redes sociais, blogueiro) e Michael Wolff (jornalista e escritor). Quer saber? São dois caras muito chatos, com papo enfadonho, apesar do tema ser legal. Falaram coisas óbvias: "nós somos consumidores e cidadãos ao mesmo tempo", "consumidores têm que tomar uma more active role", "como as marcas podem se conectar mais com as necessidades da sociedade, especialmente em relação ao meio-ambiente e à sustentabilidade". O resultado do debate foi que vi vários pessoas saindo no meio da apresentação. Faltou paixão e vibração na conversa. Quem não saiu acabou passando o tempo brincando com seus gadgets.

O auditório estava lotado quando Eric Schmidt, ex formal CEO do Google nos últimos 10 anos, foi ao palco. Simplesmente espetacular. Os 45 minutos de speech já valeram o evento inteiro e depois ficou fácil de entender porque o Google chegou onde está hoje. Eric demonstrou uma clareza ímpar para descrever as transformações da sociedade, falou da revolução liderada pelo consumidor, disse que a revolução da tecnologia não é importante, mas sim a revolução da informação. Afirmou claramente que os governos e a própria sociedade ainda não entenderam o novo poder nas mãos dos consumidores, que estamos apenas começando uma jornada de transformação. Ele também disse que os países emergentes, todos com grande população, apresentam um extraordinário potencial de negócios, que terão crescimento quântico nos próximos anos com a chegada da banda larga às diversas classes sociais, e que esse fenômeno permitirá um crescimento exponencial da Google, bem como outros players como Facebook e Twitter. Ou seja, milhões ou bilhões de pessoas entrarão na internet e "o negócio da Google vai crescer fortemente, vai dobrar rapidamente de tamanho, sozinho, sem fazer força. É ou não é fascinante?", perguntou Eric para a platéia com sorriso farto e brilho nos olhos. Ele também divagou sobre a nova sociedade, a explosão do conteúdo produzido pelas pessoas e seus gadgets, como organizar isso e torna-lo disponível de todos para todos, as "infinitas" possibilidades do novo marketing e mostrou que o futuro vai ter por base o "social demographic picture", onde a Google já tem uma posição privilegiada. Ele diz que não é relevante como a Google vai se beneficiar por conhecer o perfil demográfico de cada usuário (é relevante sim, Mr Schmidt!!! e isso deveria e deve ser discutido), mas como o usuário vai se beneficiar ao ter uma internet e todos os serviços associados totalmente adaptados e ajustados individualmente, em todas as plataformas tecnológicas existentes. E disse: "Imagine estar andando na rua, e de repente o seu smartphone avisa automaticamente que na loja do outro lado da rua chegou aquele produto que você tanta gosta e que, naquele momento, a loja vai fazer um preço e condições especiais somente para você, que você poderá pagar através do telefone naquele instante (uma tecnologia chamada mobile payment), e que eles entregarão na sua casa, de forma que você não precisará ir na loja e nem sair com o produto nas mãos naquele instante". Eric afirmou que a plataforma tecnológica que combina posicionamento geográfico, perfil demográfico, comércio eletrônico, pagamento eletrônico por dispositivo móvel e outras tecnologias já está disponivel. Google e outras empresas estão trabalhando nessas tecnologias para torna-las viáveis como negócio.
Por fim, perguntado sobre qual foi o maior desafio em todos os dez anos como CEO da Google, Eric respondeu: "As pessoas pensam que o maior desafio das empresas são os competidores. Isso é um erro. O maior problema é sempre interno, é mobilizar os funcionários, fazê-los pensar diferente, quebrar barreiras e se envolver emocionalmente com a empresa, com nossos sonhos e projetos. É por isso que temos na Google um ambiente realmente especial de trabalho. Queremos as pessoas por inteiro lá dentro, felizes e realizadas, sendo elas mesmas".

Mas o evento não foi formado somente pelas apresentações acima, eu vi umas bens legais que vou deixar para contar no próximo e último post da série de Cannes.

Para fechar o post, veja alguns slides de várias apresentações que assisti. Muito papo de colaboração, "engagement" e "open innovation". Será que os criativos das agências gostam desse papo?



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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Direto do Festival de "Publicidade" 2011 em Cannes - Parte 1

Estou em Cannes, participando do Festival Internacional da Publicidade de Cannes, ou, se preferir o nome oficial do evento: Cannes Lions 58th International Festival of Creativity.

Sempre tive vontade de viver essa experiência, especialmente por saber que por aqui passam os principais gênios da comunicação e publicidade. Mas, após poucos dias por aqui, alguns mitos e percepções caíram por terra e fiz algumas descobertas.

