segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Você é feliz no trabalho? Parte 2

Dentro do capítulo "Felicidade no trabalho", eu recomendo a leitura da coluna Agenda do Líder, assinada por Jack Welch, na revista Exame, edição 956, de 18/11/09. O título é "O equilíbrio é uma conquista". O texto é ótimo e fala sobre o tal equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal, pré-requisito para alcançarmos a felicidade no trabalho. Na verdade, o texto é uma adaptação de um trecho do livro "Jack Definitivo".

Eu gostei tanto, que separei alguns trechos com bons insights para publicar aqui no blog. Para ler e refletir.

"É claro que seu chefe quer que você seja feliz -- desde que sua felicidade ajude a empresa a crescer. O chefe não quer que você desista de sua família, de seus hobbies e de outros interesses. Mas a motivação dele consiste em fazer com que você canalize toda a sua energia para a empresa".

"... a estratégia é tornar o trabalho tão fantástico e prazeroso que as pessoas desistam de ir para casa jantar ou prefiram deixar de lado, por exemplo, o gosto por uma partida de xadrez".

"Apesar de toda a tecnologia que torna possível o trabalho virtual, a maior parte dos executivos se sente mais segura promovendo pessoas que já viu em reuniões e pelos corredores ou com quem já trabalhou em momentos de crises severas. Ou seja, se quiser trabalhar em casa a maior parte do tempo, prepare-se para enfrentar dificuldades extras de ascensão na carreira"

"Os chefes sabem que as diretrizes de trabalho e vida pessoal descritas no manual da empresa estão ali principalmente para fins de contratação. As verdadeiras condições são negociadas no dia a dia" .

"Raramente os funcionários que ocupam o 20% do escalão superior de uma empresa se queixam da falta de equilíbrio entre a carreira e a família. Em casa, assim como no trabalho, eles costumam ser tão competentes que já descobriram como colocar em prática diversas táticas para lidar com esses dois aspectos da vida".  

"Já os profissionais de desempenho abaixo da média se veem diante de três obstáculos. Em primeiro lugar, geralmente têm menos talento para organizar seu tempo e suas prioridades. Não só no trabalho mas também em casa. Em segundo, a performance medíocre deles lhes dá menos oportunidades de subir na empresa. Isso diminui sua autoconfiança e aumenta o sentimento de dúvida sobre ao que dar prioridade. Por fim, eles não têm a mesma segurança financeira dos 20% já citados, o que lhes confere menos recursos para negociar com babás, personal trainers e outros profissionais, que poderiam ajudar a alcançar mais equilíbrio entre as tarefas de casa e as do escritório".

"É claro que seu chefe quer que você seja feliz - desde que sua felicidade ajude a empresa a ter bons resultados".

Mas a parte mais importante de todo o texto vem abaixo, pelo menos na minha opinião.

"Na verdade, só você é capaz de identificar seus valores e suas prioridades. Só você sabe que trocas está disposto a fazer e só você pode avaliar as consequências disso. E mais: só você pode organizar seus horários e sua vida, no trabalho e em casa, de acordo com o equilíbrio que você mesmo considera ideal".

O aprendizado é o seguinte:
As grandes empresas, em sua maioria, têm diretrizes e orientações a respeito do equilíbrio trabalho e vida pessoal. Mas as verdadeiras condições são aquelas negociadas diretamente com o seu chefe. Portanto, quanto mais respeito, confiança e credibilidade existir entre você e seu chefe, melhores condições de equilíbrio se descortinarão para você. No entanto, as conquistas virão lentamente. E nem pense em delegar as suas prioridades para a empresa. Esse é um direito seu. Aliás, é uma obrigação, só você pode organizar os seus horários e as trocas que deseja fazer em busca de seus ideais e sonhos.

