sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O Paradoxo da Comunicação Interna

Texto meu publicado no Nós da Comunicação que reproduzo abaixo.

Os novos tempos trouxeram desafios enormes para a comunicação interna das empresas. Há uma década o papel da comunicação interna era comunicar, informar. Hoje, a responsabilidade é maior: é formar, capacitar e influenciar. Numa perspectiva mais ousada, poderíamos até dizer que a comunicação interna pretende formar o profissional do futuro que qualquer empresa deseja, ou seja, um colaborador mais engajado, conhecedor da estratégia da organização, cúmplice e influenciador representativo no mercado.

Eu sei que muitos dirão que estou confundindo o papel da Comunicação com Recursos Humanos, mas pergunto a vocês: já não está tudo misturado? A nova dinâmica das empresas impõe novas formas de desenvolvimento do colaborador e o rompimento de antigos paradigmas.

Esse é o paradoxo da comunicação interna nas empresas:

Desenvolver uma comunicação mais inspiradora, estratégica, visionária, de formação e de médio/longo prazo ou... buscar uma comunicação mais pragmática, factual, de informação e de curto prazo.


Existe ainda dois dilemas nesse contexto que é o profissional de comunicação e a tecnologia disponível.

As escolas de comunicação, de maneira geral, parece que ainda continuam formando profissionais de comunicação no modelo antigo, com foco no jornalismo e nas relações públicas tradicionais.

Outro desafio é a tecnologia disponível. A velocidade, a dinâmica, o alcance e a flexibilidade que as novas tecnologias trouxeram para a comunicação empresarial não podem ser negligenciadas como parte das empresas ainda fazem. A situação complica quando o próprio profissional de comunicação não conhece e não se desenvolve nas novas mídias e no ferramental tecnológico.

Esse contexto só amplifica o paradoxo e torna a comunicação interna das empresas num desafio ainda maior. Saber balancear o pragmatismo com a inspiração significa criar uma estratégia com canais de comunicação diversos, com conteúdo e porta-vozes definidos. É importante que o funcionário saiba onde ele se informa sobre fatos e onde ele se inspira. Criar essas alternativas é interessante, pois vai permitir que cada funcionário atenda o seu perfil de interesse e necessidade.

Enfim, novos tempos merecem uma nova comunicação interna.

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5 comentários:

Ocappuccino.com disse...

Comunicaçao interna e RH estão muito imbricados realmente. E sobre as possibilidades de uso de tecnologias na comunicação interna com o objetivo de 'pretende formar o profissional do futuro que qualquer empresa deseja' aprendi aqui no blog mesmo que a utilização, o não, das redes 2.0 pelos colaboradores por exemplo é reflexo da comunicação interna off line. Estou certo? Então o primeiro passo é fomentar canais sólidos de comunicação, mas não falo da caixa de sugestões no cafezinho, e sim do diálogo, da abertura em toda a escala o organograma.

MATEUS

Regina Carvalho disse...

Mauro, realmente o profissional responsável pela comunicação interna tem que ter visão multidisciplinar, não basta uma graduação específica.
Há que se ter uma visão em RP, RH, Publicidade, Administração, enfim, para conseguir criar, promover, disseminar e garantir o entendimento e engajamento dos funcionários.
Além de ter que ser um pouco Y, tarefa difícil para os mais velhos, e usar e entender as mídias sociais.

Mauro Segura disse...

É isso mesmo Mateus. Eu acredito que o sucesso na introdução de web 2.0 é diretamente proporcional ao clima de transparência, camadaragem e diálogo já existente no dia a dia das empresas. Grande abraço. Mauro.

Zee Lima disse...

Quando penso nestes paradoxos, eu me lembro do termo "equações impossíveis". Estas equações são aquelas que não tem solução a menos que vc mude profundamente todo seu padrão de pensamento.

Ou seja, num plano mais geral equações impossíveis nos fazem caminhar, evoluir. Como sempre, a adversidade nos faz caminhar.

Creio que muito desta equação vem do fato de hj nós termos empresas com modelos de negócios diferenciados e desafiadores para a mentalidade padrão.

Estas utilizam ao máximo as tecnologias vigentes... já outras, que segem o padrão, não vêem vantagem alguma nestas tecnologias.

Entretanto, temos a mão de obra, e muitas pessoas buscam um modo de produção diferenciado e desafiador. Pronto, a equação está armada.

A mão de obra criativa busca a empresa criativa. Numa economia globalizada onde a produção acontece segmentada pelo mundo, quem leva a maior vantagem?

Este é o panorama, que vejo, onde entra este paradoxo que apresentou Mauro. Os profissionais de Comunicação são diversos... Publicitários, Relações Publicas, Bibliotecários, Jornalistas, para citar alguns, todos nós mexemos com informação.

Então temos os profissionais, temos as empresas... que rolem os dados!


Abraços a Todos!

Mari disse...

Mauro, concordo totalmente com você que o papel do Comunicador é influenciar, inspirar... até porque a nossa geração Y não quer saber mais de textos enormes, cheios de blablablás, que ficam informando fatos, dados e números somente. Nós temos que, em poucas palavras, encantar para cativar atenção dos funcionários de primeia. E acrescentaria ao mix "Comunicação Inerna/RH" a área de Pesquisa (p/ embolar ainda mais o meio de campo rs) pois para sabermos como efetivamente atingir esse público e despertá-los para a ação, precisamos saber ouví-los (e fazer isso sempre, pois hoje as coisas mudam muito rápido). Bjos.

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