terça-feira, 28 de julho de 2009

A geração Y e seus hábitos de consumo de mídia

Texto meu publicado no blog Foco em Gerações que reproduzo abaixo.

Analistas da Morgan Stanley da Europa convidaram Matthew Robson, um de seus estagiários, vindo de uma escola londrina, com 15 anos e sete meses de idade, para descrever os hábitos de uso de mídia dos jovens de sua geração. Essa descrição ficou tão boa que acabou virando um “paper”, publicado com pompas e circunstâncias no dia 10 de julho. E acabou bombando na web nos últimos dias (claro que a turma de press relations do Morgan Stanley ajudou um pouco, rsrsrs).

Muitos blogs deram destaque ao assunto. Para dar uma idéia, o Financial Times destacou o relatório em sua primeira página. O Morgan Stanley considerou o conteúdo como “um dos insights mais claros e mais geradores de reflexão que já vimos”. Salvo os exageros, acho que o reporte tem coisas interessantes sim. Acesse AQUI.

Ele confirma algumas percepções que temos, como por exemplo:

- a geração mais nova está cada vez mais consumindo mídia, mas não está disposta a pagar por ela. Portanto, não fale em conteúdo pago para essa turma pois ela não absorve muito bem essa proposta;

- A turma ainda vê TV, mas os jornais não estão sendo lidos. Ele afirma que nenhum jovem lê jornal regularmente. E cita que sua geração “não vai se dar ao trabalho de ler páginas e páginas de texto quando pode ver as notícias resumidas na internet ou na TV”.

Por outro lado, ele escreve algumas observações surpreendentes:

- Os adolescentes não usam o Twitter. Eles entram, experimentam um pouquinho e saem. A percepção é que ninguém tem paciência para atualizá-lo e, portanto, não vale a pena perder tempo com isso;

- Apesar dos jovens não terem o costume de ler regularmente os jornais pagos, eles lêem os jornais baratos e os gratuitos. E um dos motivos é o formato tablóide, que facilita e dá mais conforto para leitura dentro do metrô ou trem (nunca pensei que os jovens valorizariam isso)

Matthew diz que a juventude considera os pop ups e banners “extremamente chatos e sem sentido”. Ou seja, eles são desprezados por serem intrusivos. No entanto, a nova geração gosta do que chamamos de “marketing viral”, especialmente “pelo conteúdo interessante e bem humorado”. Diz ainda que os jovens são “muito relutantes” em pagar por música e muitos nunca compraram um CD. A maioria baixa músicas ilegalmente da internet. O reporte ainda cita o que é legal e o que não é.

O que é legal:
- qualquer coisa com “touch screen”;
- celulares com grande capacidade para armazenar música;
- dispositivos portáteis que possam se conectar a internet, como o iPhone;
- TVs de tela grande.

O que não é legal:
- qualquer coisa com fios;
- celulares com telas preto e branco;
- celulares tipo “tijolo”;
- dispositivos com baterias que duram menos de 10 horas.

Enfim, o relatório é interessante pois é o retrato do jovem de hoje, que já é um grande consumidor de mídia e que será o adulto ainda mais devorador de mídia num futuro muito breve, liderando as empresas e constituindo famílias.

É para ele que os profissionais de marketing e comunicação têm que trabalhar hoje. São eles que vão me aposentar… rsrsrsrs. É melhor começar a trabalhar para eles já.
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13 comentários:

Anônimo disse...

Você acha que essa pesquisa pode ser baseada no comportamento dos jovens brasileiros também?!?
Luciana Tonin

Rodrigo van Kampen disse...

Acabei achando mais interessante o destaque todo que a mídia deu para o relatório do que ele em si, que para mim não trouxe nada de novo nem surpreendente. (tenho 23 anos).

"Vocês não têm filhos de 15 anos?" Li essa pergunta em algum comentário sobre o relatório, o que mostra que dá para apreender o que está ali com um pouco de observação.