Aparentemente, esse conceito balança o conhecido ranking das "Melhores Empresas para se Trabalhar". A melhor empresa para se trabalhar é aquela onde o funcionário melhor sabe usar e usufruir da filosofia, dos valores e da flexiblidade que a empresa oferece, ou seja, é uma decisão individual. Você pode trabalhar na 1a. do ranking e ser infeliz, ou pode trabalhar na 150a do ranking e ser bem feliz, ou até trabalhar numa empresa fora do ranking e ser muuuuuito feliz. Ou seja, resumindo tudo: felicidade e equilíbrio profissional e pessoal são resultados de sua decisão pessoal, do que você faz e decide todos os dias, desde que acorda até a hora de dormir. Não delegue o "tal" equilíbrio para empresa.

Enfim, se a decisão é sua, então... seja feliz!

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7 comentários:

Rafael disse...

Apesar de ser um tema discutido desde o nascimento da palavra 'trabalho', é incrível como muitas pessoas ainda não se dão conta do que é ser feliz no trabalho e do que fazer para buscar essa felicidade.
De fato, "as verdadeiras condições são negociadas no dia a dia". Fico pasmo com a constatação de que ainda está em voga a "promoção por tempo de casa", o "meu chefe é meu inimigo" e o "odeio segunda-feira". Como você evidencia, o ranking chama-se "melhores empresas para se trabalhar", porque elas dão condições para você sentir-se bem. Agora, ser feliz no trabalho, realmente depende só do colaborador e suas decisões no dia-a-dia.

Um grande abraço, Mauro
Encontrei seu blog por acaso e tenho acompanhando assiduamente. Parabéns!

Anônimo disse...

Mauro, obrigado por compartilhar. Ótimos insights, diretos e acionáveis. Só pra colocar lenha na fogueira, já ouvi, diretamente, ao vivo e a cores, de um (a) EVP de grande empresa de tecnologia a seguinte frase (parafraseando): "there is no balance, between work and personal life, if you want to succeed in an executive career. You must opt. Será? Abraços, Alexandre Lacerda.

Mauro Segura disse...

Legal Rafael. Obrigado pelo prestígio e pela visita ao meu blog. Abraços. Mauro.

Mauro Segura disse...

Fala Alexandre. Tudo bem? Eu já ouvi também a afirmação de que para ser um executivo ou crescer na empresa é preciso esquecer esta questão de equilíbro pessoal e profissional. Acredito que esta pode ser sim a tônica em muitas empresas. Pode ser até uma cultura ou uma crença muito forte. Mas garanto para você que existem muitas outras empresas no mundo em que essa afirmação não é verdadeira. Daí, neste caso, eu volto ao conceito principal do posto. É você, exclusivamente você, que faz suas escolhas. Abraços e obrigado por visitar o meu blog. Mauro.

Regina Carvalho disse...

Há pouco tempo escrevi isto:
"A felicidade estará lá quando você optar por ganhar menos e continuar fazendo o que faz porque é o que realmente te dá prazer, te realiza. Mesmo que as pessoas achem que você perdeu a razão.
Escreva sua história, não deixe que outros façam isso por você!"
Tudo a ver com sermos os responsáveis pelas nossas escolhas não é?
Valeu pelo post!Abs,
Regina Carvalho

Andrea Nery disse...

Mauro, seu texto veio a calhar! Pra variar, mesmo de longe vc continua sendo meu guru :-)
Estou aproveitando minhas férias para pensar um pouquinho no que realmente acho que ainda preciso para ser ainda mais feliz, por isso parei um bom tempo no trecho que vc destacou: "Na verdade, só você é capaz de identificar seus valores e suas prioridades. Só você sabe que trocas está disposto a fazer e só você pode avaliar as consequências disso. E mais: só você pode organizar seus horários e sua vida, no trabalho e em casa, de acordo com o equilíbrio que você mesmo considera ideal".
bjs, Andrea

Mari disse...

Mauro estou lendo o seu post ao lado de um poema (colocado em uma estação de trabalho que peguei emprestada para trabalhar hoje rs). Ele diz assim "Não sei se a vida é curta ou longa de mais para nós. Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas..." (Cora Carolina). Eu acho que a vida profissional é assim... não precisamos trabalhar horas e horas exaustivamente para dar retorno a empresa, o que importa é fazer bem feito e de coração. Para mim, isso é felicidade no trabalho. Gde abraço.

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