O fato é que todos tratavam 2009 como um ano de intenso investimento e crescimento. A chegada da crise transformou esse cenário. Nas conversas que tive com colegas de várias empresas é que a agenda de 2009 mudou radicalmente. Deixamos de ter aquela agenda “super-positiva” para entrarmos numa outra agenda. Os planos de investimentos e contratações ficam estacionados num canto e entram em cena as discussões de revisões de custos, eficiência operacional e até reformulação do modelo de negócios.
Essa mudança de agenda está transformando 2009 num ano muito mais duro para todo mundo, com sérios impactos nas empresas, afetando toda a cadeia, desde fornecedores até clientes. Todos vão ter que ceder o seu quinhão, num ano em que grandes pressões virão de todos os lados.
O que isso significa? Significa que todos nós, trabalhadores, vamos ter que trabalhar muito mais do que imaginávamos em função desse cenário menos positivo.
Em resumo, esse foi o tema das conversas que tive com muitos amigos de diversas empresas no final do ano passado, quase todos das áreas de tecnologia e telecomunicações. A grande maioria falando a mesma coisa: Em 2009 vamos trabalhar muito mais do que em 2008, vai ser um ano menos divertido e vamos ceder mais tempo da nossa vida pessoal em função da pressão da vida profissional.

Hoje, ao ler a Época Negócios de Jan/09, me deparo com uma matéria que cobre exatamente a conversa acima, A matéria é excelente e se chama “Uma crise na agenda” (páginas 80 e 81). Infelizmente ela não está disponível online.
A matéria está centrada numa pesquisa coordenada pelos consultores Betânia Tanure e Antonio Carvalho e aborda os efeitos dessa “agenda negativa” de 2009. A pesquisa foi feita com diretores de empresas, mas os resultados certamente valem para todos os níveis de trabalhadores. A essência do resultado da pesquisa é que o “impacto da crise econômica sobre a vida profissional e pessoal se dará com o aumento da jornada de trabalho e piora da qualidade da vida”.
Eis dois dados da pesquisa:
- 41% dos executivos prevêem aumento na sua carga horária de trabalho, que muitos já consideram excessiva;
- 35,7% dizem que a qualidade de vida vai piorar, em função da expectativa de enfrentar situações traumáticas como cortes na produção, férias coletivas e demissões.

Enfim, estejamos preparados para sacudir o corpinho e entrar na dança. Fazer de 2009 um ano melhor depende de cada um de nós, de como vamos encarar os desafios e transformar os limões em limonada.
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