Acho que a situação demonstra mais é o despreparo das mídias e empresas em lidar com esse público. Ou como os profissionais de mídia perdem mais tempo "imaginando" o que fazem os jovens do que observando.

Respondendo a pergunta acima, fizeram as mesmas perguntas a um garoto de 15 anos brasileiro. Se é válido ou não, deixo a cargo de vocês:

http://tinyurl.com/lf7lfa

Abraço!

Anônimo disse...

Ainda não foi respondido!rs...

Mauro Segura disse...

Luciana. Eu acredito que essa pesquisa do jovem londrino indica muitos fatores comuns dos adolescentes de lá com de cá. Certamente, as diferenças culturais e econômicas entre as regiões ajudam a criar variações de percepções, capacidades, sonhos e desejos. Mas a massificação da mídia e a globalização vem pasteurizando as novas gerações. Enfim, eu acho que é parecido sim. O link enviado pelo Rodrigo dá uma pista. Obrigado por visitar meu blog. Abraços. Mauro.

Mauro Segura disse...

Rodrigo. Concordo com você. A mídia deu um destaque formidável para o relatório. Parabéns para a assessoria de imprensa da Morgan Stanley. Eu já havia visto o relatório do Marcio Machado no Blue Bus. Pensei até citá-lo, mas acabei desistindo. Mas já estou voltando atrás. Vou pensar melhor, talvez escreva um novo post sobre isso. Abraços e obrigado por visitar meu blog. Mauro.

Mauro Segura disse...

Rodrigo. Em tempo. Parabéns pelo Peixe Fresco. Formidável. Mauro.

Mariana disse...

A cada geração a mídia está diferente, é só comparar como era a adolescência na época de nossos avós, pais, nossa época e como está agora.
Muito interessante o texto!
Abraços

Anônimo disse...

Eu não consegui abrir o que o Rodrigo mandou, por isso fiquei sem resposta...Mas obrigada pelo retorno.
Abs
Luciana

Thaís Verena disse...

Achei interessante como o depoimento do brasileiro não menciona blogs, flogs, facebook e coisas do gênero, mas é enfático no uso do orkut. Incrível como essa rede da google pegou de vez aqui no Brasil!
Se não me engano, somos o primeiro país em número de usuários desse site.

Um detalhe importante: os dois adolescentes me parecem ser de classes sociais diferentes. O londrino de classe média - pois está sempre mencionando a falta de dinheiro para comprar um jornal por exemplo - e o brasileiro de classe alta - pois aqui no Brasil, em geral, adolescentes dessa faixa possuem um Xbox 360, TV a Cabo, assinatura d'O Globo e computador próprio. Pelo menos é a realidade na minha região. Estou enganada?

Ótimo post!

Até mais!

Mauro Segura disse...

Luciana. Tente acessar o link abaixo. Se ainda der errado, por favor me informe seu email e eu mando o arquivo. Obrigado. Mauro.
http://lili.bluebus.com.br/como_adolescente_consome_midia.pdf

Mauro Segura disse...

Thais. Eu concordo com você. Acho que estamos falando de jovens de classes sociais diferentes. Abraços e obrigado por visitar o blog. Mauro.

Anônimo disse...

Oi Mauro, agora consegui abrir, obrigada!
Respondendo ao comentário sobre o Orkut no Brasil, ele é preferência nacional,porém é dominante também em outros três países: Estônia, Índia e Paraguai.
Tem um estudo feito pela IBM sobre isso: http://info.abril.com.br/noticias/internet/confira-o-mapa-das-redes-sociais-pelo-mundo-08062009-9.shl

Abs
Luciana =)

Unknown disse...

Faça uma matéria e dê esperanças aos que não tem !

Leia a historia que esta logo aqui: http://brunolimablogueiro.blogspot.com.br/2014/06/bruno-lima.html

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