segunda-feira, 28 de março de 2011

Geração Y, adote seu chefe como estagiário

Leonardo, 24 anos, foi identificado como um potencial talento da empresa e acabou sendo convidado para participar como ouvinte de uma das reuniões de diretoria. Essa era uma das atividades aplicadas no programa de desenvolvimento de talentos da empresa, cujo objetivo era dar visibilidade e exposição para os jovens selecionados, bem como acelerar seu desenvolvimento.

Leonardo entrou na reunião e ficou ouvindo tudo que rolava. Lá pelas tantas, no meio de uma discussão, o jovem pediu para falar. Dada a autorização, ele apresentou sua opinião com propriedade, convicção e de forma entusiasmada. As colocações de Leonardo foram ouvidas com atenção, evidenciando que eram relevantes. Em nenhum momento ele falou olhando para baixo, pelo contrário, usou o tom certo, foi objetivo e direto ao ponto. No final da reunião, alguns diretores perguntaram quem era aquele jovem de cabelo espetado e barba mal cortada, que falou com voz firme e alterou o rumo da reunião.

Eu saí daquela reunião boquiaberto. Caso existisse um programa desse tipo na minha época, e eu fosse o tal jovem talentoso, provavelmente ficaria quieto e agiria como um ouvinte obediente durante toda a reunião, permanecendo quase transparente. Eu nunca me sentiria à vontade e com coragem para dar uma opinião numa reunião de diretoria.

A entrada da geração Y no mercado de trabalho está agitando as coisas. A era do chefe "sabe-tudo" e do "fala-que-eu-escuto" está descendo ladeira. A geração que chega hoje às empresas quer participar, opinar e contribuir em todas as áreas, independentemente de que departamento ou divisão ele faz parte. Aliás, o nome "departamento" é algo jurássico para esse grupo. Soa mal. Não é por acaso que as empresas vêm abandonando algumas denominações como "departamento" e "divisão", e surgem termos como área, time e unidade.

É interessante ver o comportamento da geração Y nas reuniões de trabalho. O exemplo que relatei acima é real. Mas o mais legal mesmo é ver a relação dos jovens com o seu chefe imediato. A geração Y não consegue ver o chefe como autoridade suprema e sabedor de todas as coisas. Até porque ele não sabe mesmo. O chefe para ele é um colega mais velho, mais experiente, mas que ainda tem muito a aprender. A área mais evidente onde o jovem tem mais autoridade de conhecimento é a tecnologia. Nós, baby-boomers, que somos chefes em nossas empresas, deveríamos entender que somos aprendizes em certas áreas, como, por exemplo, o uso de mídias sociais, blogs, wikis e outras ferramentas equivalentes. Portanto, independentemente de sua geração, ajude o seu chefe a entender essa nova realidade. Infelizmente, ainda vejo alguns chefe "papai-sabe-tudo" por aí.

Enfim, alguém aí quer me adotar como estagiário?

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segunda-feira, 21 de março de 2011

A maioria dos líderes das empresas tem pouco tempo para pensar

Infelizmente, a maioria dos líderes das empresas tem pouco tempo para pensar. Poderíamos encontrar mil justificativas para isso, mas o problema não é discutir os motivos e sim as consequências. Tais executivos costumam cair na armadilha de tentar repetir seu último êxito em vez de fazer uma pausa, olhar para os novos problemas e oportunidades, refletir e tentar fazer algo realmente diferente. A questão é que este estilo de gerir a empresa tornou-se um hábito: o de gastar muito tempo na execução e deixar quase nada para pensar.

A escassez de tempo, a maior rotatividade de pessoal nas empresas, a busca por produtividade, o foco na redução de custos, tudo isso e muito mais não são apenas tendências, são condições que agora fazem parte da equação operacional das empresas. Quem diz isso não sou eu, é Rosabeth Moss Kanter, cientista social e autora de best-seller como Confidence e SuperCorp. Mas eu concordo muito com o que ela diz.

Portanto, torna-se evidente que algo deve ser feito para que os executivos e os funcionários das empresas tenham novamente condições para pensar. E pensar significa "ver e fazer diferente", não mais a fórmula de repetir indefinidamente as experiências que deram certo, fazendo às vezes pequenas maquiagens, mas na essência é apenas "mais do mesmo". Aliás, escrevi um pouco sobre isso num post anterior, chamado "Você é um profissional conservador, moderado ou agressivo?".

