quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Projeto do BB Mapfre é uma revolução no mercado de seguros




Eu sempre acreditei que o potencial de negócios no ramo de seguros é imenso pois existe uma massa enorme de pessoas que não contratam seguros – ou porque não entendem ou porque sentem medo de entrar em algo que não conhecem. Não entendo muito bem esse mercado, mas, na minha opinião, o ramo de seguros tem um problema de canal de distribuição, complexidade do produto e da evidência de valor pelo potencial comprador. Ou seja, seguro é sinônimo de complexidade e dificuldade de acesso.  


Fiquei encantado ao saber o que o BB Mapfre (Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre)  está lançando no mercado. Incrível, mesmo. Ousado e
inovador. Fico imaginando as barreiras e o número de reuniões para quebrar um modelo que já está para lá de estabelecido. Mas a ousadia do BB Mapfre tem um motivo: o enorme potencial de um mercado praticamente intocável. É surpreendente constatar que 96% de casas próprias não têm seguro. São mais de 44 milhões de residências. Cerca de 61% dos carros circulando no país não têm seguro. Estamos falando de 27 milhões de automóveis. E 90% das pessoas não estão seguradas, um incrível número de 135 milhões de brasileiros. Mas também podemos falar de coisas de menor valor, como celulares, cujo índice de roubos por ano no país é da ordem de milhões de unidades. São números enormes e mostram que qualquer percentual de ganho em share de mercado é significativo. Quem conseguir criar algo diferente e disruptivo terá grande chance de abocanhar parte deste mercado inexplorado.

O projeto do BB Mapfre chama-se "Família Sempre Protegida" e ataca diretamente as principais barreiras. Em vez de um canal elitizado de vendas, o BB Mapfre vai ofertar o seguro diretamente onde o povo está, ou seja, no varejo: nos supermercados, nas bancas de jornais, nos pet shops, etc. Em vez da venda consultiva e complicada, o seguro será uma oferta simplificada e numa embalagem para consumo, como um produto numa prateleira de supermercado. O projeto também prevê uma mudança na linguagem, abolindo os termos complicados e estabelecendo uma abordagem de fácil entendimento por qualquer consumidor.

Traduzindo isso para as ações, o BB Mapfre vai vender os seguros através de gift cards nos pontos de varejo, nas prateleiras de lojas e em vending machines, como um bem de consumo que você compra e coloca no carrinho de supermercado. As vending machines serão colocadas em estações de metrô, aeroportos e grandes pontos de circulação de pessoas. Existirão gift cards com ofertas pré-definidas variadas, com coberturas e prêmios diversos. Estamos falando de seguro residencial, seguro de vida, seguro para automóvel, seguro para celular, seguro para animais de estimação, enfim, o potencial é enorme. Qualquer um poderá comprar um gift card e dar de presente também, o que acho maravilhoso. As palavras por trás do projeto são: conveniência, simplificação e fácil acesso.

Será que vai dar certo? Isso eu não sei, só o tempo dirá. Mas garanto que a inovação e a ousadia embutidas nesse projeto são espetaculares. As informações divulgadas afirmam que o projeto levou mais de dois anos para se transformar em realidade, envolvendo 90% das áreas da empresa, consumindo mais de mil horas de reuniões e discussões e engajando 15 fornecedores. Mais de 20 pesquisas foram realizadas.

Este é um exemplo evidente e entusiasmante de como o marketing transforma o negócio, cria oportunidades e vai ao encontro das necessidades do consumidor. É um dos casos mais legais e impactantes de marketing que vi neste ano. Enfim, já sou candidato na compra de algo aí. E não apenas para mim: já tenho até para quem dar um gift card de seguro de presente: meu pai :)

Paulo Rossi, CMO do BB Mapfre, líder do projeto


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Um comentário:

Rangel d'Jesus disse...

Realmente, quando pensamos em seguro as primeiras palavras foram descritas com precisão em seus texto:

"na minha opinião, o ramo de seguros tem um problema sério ... complexidade do produto e da evidência de valor pelo potencial comprador. Ou seja, seguro é sinônimo de complexidade e dificuldade de acesso".

Nos países desenvolvidos não é é essa a visão, o nosso problema, o dos brasileiros, é que sempre queremos o resultado logo, quando não fraudamos para ficar com a bolada. Por sermos imediatistas relegamos a importância do seguro, sem contar que nem todos podemos contratar bons serviços, que funcionem de verdade e acabamos na praia afogados. Sua matéria é bem interessante. Um abraço

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