domingo, 30 de agosto de 2015

Petrobras e Odebretch são empresas dos sonhos dos jovens

Logo depois que me formei em engenharia, eu fiz um concurso para trabalhar na Petrobras. Não passei! Trabalhar na Petrobras virou um sonho. A Cia. de Talentos acaba de publicar o estudo "Empresas dos Sonhos dos Jovens 2015" e eu descobri que, como eu, a Petrobras é o sonho de trabalho de milhares de jovens.

O estudo tem origem numa pesquisa com quase 70 mil jovens para entender o que se passa nas cabeças dos universitários e recém formados em relação a trabalho e emprego. O perfil foi o seguinte: 36% de jovens entre 17 e 20 anos, 48% entre 21 e 24 anos e 16% com 25 e 26 anos de idade.

O quem mais me chamou a atenção foi encontrar a Petrobras e Odebretch nas segunda e terceira posições do ranking das empresas favoritas para se trabalhar pelos Ys. As duas só perdem para a onipresente Google, que ocupa a primeira posição da lista. As posições de Petrobras e Odebretch mostram que os jovens conseguem separar os efeitos dos escândalos da Operação Lava Jato entre empresas e executivos. Muito bom isso!!

Eu tenho muito amigos na Petrobras, inclusive alguns estudaram comigo na universidade, todos são bons profissionais, éticos e competentes. A Petrobras é uma empresa constituída de profissionais altamente qualificados e comprometidos com o sucesso da empresa, é uma organização que oferece oportunidades incríveis de desenvolvimento profissional. Já a Odebretch é um empresa com uma cultura corporativa admirada, cujo funcionários demonstram grande orgulho e admiração. As que conheço que trabalham lá tem grande paixão pela empresa. Foi uma bela surpresa constatar que os jovens mantém essas empresas no radar como lugar para se trabalhar e fazer carreira... porque são mesmo!!

Neste ano, apenas 52% dos jovens pesquisados disseram ter uma empresa dos sonhos. No ano passado esse índice foi de 58%.

A pesquisa confirma que os jovens querem trabalhar em empresas que oferecem oportunidades de desenvolvimento, que tem um ambiente aberto para experimentação e adoção de novas ideias e alternativas de carreira, ou seja, flexibilidade cada vez mais se torna importante e fator de decisão pelas novas gerações.

Registro abaixo 5 índices importantes:

  • 84% dos pesquisados esperam empresas com olhar inovador para processos e produtos
  • 71% esperam espaço para experimentar e testar novas coisas e ideias
  • 94% sairiam das empresas caso seus gestores não estivessem preparados para desenvolver pessoas, mesmo que tivessem bom salário 
  • 74% esperam que seus gestores conversem frequentemente sobre desenvolvimento profissional
  • 69% preferem recompensas imediatas às de longo prazo

Veja abaixo os motivos de escolha e o ranking das empresas. Caso se interesse pelo tema, vale a pena acessar o Estudo EMPRESAS DOS SONHOS 2015 para entender melhor como pensa essa nova geração de trabalhadores. Veja o ranking por gênero, por faixa etária, por região do país e até por renda.





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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O Uber das agências e o hacker do crescimento


Esse post tem origem em dois artigos que li recentemente. O primeiro tinha o curioso título "Growth Hacker is the new VP of Marketing". Eu caí da cadeira. O que é Growth Hacker? Se este cara vai ser o novo vice-presidente de marketing, como é que eu estou por fora? Se você é como eu, não sabe o que é isso, vá lá, dê um pulinho para sair da ignorância e conhecer seu novo chefe.

O segundo artigo tinha o oportunista título "The Uber of Agencies: Why Marketers Want to Ride a New Kind of Shop". Nesse artigo, o CMO da Kimberly-Clark põe pimenta na discussão sobre o futuro das agências.