O primeiro mito derrubado foi a respeito da cidade. Imaginava Cannes como uma cidade sofisticada e metida a besta. Ledo engano, a cidade é chique sim, muito bonita, mas longe de ter o nariz empinado. A cidade parece que abraça você, as pessoas recebem bem os turistas e dá vontade de andar pelas ruas. As praias são paradisíacas, as pessoas são bonitas, mas simples no jeito de se comportar e agir. Às 11 da noite parece que todos saem das casas para passear no calçadão da praia. São crianças, famílias inteiras passeando. Enfim, uma delícia de cidade.

A segunda surpresa foi a respeito do nome do evento. O nome mudou e por isso as aspas existentes no título desse post. Até o ano passado esse era o Festival de Publicidade Cannes Lions, agora é o Festival de Criatividade Cannes Lions. O motivo é claro, o termo "publicidade" é limitante, especialmente na era da multimídia e das redes sociais. Sinal dos tempos.

O evento acontece no Palais des Festivals, uma construção que fica incrustada na praia da cidade. É uma construção feia, de arquitetura "quase" inexistente, porém no coração de onde tudo acontece: de frente para o mar. Como todo evento importante e de sucesso, esse está lotado, com gente "saindo pelo ladrão". Parece que os auditórios do Palais não cabem de tanta gente circulando. Muitas filas, as vezes o ar condicionado pega um pouco, os banheiros são disputados nos intervalos das sessões, mas as apresentações e os conteúdos discutidos justificam a lotação. A turma aqui sabe das coisas.

Mas o mais legal de tudo é o público participante. Tem de tudo. É interessante ver japoneses, isralenses, africanos, pessoas de todos os cantos do mundo. Muitos brasileiros. Europeus, obviamente, formam a maior parte. Vi poucos americanos, ou então eles ficaram mais escondidos. Pessoas de paletó, outros de camiseta e bermuda, todos a vontade, alguns voltando da praia, outros indo para a praia que fica ao lado do Palais. Não esqueça que estamos em pleno verão europeu. Tempo e temperatura formidáveis.

A agenda do evento mostra um evidente foco no chamado marketing digital. Uma das novas categorias estreando em Cannes é chamada "Efetividade" de uma campanha - ou seja, aquilo que ela consegue provar ter trazido em retorno para uma marca. Esse novo troféu recebeu o nome de "Creative Effectiveness" e o vencedor será anunciado no último dia do evento, quando os prêmios mais importantes serão entregues. Aliás, a agenda do festival evidencia uma mudança radical no mercado publicitário. Num ambiente tradicionalmente dominado pela criação e pela mídia, começam a surgir com intensidade debates sobre marketing digital, mídias sociais, co-criação, novo comportamento do consumidor, a nova geração, storytelling, internet e comunicação integrada. Um dos apresentadores falou mais ou menos o seguinte (foi o que consegui anotar): "Nós, profissionais publicitários, sempre nos preocupamos em gerar a atenção do consumidor, daí medimos essa atenção e tentamos descobrir quem é ele. Agora é diferente. Isso não é mais suficiente. Temos que medir a qualidade dessa atenção e a intensidade. Temos que prender a atenção e gerar valor". Mas esse assunto e uma reflexão sobre as apresentações vai ficar para o próximo post.




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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Às vezes, meu filho faz cara de Mona Lisa: ele me olha, mas não está ouvindo

Texto publicado no blog Foco em Gerações

Dias atrás, entrei em um papo no qual quatro mães conversavam. Eu era o único homem da roda e fiquei só ouvindo. Todas elas falando sobre seus filhos e a dificuldade em lidar com a geração Y. Saquei um papel e saí anotando algumas frases.

“Hoje os filhos não querem mais sair de casa, pois tudo de que precisam, eles têm lá dentro: conforto, liberdade, comida, um quarto todo aparelhado, internet. Tudinho, tudinho”

“Antigamente, nós queríamos sair de casa porque não tínhamos nossa liberdade. Queríamos o nosso canto e a nossa intimidade, ganhar nosso dinheiro. Hoje, os nossos filhos têm o mundo dentro no quarto, têm toda a liberdade, trazem a namorada e se trancam no quarto”

“O quarto do meu filho é uma toca”

“É melhor deixá-lo trazer a namorada para dentro de casa do que deixá-lo passar a noite toda fora. Pelo menos, ele fica em um lugar onde sei que ele está”

“Digo para ele: Eu sou sua mãe. Você me tira do sério. Eu não posso mais bater porque você já é adulto. O que eu faço? Ponho você de castigo?”

