
Talvez isso explique o surgimento de filmes de mais longa duração nos tempos atuais. O pessoal filma tanto, que acaba forçando a barra na finalização do filme para incluir mais cenas. Aliás, pense em nós mesmos. Qualquer pessoa com uma câmera digital nas mãos produz uma quantidade enorme de fotos. A dificuldade é como armazenar toda esta produção e e depois achá-la de novo. Quantas vezes geramos fotos que nunca mais vemos depois? Se levarmos este contexto para o cinema, publicidade e TV, o problema é bem maior. O pessoal da pós-produção tem que se virar com o armazenamento e principalmente na montagem do filme. Como separar o que presta do que não presta? Como selecionar as pepitas de ouro no meio de toneladas de material produzido?
Em resumo: a produção digital não é muito mais barata. O custo mudou de lugar dentro do processo, onde o vilão é agora o processamento do material. A carta "O Método - Projeto Definitivo" é muito interessante e mostra o brilhantismo do gênio Fernando Meirelles.
Tudo isso pode ser refletido no mundo da comunicação corporativa. Há uma década, a produção do material de comunicação interna e externa nas empresas era muito mais difícil, lenta e enxuta do que os dias atuais. Era quase um trabalho de garimpagem. Hoje, as equipes de comunicação das empresas produzem toneladas de informação, de forma rápida e abundante, que é publicado em meios impressos e digitais, muitas vezes de forma online e no "calor da emoção" da notícia. Isso tudo sem esquecer o imenso volume multimídia produzido. Tudo isso é muito legal, mas nós estamos boambardeando as audiências com um volume absurdo de informação.
Diante de tanta informação disponível nas empresas, como garantir que o receptor vai realmente receber a informação mais relevante, aquela que realmente interessa? É preciso repensar "o método" de trabalho existente na comunicação corporativa. A produção indiscriminada de conteúdo não é desejável. É preciso que cada conteúdo seja pensado com antecedência e avaliado, pois nem tudo que é produzido merece entrar na "máquina de comunicação". Em resumo, menos é mais.
2 comentários:
Confesso que nào entendi tudo da carta do Fernando Meirelles, me perdi em alguns detalhes, mas achei interessante que seja no mínimo a criação de um método para ajudar na criaçãod e conteúdo. Eu, particularmente, tenho essa necessidade de ler "tudo" de um assunto, e tenho ficado louca com tanta referencia, rsrsrs Imagina no mundo dos filmes.
Realmente Mauro, para as empresas isso tb é importante, pq na nossa que tem uma intranet igual a uma internet eu me sinto bem perdida às vezes. E sempre brinco, quando acho legal preciso salvar o link pq se for buscar de novo... nunca mais.
hehehehe.. Paula, é verdade, a carta de Meirelles é um pouco difícil de entender. Mas o conceito é cristalino. Eu tive a chance de estar próximo do Meirelles em alguns trabalhos (na época que eu gerenciava o marketing da Intelig e a O2 fazia muitos filmes publicitários para a empresa, entre 2001 e 2002) e o cara é realmente um gênio. Obrigado pelo comentário e por visitar o meu blog.
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