Um artigo publicado por Ivan Postigo chamado "O segredo do sucesso não está em criar estratégias, mas em executá-las" faz a gente pensar.
O ponto dele é claro e cristalino. O segredo das gestões vencedoras não está na criação das estratégias, mas na capacidade de implementá-las e no estabelecimento da cultura do sucesso coletivo. Isso me faz lembrar uma frase de Thomas Edson: Talento é: 1% inspiração e 99% transpiração.
Para quem trabalha em comunicação interna nas empresas, esta abordagem é uma mensagem e tanto. Existe uma preocupação evidente dentro das empresas em informar a estratégia e os objetivos empresariais básicos através dos canais internos de comunicação. Todos consideram importante, e é mesmo, os funcionários conhecerem a estratégia e entenderem para onde a empresa está indo. A grande dificuldade é fazer os funcionários conectarem a tal estratégia da companhia com as suas atividades rotineiras diárias.
Na verdade, de que serve uma estratégia se a empresa não consegue implementá-la? E não são meia dúzia de executivos que farão ela acontecer. A estratégia e os principais planos da empresa devem ser o objetivo primário de todos os funcionários, e cada um deles tem que entender como o seu trabalho diário contribui para tais objetivos. No fundo, no fundo, são os funcionários que determinarão o sucesso da estratégia. É aí que começa o desafio da comunicação interna.
Comunicar a estratégia é a parte mais fácil. Basta colocar uns tópicos na intranet, publicar alguma coisa nos murais, bota o presidente para gravar um vídeo de cinco minutos, tudo isso resolve o problema da divulgação da estratégia. O nó acontece quando o João da contabilidade, a Maria Lúcia da linha de produção, o Márcio da transportadora e a Ana Paula da área financeira tomam conhecimento da estratégia e não se vêem nela. É aí que o problema existe.
É nesta hora que entra a parte mais difícil e existe um elemento fundamental que vai fazer toda a diferença: o gerente imediato. É ele que os funcionários vão procurar nos momentos de aperto e dificuldade. E deveria ser ele o principal elo de ligação entre o trabalho individual dos funcionários e o objetivo coletivo de todos. E este objetivo coletivo tem que ter uma "cola" clara e evidente com a estratégia da empresa.
É por isso que eu sou um entusiasta da comunicação gerencial dentro das empresas. As empresas gastam muito tempo discutindo comunicação interna massiva e aberta, o que é bom, mas a grande maioria negligencia uma comunicação focada e diferenciada para os gerentes. No fim das contas, a comunicação para os gerentes acaba se embolando com a comunicação para os funcionários e tudo vira uma grande salada.
Fazer os gerentes entenderem seu papel na implementação da estratégia da empresa deveria ser uma obsessão das empresas. Eles é que são capazes de influenciar a atitude e o foco dos funcionários. E não vejo isto como uma missão de recursos humanos. Acho que isso é missão básica da área de comunicação interna.
Conquistar o engajamento e o entusiasmo do corpo gerencial no alinhamento dos objetivos de seu grupo com os objetivos maiores da empresa deveria ser foco da área de comunicação interna. Para isso, o desenvolvimento de programas e a criação de canais diferenciados de comunicação para os gerentes podem ser um bom caminho, mas isto já é papo para outro post.
4 comentários:
Costumo dizer que as pessoas só fazem o que queremos ou buscamos quando elas querem o mesmo que nós.
A comunicação deve ser no sentido de fazê-las realizar com a mesma prioridade que nós, o que queremos, respeitando as individualidades.
A "comunicação" para isso tem um nome: "Autoridade Moral" quem tem autoridade moral (por conduta, conhecimento, liderança, visão, inteligência...e outras virtudes, em se tratando de mundo corporativo) não precisa dizer/comunicar nada; é admirado, respeitado e consequentemente seguido.
Sem nenhuma conotação religiosa (nào tenho religião), para exemplificar que digo acima, me ocorreu agora a passagem do Evangelho onde Jesus diz ao povo: "Atire a primeira pedra aquele que nunca pecou" e todos, mesmo sendo o que deveriam fazer por lei: apedrejar uma adúltera até a morte, calaram-se e jogaram suas pedras ao chão, deixando-a partir.
Por isso para que a comunicação seja efetiva e incorporada, mais importante do que o comunicado é comunicador.
Sandra.
Gostei muito do que você escreveu, especialmente da última frase: "Por isso para que a comunicação seja efetiva e incorporada, mais importante do que o comunicado é o comunicador"...
Interessante pensar nisso...
Mais importante do que o comunicado é o comunicador.
Bjs.
Mauro, excelente texto. A frase do último parágrafo é "bíblica". Distribui o link do seu post para leitura obrigatória para meus sócios. Parabéns!
Augusto. Receber uma mensagem sua é sempre super-especial. Obrigado por ajudar a divulgar o blog. Grande abraço. Mauro.
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