segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Espalhabilidade, Pervasividade, ou simplesmente, Spreadibility

Texto publicado no blog Nós da Comunicação

Eu achei muito interessante a primeira vez em que ouvi o termo "spreadibility". A minha reação inicial foi traduzir e encontrar uma palavra em português que pudesse transmitir o mesmo conceito. Não encontrei. Seria algo como "espalhabilidade" ou "pervasividade". Na ausência de algo melhor, vou seguir aqui com "spreadibility" mesmo.

Apesar de diversas definições, poderíamos dizer que "spreadibility" é a nossa capacidade de espalhar as coisas, de tornar as coisas virais, pervasivas, pessoais, "real time" e dinâmicas. Aplicando o conceito ao mundo de comunicação e marketing nas empresas, a melhor forma de falar sobre o tema é analisar o excelente quadro criado por Scott Gould. A imagem diz muita coisa. Pare e gaste alguns minutos para entender a imagem abaixo. Clique nela para ver melhor.



Deu para entender?
O mundo está caminhando para o lado de cima, no canto esquerdo da imagem.

A TV tradicional, rádio e revistas impressas sempre significaram alto investimento publicitário no mix de marketing das empresas. Esse era o preço que as empresas pagavam (e continuam pagando) para estarem na frente dos olhos de seus tradicionais e potenciais clientes. Sempre encaro a publicidade tradicional como alguém no meio da rua, com um megafone nas mãos, gritando para as pessoas que estão caminhando nas calçadas distraidamente. É a arte da interrupção ou a de gritar mais alto.

As novas mídias estão mudando esse jogo. Parecem custar bem menos que a mídia tradicional, mas não se engane, existe um custo significativo no planejamento, estratégia, criação, execução e gestão de um plano em mídias sociais. A complexidade é maior, a velocidade e o imprevisível estão sempre à espreita; existem mais mídias a serem gerenciadas, o fator mobilidade ganha força e a nova geração tem valores diferentes das gerações passadas. Ou seja, estamos diante de um "novo mundo", muito mais dinâmico e complexo do que o passado recente. Marketing e comunicação nas mídias sociais são um "bicho" diferente. Não dá para entregar para uma agência e pronto, como muitas empresas fazem com a publicidade.

A entrada de uma empresa nas mídias sociais vai exigir mais tempo e maior envolvimento de seus funcionários e executivos do que qualquer estratégia em mídia tradicional. Isso representa um investimento que muitas empresas não entendem. Significa mudar padrões de cultura corporativa e imaginar que cada funcionário ou cliente passará a ser um marketeiro em potencial da empresa. Aliás, eles já são e atuam assim, só as empresas é que ainda não viram. É o marketing de todos para todos.

Por trás dessa estratégia em mídias sociais das empresas, existe o conceito de Spreadibility, que implica numa mudança dramática na forma como as empresas se comunicam e se relacionam com seus clientes. A mais radical delas é sair do velho paradigma da "empresa fala e o cliente escuta". Entramos numa era diferente. Saímos da estratégia de governar a mensagem para a estratégia de conduzir uma conversa. Isso significa que a empresa não é mais a dona da verdade, que a empresa tem que desenvolver conversas legítimas com seus clientes, sociedade e parceiros. Significa que a empresa deve escutar, retribuir, reconhecer suas forças e fraquezas... de forma sincera e publicamente.

Em resumo, a ênfase não está mais na mensagem como na publicidade tradicional, mas nas pessoas. Esse é o segredo da Spreadibility. O nível de spreadibility depende da capacidade da empresa de influenciar e engajar pessoas, que poderão se tornar porta-vozes espontâneas ou até fãs da marca, que cuidarão de forma surpreendente de espalhar a mensagem, influenciando e criando novas redes de relacionamento para a empresa. O sucesso disso dependerá da capacidade da empresa de ser relevante. Aliás, em mídias sociais, existem duas grandes dimensões: a spreadibility e a relevância. Veja a imagem novamente.

Enfim, esse é um novo mundo de marketing. Spreadibility é algo ainda muito recente, estamos todos aprendendo, mas já tem muita gente fazendo coisas legais.