“Uma vez, o meu filho disse para mim: Mãe, está surtando? Aí, eu virei e falei: E isso lá é modo de se falar com sua mãe?”

“Meu filho virou pra mim e disse: Mãe, eu já conheço você. Eu sabia que você iria reagir dessa forma”

“Eu disse para ele: Você só pensa em você. Primeiro você, depois você e sempre você. Sabe o que ele me respondeu? Eu aprendi com você”

“Eles não tomam iniciativa. Houve uma vez em que ele me ligou da rua, dizendo: Mãe, o pneu do carro furou. Me ajuda? Eu não sei como fazer”

“Ele sabe que o pai tem o poder financeiro. É o pai que paga as contas. Eu, mãe, não tenho poder. Ele virou pra mim e disse: Quem paga é meu pai”

“Meu filho, às vezes, chega para me contar uns segredos cabeludos. Aí, eu falo para ele: Não conta para mim, eu não sou sua amiga, sou sua mãe”

“Muitas vezes, eu converso com meu filho. Mas basta alguns minutos para ele fazer cara de Mona Lisa. Ele me olha, mas não está mais ouvindo. Houve uma vez em que ele virou para mim e disse: Mãe, quer saber? Eu estou perdendo meu tempo com você”

“Essa é uma geração que cansa. Sabe de uma coisa? Quer saber? Vai viver, vai quebrar a cara”

“Mãe, estou sem dinheiro, pode me dar 20 reais? Ele acha que é só pedir e pronto”

“Eles fazem tudo ao mesmo tempo. Como posso conversar, se ele olha o computador, o celular e a TV ao mesmo tempo?”

“É sempre bom conversar com vocês. É nessa hora que eu descubro que todas as mães do mundo estão com o mesmo problema”

Enfim, fragmentos da família moderna.

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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Estudo comprova os benefícios tangíveis no uso das mídias sociais pelas empresas

O último post gerou alguma polêmica, especialmente naqueles que não conseguem ver benefícios tangíveis na adoção das mídias sociais pelas empresas. Nos últimos dias eu recebi alguns emails falando sobre isso. Para respondê-los, eu decidi lançar mão de uma pesquisa publicada meses atrás. Compartilho aqui nesse post o que aprendi com o estudo.

Em dezembro de 2010, a McKinsey publicou um documento chamado "The rise of the networked enterprise: Web 2.0 finds its payday". O que mais me agradou foi saber que a maioria das empresas pesquisadas afirmou que consegue medir os resultados no uso e aplicação das mídias sociais aos seus negócios e operação. Isso é muito legal, especialmente se considerarmos que a falta de clareza e o retorno do investimento é o tradicional dilema das empresas. Falar em benefícios mensuráveis quando conversamos sobre o uso das novas mídias é sempre um desafio, o achômetro sempre funciona nessas horas.

A pesquisa contemplou respostas de 3.249 executivos de várias regiões, indústrias e áreas funcionais (o estudo não cita mais detalhes a respeito do perfil dos entrevistados... senti falta disso!). Dois terços dos pesquisados afirmaram que usam web 2.0 em suas organizações. O estudo comprova algo que todos nós achamos que está ocorrendo: o uso de blogs e mídias sociais pelas empresas vem crescendo a galope.

Nove entre cada dez executivos pesquisados conseguiram listar pelo menos um benefício tangível.

Veja abaixo alguns números apresentados no estudo.

Das empresas que usam web 2.0 e mídias sociais internamente:
77% aumentaram a velocidade de acesso ao conhecimento;
60% reduziram os custos com comunicação;
52% reduziram o tempo para acessar especialistas;
44% reduziram os custos com viagens;
41% aumentaram a satisfação dos funcionários;
40% reduziram custos operacionais.

Dentre as empresas que usam web 2.0 e mídias sociais para interações com clientes:
63% aumentaram a efetividade de marketing (conhecimento, consideração, conversão e lealdade a marca);
50% aumentaram a satisfação de seus clientes;
45% reduziram custos de marketing;
35% reduziram custos de suporte.

Dentre as empresas que usam web 2.0 e mídias sociais na interação com parceiros e fornecedores:
57% aumentaram a velocidade de acesso ao conhecimento;
53% reduziram os custos com comunicação;
45% aumentaram a satisfação de fornecedores, parceiros e especialistas externos;
40% aumentaram a velocidade de acesso a especialistas externos.