Então, qual poderia ser a alternativa para dar tempo e criar um ambiente positivo para pensar e colaborar? Adivinhou? Sim, sim, sim. As mídias sociais. As mídias sociais formam uma plataforma aberta, 24 horas, onde todos podem opinar e conversar, independentemente do local geográfico, posição hierárquica e área de atuação. Veja AQUI os principais benefícios do uso de redes nas empresas.

Meu ponto aqui é simples. As redes sociais, quando implementadas nas empresas, podem dar aos executivos condições para eles voltarem a pensar mais, fugir do lugar comum de repetir as velhas fórmulas do sucesso, ouvir opiniões de pessoas a que normalmente não teriam acesso, avaliar ideias ousadas que desafiam o "status quo" da empresa, identificar e engajar alguns talentos desconhecidos e descobrir potenciais oportunidades que o dia a dia corrido não permite. Enfim, o potencial de ganhos é enorme.

Cá entre nós, olhe a empresa onde trabalha e a atuação dos executivos que a comandam. Pense bem. A maioria dos executivos não costuma fazer sempre a mesma coisa? Não existe a tendência de repetir e insistir nas velhas fórmulas de sucesso que no passado deram certo?

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segunda-feira, 14 de março de 2011

A nova geração que chega ao mercado de trabalho não gosta de usar e-mail, evidencia estudo

Uma pesquisa da comScore, publicada em janeiro de 2011, apresentou resultados interessantes a respeito do uso do e-mail nos Estados Unidos.

Eis os principais "findings" da pesquisa:

1- O número de pessoas que acessam sites de webmail, como gmail e hotmail, está em declínio. A queda foi de 6% em comparação ao ano passado;

2- O tempo gasto nos sites de webmail caiu 9%, enquanto o total de page views caiu 15% de ano para ano;

3- O maior declínio ocorreu entre os jovens de 12 a 17 anos de idade. O número de visitantes deste segmento aos serviços de webmail caiu 24% comparado ao ano anterior;

4- Por outro lado, o uso do webmail aumentou em 15% entre as pessoas com idade de 55 a 64 anos;

5- O número de pessoas acessando webmail através de dispositivos móveis cresceu 36%;

6- A atividade de webmail continua sendo uma das mais populares da web, alcançando mais de 70% da população norte-americana;

7- Em novembro de 2010, 70 milhões de usuários móveis (que representam 30% de todos os assinantes de dispositivos móveis nos EUA) acessaram serviços de webmail através de seus dispositivos, o que representa 36% de aumento em relação ao ano anterior.

Tudo isso é muuuuito interessante. Apesar do número de e-mails estar decrescendo entre os jovens, isso não significa que a comunicação entre eles esteja diminuindo. Muito pelo contrário: a comunicação tem aumentado em função da enorme oferta de novas plataformas e meios de comunicação, especialmente os dispositivos móveis entre os jovens. Os adolescentes estão usando cada vez mais as redes sociais em detrimento do e-mail, privilegiando a comunicação instantânea, interativa, curta e objetiva.

Este pacote de tendências, com especial destaque para as redes sociais e mobilidade massiva, é um alerta para as empresas, que devem se preocupar em desenvolver uma comunicação mais alinhada com essa nova força de trabalho que chega às empresas.

Por fim, uma história pessoal. O estudo da comScore toca num tema que me incomoda profundamente. Confesso que e-mail é um fardo na minha vida. Recebo 200 (ou mais!!) por dia e não consigo dar conta deles, que parecem nascer feito gremlins. O mundo corporativo ainda não encontrou uma forma de gerenciar essa "dor constante" que afeta a maioria dos trabalhadores que lidam com seus computadores no ambiente do trabalho. O número de e-mails é crescente. Nove entre cada dez executivos sofrem com esse problema; o que sobra já desistiu (conheço executivos que me dizem que já desistiram de tentar controlar sua caixa de entrada).

Ao constatar que os jovens estão usando menos e-mails, a pesquisa da comScore traz um pouco mais de esperança para todos nós, do mundo corporativo, escravos da caixa de e-mails. Afinal, algo vai ter que mudar. A nova geração que chega no mercado de trabalho definitivamente não acredita no e-mail.

Acesse AQUI o release da comScore apresentando o estudo.

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