No dia 29/12, o Valor publicou mais uma matéria sobre a fusão do Santander com o Real. No início de dezembro, a Gazeta Mercantil já havia anunciado que a marca do Banco Real vai desaparecer em 2010. Ato corajoso essa do Santander, né?
Na verdade o Santander se encontra numa verdadeira sinuca, ou mantém o malabarismo atual de trabalhar com duas marcas de banco ou parte para a jornada de fundir as duas marcas.
Segundo o jornal, no segundo semestre de 2010 é que o grupo Santander planeja iniciar o processo de substituição da marca da companhia adquirida, adotando a partir daí somente o nome Santander.
O que me chama atenção é o diretor-executivo de gestão de marcas (sim, eles têm isso...) do Grupo Santander Brasil falar que não se trata da “morte da marca Real” e que o processo de substituição será feito de modo cuidadoso e “sem rupturas”. Ele diz também que “os valores da marca Real serão incorporadores pelo Santander”.
Mais do que a marca, sistemas, modelo de negócios e infraestrutura, parece que o grande desafio mesmo é a integração cultural. Na entrevista de 29/12 no Valor, o presidente do grupo Santander Brasil, Fabio Barbosa, fala que a integração cultural vai muito bem. Um comitê formado por quatro executivos provenientes do Santander e quatro do Real, comandados pelo próprio Fabio Barbosa, dirige o grupo. Barbosa quer combinar a agressividade e inovação comercial do Santander com a preocupação com a sustentabilidade e relacionamento com os clientes do Real. "Criaremos provavelmente uma terceira cultura."
Cá entre nós, eu acho que esse papo de fusão não existe, o que vai ocorrer é a marcar Santander engolir a marca Real. A marca Real vai morrer sim. Eu, como cliente do Banco Real, já tenho que ir me acostumando com o novo banco que vem por aí.
Na minha visão de cliente e espectador, o grande dilema é a diferença de atributos que os dois bancos carregam. Enquanto o Banco Real é o banco da sustentabilidade, da terceira idade (projeto “Talentos da Maturidade”) e conservador, o Banco Santander se apresenta como o banco das idéias, da tecnologia e da velocidade, como bom patrocinador que é da Fórmula 1. Um é o banco de anúncios mais inspiradores e visionários, enquanto o outro é de anúncios mais elétricos e competitivos. Um é verde e amarelo, forte símbolo brasileiro, o outro é vermelho vibrante, denunciando ser um banco estrangeiro. Um é forte patrocinador de projetos culturais no país, enquanto o outro já anunciou patrocinar a Ferrari em 2010. Será que dá prá fundir empresas e marcas com atributos tão distintos???? É só entrar nos sites dos dois bancos para ver as diferenças.
Enfim, estamos diante de um grande caso de gerência de marca e fusão de culturas diferentes. Vale a pena ficar de olho e aprender com eles. Eu já liguei meu radar...
8 comentários:
Mauro, bom dia!
Que pena que a marca Real vai desaparecer. Acho o Santander muito corajoso...e a cor vermelho muito agressiva!!! Você continuará correntista, após a integração?
abs.
Oi, Moisés, essa pergunta é boa. Sou correntista do Real por alguns motivos. Gosto do posicionamento do Real focando Sustentabilidade. Adoro os serviços de internet do Banco Real onde praticamente resolvo toda a minha vida bancária via web. Acho as tarifas competitivas, apesar que não são baratas. E tenho que confessar que gosto do verde e amarelo. Também sou cliente desde 1993. Isso tudo junto é que me faz ficar com o Real, principalmente os serviços e a simpatia da marca Real. Não sei como será encarar o vermelho do Santander. O que mais me preocupa é perder a praticidade que a internet do Real me oferece. Enfim, resumindo tudo, eu desejo continuar correntista após a integração, mas os serviços e tarifas serão fundamentais nessa experiência. Abraços e obrigado por visitar meu blog. Mauro.
Não gostei nada disso, na verdade não gostei da compra do Real pelo Santander. Não acho o Santander um bom banco, inclusive a marca Real para mim é muito mais forte e transmite muito mais confiança e qualidade que o Santander. É uma pena matar uma marca que é mais forte que a do próprio comprador, não sei se desejo continuar como correntista após a integração, talvez migre para o Itaú, um banco que conheço bem, pois meu pai é correntista desde 1984...
Pois é, Renato. Esse negócio de matar uma marca que é mais forte que a do comprador as vezes acontece. Um outro bom exemplo é a compra da VARIG pela GOL. A marca VARIG é fortíssima no mundo todo, é um "asset" valioso, mas é certo que a GOL, em algum momento, vai enterrar a marca VARIG. Aliás, já está fazendo isso lentamente. Abçs e obrigado por visitar meu blog. Mauro.
Um ano depois, essa junção está podendo ser sentida de verdade. Já me preparo para deixar de ser cliente. A cultura de atendimento do Santander esta sendo muito inferior. Há 4 meses tenho muitos aborrecimentos.
Sou Cliente do Real Van Gogh há 10 anos e o que mais marca realmente é a confiança, praticidade e afeição que a marca real evidencia a seus clientes. Tenho antipatia pela marca Santander e não sei se manterei relacionamento com ela. É uma pena o que fizeram com o Tradicional Banco Real....
Pois é, esta semana mataram "nosso" banco. Vai ser difícil assimilar a cultura do Santander...
É Renato, tá duro de encarar a internet do Santander toda vermelha na minha frente...
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