Quer saber mais? Faça como eu. Vá num dos papas do assunto. Isso tudo que escrevi, eu aprendi com ele: Scott Gould. Visite os links abaixo.

http://scottgould.me/pr-2010/
http://scottgould.me/spreadability-the-new-sensibility/

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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O primeiro dia de trabalho

Texto publicado no blog Foco em Gerações

O garoto chegou ao seu primeiro dia de trabalho. Era um edifício enorme. Não sabia direito como fazer. Era uma grande empresa, com milhares de funcionários e admirada pelo mercado. Estava contente pela conquista do emprego e, na verdade, aquele era o primeiro de sua vida, os anteriores haviam sido estágios.

Terno novo, barba impecável, cabelo penteado. Chegou cedo. "Não vou vacilar no primeiro dia".

Calculou mal o tempo e chegou cedo demais. Eram sete horas da manhã e não havia ninguém na recepção para autorizar sua entrada. Como fazer? Resolveu sentar no sofá ao lado da recepção.

Poucos minutos depois, surgiu um senhor, que exclamou:
- Oi rapaz, bom dia, qual é o seu nome?

O garoto, surpreso, respondeu. E o senhor retornou:
- Meu nome é Miguel, o que está fazendo aí? Esperando alguém?

Ele explicou que era o seu primeiro dia de trabalho na nova empresa.

O senhor de cabelo branco sorriu, simpático, e respondeu:
- Vamos lá, entra comigo, vou tomar um café rápido. Quer ir comigo?

O garoto aceitou desconfiado, mas topou porque seria uma forma de entrar no prédio. Entram numa lanchonete linda, ao lado de um restaurante bem grande. O senhor entrou na fila, onde havia apenas duas pessoas, e perguntou para o garoto se ele queria comer algo. O garoto ficou ao lado dele.

"Quem é esse cara? Por que ele está fazendo aquilo?"
"Deve ser um aposentado"
"Quem se interessaria por um garoto perdido na porta do prédio que não fosse alguém com tempo sobrando?"
O garoto divagava nesses pensamentos...

O senhor fez muitas perguntas para o garoto: o que faz, do que gosta, porque ele tinha escolhido aquela empresa, quais eram os sonhos dele no trabalho. Depois de 5 minutos os dois já estavam sorrindo como se fossem velhos amigos. O garoto já gostava do "bom velhinho".

No final, o senhor falou para o garoto passar no décimo andar quando pudesse. E terminou: "Quando chegar lá, pergunte pelo Miguel, o pessoal vai saber dizer".

O resto do dia foi muito bom. O garoto conheceu pessoas legais, foi bem recebido, ficou impressionado com o gigantismo da empresa, que operava em diversas partes do mundo, e se assustou com a responsabilidade que iria receber.

No final do dia, o garoto, feliz, resolveu dar uma passadinha no décimo andar para falar com aquele senhor do café. Tomou o elevador e desceu no andar indicado. Era um andar diferente. "Que lugar bacana". A porta de vidro se abriu automaticamente e a secretária sorriu.

O garoto disse que queria falar com o Miguel. A secretária respondeu: "Ahhh, você é o garoto com quem o Miguel tomou café de manhã hoje cedo. Pode entrar". E apontou para uma porta grande ao seu lado. O garoto olhou, e havia uma plaquinha pequenina escrita "Presidente".

O garoto sorriu e, de repente, aquele senhor apareceu na porta. Pôs a mão no ombro do garoto e exclamou: "E aí? Paga o café?"

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domingo, 11 de setembro de 2011

Ideias radicais para sobreviver à enxurrada diária de emails nas empresas

A edição da Info que está bancas, edição 307 de setembro de 2011, traz uma matéria na página 36 sobre o post que publico abaixo.

Tudo começou com o post "Personal Email Killer" publicado no dia 1 de agosto. O post, ironicamente, aumentou o número de emails na minha caixa de entrada. Muita gente gostou da ideia, mandou emails comentando, mas não recebi nenhum candidato para ser meu PE Killer. Outros me disseram para eu escrever algo mais sério e não perder tempo com essas divagações. Porém, teimosamente, eu decidi publicar uma continuação desse post. Para aqueles que carinhosamente acompanham o meu blog e não curtiram o post do PE Killer, eu sugiro pular fora e tomar um café.

A revista Fast Company, edição de Junho de 2011, página 32, publicou algumas informações interessantes:

Número de contas de email no mundo:
em 1989 - menos de 2 milhões
em 1996 - 100 milhões
em 2010 - 3 bilhões

O típico homem de negócios envia uma média de 33 emails por dia.
89% de todos os emails enviados no mundo são spam.
Em 1985, 90% de todos os emails enviados eram relacionados ao trabalho; agora, esse percentual é somente 8%.

