As empresas têm muita dificuldade em falar de diversidade, especialmente entre seus colaboradores. Parece que o discurso fica mais na retórica e na intenção do que a prática demonstra. De maneira geral, as empresas conquistaram alguns avanços na igualdade para mulheres, um pouco menos para afrodescendentes e deficientes, mas pouquíssimo em GLBT. Aliás, minha percepção é que GLBT ainda é muito pouco discutido dentro das empresas. Acho até que o tema é debatido nas salas fechadas e nos fóruns reservados, mas tratar desse assunto de forma transparente nos canais de comunicação interna das empresas ainda é um desafio e tanto.
Para esclarecer, GLBT é a sigla de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros.
As empresas ainda não entenderam que as gerações mais novas encaram esse tema com muito mais naturalidade do que as gerações mais velhas. Portanto, o momento atual é muito oportuno para as empresas iniciarem um diálogo sobre este tema com seus funcionários mais jovens. Os tabus, preconceitos e paradigmas estão sendo quebrados em toda parte, pela TV, pela internet, pelo comportamento cotidiano das pessoas e dos movimentos populares marcantes, como por exemplo as inúmeras paradas gays que acontecem ao redor do mundo. Acho que o lugar onde menos se fala a respeito disso é no ambiente empresarial. As empresas, desejando ser politicamente corretas, acabam sendo passivas e dissonantes de um movimento importante que ocorre na sociedade.
Na IBM, a diversidade está no DNA da companhia. Encaramos o tema com seriedade, apesar de estarmos conscientes que ainda há muito por fazer. O mês de junho é o mês da diversidade dentro da empresa. Temos uma série de atividades para falar do assunto, que cada vez mais é discutido abertamente.
Semanas atrás fizemos uma ação de comunicação interna que considero uma excelente prática educativa. Criamos um pequeno folder chamado: “GLBT – feche as portas para o preconceito”. Nele explicamos o que é diversidade, a política da empresa no tema, os grupos de diversidade e os termos que a grande maioria confunde.
Adorei quando escrevemos que o objetivo maior do grupo de diversidade GLBT é promover um ambiente inclusivo e evoluir até que o grupo possa se tornar desnecessário, o que ocorrerá quando a diversidade for um assunto de interesse comum no cotidiano de cada um de nossos profissionais, parceiros, clientes e familiares”. Enfim, o sonho de uma sociedade mais evoluída, mais consciente, mais humana e menos preconceituosa.
ESSE FOLDER foi distribuído para todos os funcionários, no meio de muitas atividades, entre elas: mesas-redondas, palestras, vários artigos nos canais de comunicação interna e muita, muita, muita conversa.
Em resumo, o primeiro passo para dismistificar GLBT é falar sobre o tema, de forma ativa, natural e transparente.
Um comentário:
Olá! Eu entendo as raises culturais e históricas de tanto preconceito em relação a algo tão natural quanto escolha sexual. No fundo essas polêmicas só deixam expressa clara e abertamente uma coisa:
Empresas SÃO organismos vivos, extremamente sentimentais, e conduzidos a tomadas de decisões pautadas em conceitos e idéias pré estabelecidas.
O mundo dos negócios está longe de ser tão "impessoal" e "voltado a produção e lucro" como gosta de se apresentar.
;D
Forte Abraço!
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