Mas tenho que reconhecer que muitas vezes surgem coisas brilhantes que perduram através dos tempos. Um dos estudos, apresentados pelo Gartner há mais de 10 anos atrás, é realmente interessante e continua super-atual. Falo dos HYPE CYCLES. Já ouviu falar? Talvez o nome seja estranho, mas o conceito é conhecido.
Tentando simplificar o conceito, um Hype Cycle é a forma gráfica de representar a maturidade e a adoção de determinadas tecnologias. O termo foi criado pelo Gartner e não consegui encontrar uma tradução para o português. Aqui no Brasil o pessoal costuma chamar de HYPE CYCLES mesmo.
Basicamente o hype cycle caracteriza o exagerado entusiasmo inicial e subseqüente desapontamento que tipicamente acontece na introdução de novas tecnologias. O gráfico também pretende mostrar o que ocorre depois desse ciclo inicial, quando a tecnologia cai na real, passa a oferecer benefícios práticos e começa a ser efetivamente adotada pela sociedade.

Veja aqui o link com a explicação dada pelo próprio Gartner. Mas eu poderia resumir da seguinte forma...
Basicamente, o hype cycle compreende 5 fases:
"Technology Trigger" — é a primeira fase do hype cycle, quando a nova tecnologia gera grande interesse da mídia e da sociedade. Ou seja, é a fase do “só se fala nisso” ou “isso vai mudar o mundo”.
"Peak of Inflated Expectations" — na fase seguinte, com a mídia em cima bombando, é gerado um entusiasmo exagerado, bem carregado de expectativas não realistas. É uma mistura de aplicações bem sucedidas e decepções. É a fase do “não é bem assim” ou “é muito legal, mas não é aquilo tudo que tem sido dito”.
"Trough of Disillusionment" — Essa fase é inevitável. Ela ocorre porque a nova tecnologia não consegue atender toda a expectativa criada. Muitas vezes a imprensa deixa de falar sobre aquela tecnologia pois ela fica “fora de moda”. É a fase do “até que parecia legal”.
"Slope of Enlightenment" — Nessa fase, apesar do desinteresse da imprensa, a nova tecnologia continua a ser experimentada e até adotada em alguns negócios. É a fase “eu acho que está dando certo prá isso”.
"Plateau of Productivity" — A tecnologia alcança o “platô de produtividade”. Ou seja, ela passa a ser aceita de forma abrangente, se torna mais estável e já se vislumbra uma geração seguinte mais evoluída da tecnologia. A curva final do platô pode variar em função da aplicação da tecnologia, que pode ser abrangente ou específica para algum segmento de mercado.
O conceito de hype cycle foi muito bem recebido pelo mercado e hoje ele é aplicado em muitas situações. Por exemplo, no IBM Fórum de 10/09/2008, Tadeu Viana, Diretor Técnico da Siemens, fez uma excelente palestra onde apresentou o conceito de hype cycle aplicado à adoção de novas tecnologias nas empresas.
Tadeu disse que o processo nas empresas segue exatamente o comportamento demonstrado pela hype cycle. E esse padrão ocorre porque a adoção de uma nova tecnologia é diretamente proporcional ao interesse dos funcionários por aquela tecnologia, não é algo top-down. Parece lógico, né? E é mesmo. Mas o que me chamou a atenção foi quando ele apresentou o gráfico com duas curvas. A primeira curva mostrava o comportamento

A conclusão reforça todos os conceitos que já tenho comentado em meus posts.
E para fechar o post, eu lembro a situação da IBM Brasil onde 50% da população têm menos de 30 anos de idade. Ou seja, temos milhares de representantes da geração Y dentro da companhia. Dá pra sentir a segunda curva nos atropelando. As empresas têm um desafio enorme de trabalhar e desenvolver essa nova geração que ocupa espaço dentro das empresas. Para eles não existe tempo a perder.
3 comentários:
E acho que vai ficar cada vez mais acelerado, Mauro. A geração Y vai se deparar (ou já se depara) com a geração Y ao quadrado. Eu que sou um tanto blogolatra me assusto ao ver blogs alimentados por crianças de 10 anos. Outro dia um funcionário dele me disse que a filha dessa idade tem 2 blogs. Minha afilhada de 6 anos fala comigo pelo MSN. Ela ainda está em fase de alfabetização e mais importante do que ter a coordenação para escrever as letras, é saber mexer no teclado, o que ela já faz com agilidade nata.
Em 1998 a IBM rodava uma propaganda chamada e-business dizendo que a Internet iria transformar o mundo. Nesse mesmo ano, dois universitários PhD tinham uma idéia na cabeça e criaram uma nova empresa chamada Google. Enfim, há 10 anos atrás a internet ainda era uma promessa e o Google não existia. A Geração Y nasceu sob essas duas entidades: Internet e Google. Bem, se isso tudo aconteceu em 10 anos, o que será que vem por aí nos próximos 10 anos?
Eu não conhecia o estudo nem a metodologia, fazendo uma pesquisa para uma entrevista eu achei muito foda e interessante a metodologia e avaliação da tecnologia.
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