Em 2010, foram...
107 trilhões de emails enviados
36 bilhões de fotos postadas no Facebook
25 bilhões de tweets enviados

E como sobreviver à enxurrada diária de emails que recebemos no trabalho?
Vivo pensando em medidas radicais que as empresas poderiam introduzir para diminuir o número de emails.

Eis algumas sugestões aparentemente loucas que só poderiam ser implementadas por empresas também loucas.

Imagine a empresa comunicando o novo procedimento:

1
- A partir de hoje, a função de cópia está desabilitada. Emails só podem ser enviados para um destinatário.

2
- Cada funcionário terá direito a no máximo dez emails por dia. Portanto, pense bem antes do envio. Não desperdice seu limite diário.

3
- Está proibido o envio de emails fora do horário do expediente. Mensagens só serão permitidas entre 8 e 10hs e de 14 às 16hs, de segunda a sexta-feira. O resto do tempo é para trabalhar e cuidar da vida pessoal :)

4
- Anexos nos emails estão banidos. Arquivos devem ser postados em wikis e o link incluído no corpo do email.

5
- "Reply" só até três vezes. É o fim do rabicho com respostas penduradas.

6
- A caixa de entrada está programada para receber somente emails breves. Emails poderão ter no máximo 100 palavras - a mensagem será apagada a partir da centésima palavra (essa excepcional ideia não é minha, é de Lucy Kellaway).

7
- As mensagens ficam 15 dias na caixa de entrada. Depois se autodestruirão.

8
- Para incentivar o uso eficaz dos emails, os usuários ganharão bônus extras nos limites acima a cada dez emails tipo twitter enviados (ou emails com até 140 caracteres).

As novas regras passam a vigorar imediatamente.


O que acha disso?
Exagerei? Eu reconheço.
Mas a ideia de limitar o envio a algumas horas do dia é interessante. Quem sabe as pessoas voltam a praticar o velho e eficaz conceito de resolver as coisas através de uma boa conversa?

Mas solução louca mesmo seria aplicar o Personal Respondeitor Tabajara. Esse, sim, seria radical.

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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Um mapa da sua rede profissional

Você já imaginou fazer um mapa do seu ecossistema profissional? Eu estou falando das pessoas com quem você se relaciona no dia a dia no ambiente de trabalho, dos seus colegas de profissão, ex-colegas da escola que hoje progridem na carreira e outros profissionais dentro de sua categoria profissional. Podem ser pessoas também de outras áreas, daquela área que você tanto almeja. Tenho vários colegas que aspiram mudar de carreira, de empresa, de cidade e por aí vai, mas faltam conexões que possam servir de ponte ou atalho para tal empreitada.

Um dos passos fundamentais para a construção de uma carreira de sucesso é constituir uma boa rede de relacionamentos. Das redes sociais mais conhecidas, não existe dúvida que o LinkedIn é a mais avançada nesse contexto. O grande dilema é que na maioria das vezes você vai fazendo conexões, as vezes partindo de você, outras vezes recebendo convites, mas em nenhum momento você tem uma visão holística dessa sua rede de relacionamentos. A tendência natural é que o "grande pedaço" da sua rede fique confinado na empresa onde atualmente trabalha. Mas, diz o manual, que quanto maior e mais diversa for a sua rede, mais articulações você será capaz de desenvolver para ajudar no crescimento e desenvolvimento de sua carreira. Enfim, esse é o conceito.

Conto tudo isso para vender um peixe para você. Estou falando do LinkedIn Maps. É uma ferramenta bem legal, fácil de usar e que vai construir facilmente um mapa da sua rede profissional. O mapa vai ajudar você a entender algumas coisas, entre elas se você tem boas conexões com o mercado, especialmente com outras pessoas que levarão você para outras redes. Uma das coisas legais é que o mapa evidencia as pessoas do seu relacionamento que são verdadeiros "hubs", ou seja, aqueles que têm conexões poderosas e tocam ao mesmo tempo em várias pessoas do seu relacionamento e fora dele. Enfim, construa o seu mapa e estude ele. Acho que você poderá tirar alguns aprendizados interessantes.

O mapa abaixo é o meu mapa. Mas será muito mais divertido e interessante tentar o seu AQUI. Você vai gostar.







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