domingo, 4 de janeiro de 2009

Cidade na Inglaterra diz NÃO para banda larga sem fio

Em maio de 2008, um estudo do grupo inglês Ofcom mostrou um dado surpreendente: na Inglaterra, o acesso à web via banda larga tem maior penetração nos domicílios rurais do que nos urbanos. O estudo apontou que conexões banda larga (incluindo internet a cabo, satélite e rede móveis de alta velocidade) estão presentes em 57% dos domicílios rurais ingleses. Já nas cidades, esse índice é 53%. Foi a primeira vez que a pesquisa revelou maior penetração na zona rural do que na cidade.

A pesquisa analisa algumas possíveis razões para esse resultado. Uma delas, talvez a mais razoável, é que o cidadão urbano pode viver mais facilmente sem banda larga em casa, já que ele pode usar os serviços de acesso a web no trabalho, na escola ou mesmo numa LAN house (apesar que eu acho que as LAN houses nos países desenvolvidos estão desaparecendo). Já nas áreas rurais, a conexão de alta velocidade à web é fundamental como meio de pagar contas, se instruir, se informar, se divertir e, até mesmo, trabalhar. Faz sentido.

E no Brasil??? Bem, as áreas rurais de nosso país tem outras necessidades antes da banda larga, como por exemplo: infraestrutura de saneamento básico, saúde, educação, transporte, água e energia elétrica. Alguns serviços que nos colocam dezenas de anos atrás da Inglaterra.

Atrás da Inglaterra? Nem tanto. Cada dia aparece uma novidade no mundo, né? Dias atrás tomei conhecimento na Folha de SP de uma notícia surpreendente. Moradores da cidade de Glastonbury, na Inglaterra, estão promovendo uma campanha contra o sistema de internet sem fio na região. A alegação é que a rede WiFi está afetando a saúde da população e causando doenças. Pesquisando um pouco mais, descobri que Glastonbury é uma cidade histórica, com aproximadamente 9 mil habitantes e centro para terapias alternativas e espiritualistas. O sistema de banda larga sem fio é grátis e foi instalado em maio de 2008. A matéria no Daily Telegraph possui alguns depoimentos que surpreendem. Também vale ler a matéria no online da revista inglesa Blackmore Vale.

Enquanto aqui no Brasil nós brigamos pela inclusão digital, alguns ingleses lá pedem a exclusão digital. Vale lembrar que eles não estão contra a internet, e sim contra o sistema de trasmissão sem fio.

Não é a primeira vez que ouvimos falar que a radiação causada pela tecnologia afeta a saúde das pessoas. Já li que os "sistemas sem fio" podem causar dores de cabeça, náusea e dores musculares. Nada disso ainda foi provado, mas a discussão continua. O que surpreende neste caso é a população de uma cidade tomar posição, se mobilizar por uma causa e gerar discussão. Isso sim é bacana e merece atenção. Existem vários sites de protesto e uma campanha online que vale ver. Acesse aqui pois faz a gente pensar. Eles estão usando as mídias sociais na web para mobilizar a população.

Enfim, as redes WiFi é uma realidade e um caminho sem volta, significam inclusão digital, cidadania, democracia e desenvolvimento. Porém, entender os seus impactos na saúde é uma necessidade imediata. Valorizo esse caso na cidade de Glastonbury pois provoca uma discussão oportuna e importante para toda a sociedade do planeta.



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