segunda-feira, 21 de março de 2011

A maioria dos líderes das empresas tem pouco tempo para pensar

Infelizmente, a maioria dos líderes das empresas tem pouco tempo para pensar. Poderíamos encontrar mil justificativas para isso, mas o problema não é discutir os motivos e sim as consequências. Tais executivos costumam cair na armadilha de tentar repetir seu último êxito em vez de fazer uma pausa, olhar para os novos problemas e oportunidades, refletir e tentar fazer algo realmente diferente. A questão é que este estilo de gerir a empresa tornou-se um hábito: o de gastar muito tempo na execução e deixar quase nada para pensar.

A escassez de tempo, a maior rotatividade de pessoal nas empresas, a busca por produtividade, o foco na redução de custos, tudo isso e muito mais não são apenas tendências, são condições que agora fazem parte da equação operacional das empresas. Quem diz isso não sou eu, é Rosabeth Moss Kanter, cientista social e autora de best-seller como Confidence e SuperCorp. Mas eu concordo muito com o que ela diz.

Portanto, torna-se evidente que algo deve ser feito para que os executivos e os funcionários das empresas tenham novamente condições para pensar. E pensar significa "ver e fazer diferente", não mais a fórmula de repetir indefinidamente as experiências que deram certo, fazendo às vezes pequenas maquiagens, mas na essência é apenas "mais do mesmo". Aliás, escrevi um pouco sobre isso num post anterior, chamado "Você é um profissional conservador, moderado ou agressivo?".

Então, qual poderia ser a alternativa para dar tempo e criar um ambiente positivo para pensar e colaborar? Adivinhou? Sim, sim, sim. As mídias sociais. As mídias sociais formam uma plataforma aberta, 24 horas, onde todos podem opinar e conversar, independentemente do local geográfico, posição hierárquica e área de atuação. Veja AQUI os principais benefícios do uso de redes nas empresas.

Meu ponto aqui é simples. As redes sociais, quando implementadas nas empresas, podem dar aos executivos condições para eles voltarem a pensar mais, fugir do lugar comum de repetir as velhas fórmulas do sucesso, ouvir opiniões de pessoas a que normalmente não teriam acesso, avaliar ideias ousadas que desafiam o "status quo" da empresa, identificar e engajar alguns talentos desconhecidos e descobrir potenciais oportunidades que o dia a dia corrido não permite. Enfim, o potencial de ganhos é enorme.

Cá entre nós, olhe a empresa onde trabalha e a atuação dos executivos que a comandam. Pense bem. A maioria dos executivos não costuma fazer sempre a mesma coisa? Não existe a tendência de repetir e insistir nas velhas fórmulas de sucesso que no passado deram certo?

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5 comentários:

Cynthia disse...

Oi Mauro.

Concordo com sua visão. O uso das mídias sociais na esfera da comunicação interna proporciona uma oportunidade ímpar para que as lideranças possam refletir e experimentar novas decisões a partir da discussão deliberativa de novas idéias que circulam em diversos níveis organizacionais.

Por suas características inerentes, as mídias sociais permitem um nível de diálogo e deliberação que já se reflete em outras instâncias da vida do funcionário, na medida em que ele já pode exercer sua influência como cidadão e consumidor, por exemplo. Por que não em seu ambiente de trabalho?

Acho que o "pulo do gato" é assegurar que as organizações percebam que a participação dos funcionários nas mídias sociais pode contribuir, colaborar, deliberar rumo às mudanças, inovações e soluções sem que isso seja uma ameaça ao que é vigente.

Penso, ainda, que as mídias sociais apenas tornam tangível aquilo que já é sinalizado na comunicação informal e que, via mídias sociais, pode ganhar maior expressão e visibilidade e, assim, gerar inúmeros benefícios para a empresa.

Porém, para potencializar o seu uso e não cair em descrédito, acredito ser fundamental que as organizações abandonem o receio de que o uso das mídias sociais fragilize o poder nas organizações e desestabilize o “status quo”. E lembrar sempre que a dinâmica do uso das mídias sociais propõe uma comunicação essencialmente humanizada, pois é instável, incerta, reproduzida a partir do discurso de seus membros e, por isso, tão rica e infinita em soluções e possibilidades que possam beneficiar o negócio, o clima organizacional e fortalecer as relações internas.

Aproveito a oportunidade para registrar que sou fã do seu blog!

Abraços,
Cynthia
@Cyprove

Mauro Segura disse...

Cynthia.
Concorde muito com tudo que você escreveu. Particularmente gostei muito do último parágrafo quando você diz ser fundamental que as organizações abandonem o receio de que o uso das mídias sociais fragilize o poder nas organizações e desestabilize o “status quo”. No mundo real é isso que acontece. Um dos grandes receios dos executivos é o tal "status quo", que todos reclamam, mas que no fundo todos lutam para mantê-lo como está.
Também adorei quando disse que a dinâmica do uso das mídias sociais propõe uma comunicação humanizada, portanto instável e infinita em pontos de vista e possibilidades. É isso mesmo.
O seu último parágrafo é uma pintura que merecia ser lido por muita gente, pois sumariza muito bem o que tenho falado sobre o tema.
Enfim, obrigado por contribuir. Seus comentários foram valiosos e interessantes. Sempre aprendo com eles. Abraços. Mauro.

Cynthia disse...

Eu é que agradeço o seu feedback bacana, a oportunidade de trocar ideia e poder contribuir de alguma forma! Abraços.

João Ismael Spósito disse...

Mauro,

Claríssimo sua visão, bem complementada pelo comentário da Cynthia. As redes sociais já têm um papel relevante na vida das pessoas e esse grau de importância tende a crescer cada vez mais, influenciando de forma significativa, para o bem e para o mal, todos os elos que compõem a sociedade, incluindo, claro, as organizações, seus líderes e seus respectivos processos de reflexão e tomada de decisão.

Todo esse aparato tecnológico, porém, somente poderá ser potencializado positivamente se os líderes desenvolverem a capacidade de ouvir e tiverem a humildade de reconhecer que eles têm limites e que precisam de ajuda, tanto das pessoas quanto das tecnologias. Sem essa consciência voluntária, continuarão num vôo solo e cego, fazendo mais do mesmo e colocando em risco o sucesso das organizações que dirigem e, obviamente, das suas próprias carreiras. Obrigado. Abraço.

Anônimo disse...

Não adianta falar de midias sociais nas empresas sem falar de cultura corporativa. De que adianta pensar em midias sociais em uma empresa fechada, excessivamente controlada e avessa a novas experiencias? Infelizmente a maioria das empresas estão nesse estagio. Parabens pelo blog. Sou leitor assiduo. Abraços.

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