As empresas desenvolvem seus canais de comunicação interna privilegiando a organização tradicional, tendo como base seus departamentos e unidades organizacionais. A comunicação formal, dentro da empresa, existe entre os departamentos contidos no

Vou citar dois exemplos que identifico na IBM, a empresa onde trabalho.
Lá temos a comunidade técnica, formada por um número enorme de profissionais técnicos da empresa, que estão espalhados em diversos departamentos e sub-departamentos. Eles se falam, têm interesses comuns e compartilham os mesmos ideais. Estão espalhados por toda empresa e formam um grupo fortíssimo e numeroso. Outra comunidade, muito comum nas empresas, é a de secretárias. Elas formam uma rede paralela na empresa, sabem de tudo, são influenciadoras, são aliadas umas às outras, mas normalmente são negligenciadas pelas empresas.
O conceito é simples. As empresas se beneficiariam muito se soubessem identificar essas

Nesse cenário, nós poderíamos identificar quatro tipos de empresa:
1- Têm aquelas que não sabem da existência de comunidades paralelas. Essas são as empresas CEGAS ou ALIENADAS, pois não conseguem enxergar o que acontece dentro delas;
2- Têm aquelas que sabem da existência de certas comunidades internas, mas fingem que não vêem ou preferem ignorá-las. Essas são as empresas DISSIMULADAS;
3- Têm aquelas que sabem da existência de comunidades, reconhecem-nas, mas não ajudam a alavancá-las. Até fazem alguma coisa, mas sempre no conceito de obrigação. Não é uma iniciativa genuína. Essas são as empresas NEGLIGENTES ou DESCOMPROMETIDAS;
4- E têm aquelas que sabem da existência das comunidades e ajudam a desenvolvê-las, valorizá-las e integrá-las na gestão da empresa. Essas são as empresas TRANSFORMADORAS, SOCIAIS e MODERNAS, que entendem e investem na colaboração e integração.
Mas como se tornar uma empresa número 4 ?

Para a empresa embarcar nessa onda, não necessariamente a empresa tem que implementar ferramentas de web 2.0. Basta criar facilidades para as pessoas se reunirem regularmente numa sala de reunião, num auditório, numa áudio ou vídeo-conferência. O importante seria identificar essas principais comunidades e ajudá-las a se desenvolver. Obviamente que as ferramentas digitais ajudariam muito nessa jornada, pois a geração Y respira essa nova tecnologia.
Acho que essa missão deveria fazer parte da estratégia dos líderes de comunicação das empresas. Minha impressão é que, na maior parte das vezes, isso não está no radar de ninguém. A área de comunicação deixa para a área de RH. A área de RH está tão cheia de coisas que acaba deixando para outra área ou na prioridade mínima. O pior mesmo é quando, em algumas empresas, as tais comunidades só existem uma vez por ano. Quer um exemplo? O dia da secretária. Esse é o único dia do ano que as empresas olham para essa importante comunidade.
4 comentários:
Mauro, acho que a maioria das organizações quer estar classificada como 4. O grande desafio aqui é convencer a liderança das empresas sobre a importância e os benefícios de trabalhar novos modelos de comunicação, como blogs e redes sociais. É comum os canais tradicionais de comunicação - newsletters, boletins, murais etc -proporcionarem uma falsa sensação de segurança da informação dentro das empresas. E isso inibe a busca por novos formatos...
Boa tarde, Mauro!
Eu li sobre essa palestra no blog do Gaulia e achei super interessante. E já naquele momento, acreditei que se a área de comunicação de alguma empresa não sabe por onde começar um bom trabalho de integração poderia escolher essas comunidades (até então não tinha em mente essas 4 divisões).Esse post enriqueceu ainda mais a minha leitura e interpretação anterior.Completou. Seria fantástico que as empresas reconhecessem o seu valor "Dark" (vamos dizer assim). Acompanhando o seu blog, percebo a evolução que a IBM está tendo nesses aspectos: cultura, integração, comunicação, gestão e etc. Parabéns! Parece ser um trabalho duro, empolgante e desafiador. Abraços, Milena (milena_apolinario@yahoo.com.br)
Andrea. O seu ponto é exatamente o ponto de conforto em que vivem a maioria das empresas. Os canais tradicionais de comunicação geram uma falsa sensação de controle e comunicação atendida nas empresas. Esses canais, na maioria das vezes, são unidirecionais e pouco interativos, daí a sensação de uma "comunicação controlada". Mas esse cenário vai mudar nos próximos anos pois não existe dúvida que as mídias sociais vai invadir o ambiente de trabalho em breve.
Oi, Milena. Nós aqui IBM ainda estamos engatinhando nisso. O grande valor que temos aqui é que a empresa resolver soltar as amarras internas, dando liberdade para criação de blogs, redes sociais e outras ferramentas 2.0. A minha impressão é que esta companhia de mais de 385 mil funcionários virou um laboratório a céu aberto. Não posso negar que isso é muito motivador. Obrigado pelas palavras elogiosas e por visitar meu blog.
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