A pesquisa mostrou que existem empresas que usam web 2.0 apenas internamente, outras apenas externamente (com foco na interação com cliente), e existe uma pequena gama delas que usam de maneira ampla, abrangente, dentro e fora da organização. O documento chama essa elite de empresas de "Organizações totalmente conectadas", que formam apenas 3% do total que adotaram web 2.0. São empresas que estão usando tais tecnologias de forma revolucionária, alcançando benefícios extraordinários nas interações com seus funcionários, clientes e parceiros. Respondentes dessas empresas reportaram benefícios significativos, mostrando que o uso intenso e aberto, tanto interno quanto externo, potencializa o ganho para a empresa. Nessa especial lista de organizações, existe uma forte integração da web 2.0 às atividades diárias, além de maiores níveis de colaboração e quebra de barreira organizacional.

O estudo conclui dizendo que as empresas cometem um erro enorme ao não incentivar a criação de redes sociais internas e externas. Os executivos deveriam pressionar as suas organizações para se tornarem "Organizações completamente conectadas", ou, como aparece no documento, "Fully networked enterprises" (adorei isso!!).

O documento sugere os seguintes passos:
1- Integrar o uso da web 2.0 nas atividades diárias dos funcionários;
2- Forçar continuamente a adoção e uso;
3- Quebrar as barreiras para uma mudança da organização, através de mais colaboração, fluidez de informação, decisão distribuída e menor rigidez na hierarquia organizacional;
4- Aplicar as tecnologias de web 2.0 nas interações com clientes, parceiros de negócios e funcionários.

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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Leia isso se sua empresa não permite acesso às redes sociais no trabalho

Texto publicado no blog Nós da Comunicação

Sua empresa não permite que você acesse as redes sociais em seu ambiente de trabalho? ‘Eles’ dizem que isso pode afetar a produtividade? Que dados confidenciais podem vazar pelas mídias sociais? Que os funcionários não saberão usar adequadamente essas ferramentas?

Então, põe a sua empresa numa espaçonave e faz ela voltar no tempo.

Teve uma época em que os executivos acreditavam que os e-mails poderiam expor os segredos da empresa para o mundo externo. Então quase ninguém nas empresas podia usar email, só os ‘funcionários importantes’.

Na década de 90 surgiu a internet. Os executivos diziam que a internet nas empresas era algo muito ruim, pois seria uma fonte de improdutividade dos funcionários. Ela não servia pra quase nada, apenas para distrair a força de trabalho.

E o celular? Para que o celular se o pager resolvia tudo? Dar ou pagar um celular para o funcionário parecia ser uma fonte de despesas para a empresa, eles usariam o gadget para fazer ligações particulares. Para que ligar para o celular do funcionário se ele tem um ramal fixo em sua mesa de trabalho?

A discussão da implementação das mídias sociais nas empresas me parece inútil. O importante aqui não são as tecnologias, a real discussão por trás disso tudo são as pessoas. E as pessoas fazem coisas erradas e coisas certas, independentemente da tecnologia.

Impedir o uso das mídias sociais no ambiente do trabalho significa meramente proibir o acesso à tecnologia, não significa proibir os funcionários às suas redes de relacionamento. Eles já recebem e fazem dezenas de ligações telefônicas por dia, recebem e enviam dezenas de emails regularmente, batem papos com amigos no cafezinho, no almoço e em qualquer intervalo disponível. Eles participam das redes sociais de suas casas, por celular e através de qualquer elemento conectado à internet, e falam sobre a empresa o tempo todo. Os funcionários adoram falar sobre as aventuras e mazelas do trabalho no churrasco de final de semana. Enfim, os funcionários já estão em rede. Só os executivos não sabem :)

Se algum executivo diz que as informações importantes da empresa escaparão pelas mídias sociais, sinto decepcionar, mas elas já estão escapando há muuuuito tempo por outros canais como emails, ligações telefônicas, nos corredores, nos papos de fim de semana, desde que o funcionário acorda até a hora de dormir.

As mídias sociais são meramente tecnologias... mas formam o conjunto de tecnologias mais fantástico que surgiu desde o aparecimento da internet. Elas quebram barreiras horárias, geográficas, hierárquicas e tudo que você já conhece. Elas geram conhecimento, diversidade, engajamento, pluralidade e inovação. São armas democráticas e abertas, de compartilhamento e colaboração.

No entanto, a maioria das empresas ainda enxerga as mídias sociais com uma mera oportunidade de marketing. Essa é uma visão acanhada e limitada. Os clientes adoram as mídias sociais e gostariam de se relacionar com a empresa através delas, de forma transparente e honesta.

O uso das novas mídias também gera muitos benefícios para dentro da empresa. Não só para melhoria do clima, envolvimento e desenvolvimento da força de trabalho, mas principalmente para a inovação da empresa, que hoje surge como o maior desafio no mundo corporativo.

Só não vê quem é cego.

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