Confesso que essas duas leituras me geraram um tremendo desconforto. Elas mostram que o marketing atual já é bem diferente daquele de um passado recente. O marketing que nós aprendemos já não existe mais, ou pelo menos parte dele. A decisão da P&G de eliminar o nome marketing das organizações e posições de marketing dentro da empresa é uma evidência dessa mudança.

No evento #ibmschool que aconteceu na semana passada rolou um painel de debate de duas horas onde se discutiu o futuro do marketing e o marketing do futuro. O painel era eclético, formado por Beth Saad (pesquisadora, professora e coordenadora do curso de pós-graduação de comunicação digital da USP), Edney Souza (consultor de marketing, professor de redes sociais na ESPM, organizador da Social Media Week São Paulo e conhecido também como Interney), Gustavo Reis (gerente de marketing e mídia da Tecnisa e professor de marketing do MBA da ESPM), Edu Vasques (coordenador de mídias sociais do Grupo TV1) e Fábio Sabba (líder de comunicação do Uber Brasil).

Ou seja, só fera e gente com múltiplas visões e experiências. O tema foi o impacto da computação cognitiva para o marketing. Um dos pontos flagrantes mais discutidos foi o desconhecimento, o despreparo e a dificuldade dos profissionais, das agências e das empresas em lidarem com as tecnologias mais disruptivas. Esse papo permeou todo o debate sugerindo que é algo que está tirando o sono de todos.

Este novo marketing é formado por um novo ecossistema, com novos personagens, novas entidades e novos influenciadores. E parece que cada vez mais chegam novos intrusos nesta festa. Se você estuda ou trabalha com marketing, sugiro que comece a repensar seus relacionamentos. O profissional de marketing precisa sair do seu habitat, do seu território protegido, e se desenvolver em novas áreas de conhecimento. Também precisa ir além do instinto de sobrevivência, precisa ter grande capacidade de adaptação e de transformação.

Hoje, as organizações de marketing têm profissionais que não existiam na década passada. Pense em especialistas em SEO, web designers, web app developers, social media experts, community managers, data analysts, programmatic media planners e etc. Esses não são profissionais tradicionais de marketing. Eles não nasceram nas universidades. São profissionais multifacetados, com múltiplas formações e com perfis muito distintos. É esse o caminho do marketing.

Agora, pense em computação cognitiva, inteligência artificial, wearables, internet das coisas e toda a sorte de dispositivos móveis. Pense na morte lenta e agonizante da TV como a conhecemos. Pense na era on demand total, na qual as marcas vão conversar com os consumidores da nova geração de forma completamente distinta. Pense que o novo canal de mídia não é mais a TV, nem o rádio e nem os canais impressos. São as próprias pessoas.

Em vez de criarmos lindas peças de publicidade para serem veiculadas na mídia que conhecemos, o novo paradigma será desenvolver ideias que possam ser compartilhadas e escaladas e que motivem as pessoas a distribuí-las. O sucesso das marcas dependerá cada vez mais da capacidade das marcas de engajar pessoas. Pense na nova geração de seres humanos nascida imersa no mundo digital e no mundo on demand. E aí? Está confortável na cadeira?

Uma vez ouvi numa palestra a seguinte profecia: "na próxima década o marketing tradicional estará morto". Eu ouvi essa frase em 1995, quando a internet como a conhecemos ainda dava os primeiros sinais de vida. Naquela época, ninguém entendia muito bem o que seria o marketing digital. A cada ano que passa essa frase volta a repercutir na minha cabeça. Seremos todos zumbis marqueteiros se não nos jogarmos no abismo desconhecido a nossa frente.

Marketing, como aprendemos na escola, sozinho, não existe mais. Marketing agora é uma combinação do marketing tradicional com antropologia, ciências humanas, matemática, estatística, tecnologia da informação, novas tecnologias, robótica e o que mais você desejar. Estamos diante de um novo marketing, de uma época onde sistemas inteligentes escreverão notícias, comprarão mídia programática e farão mensuração das campanhas em tempo real.

Vivemos um tempo onde a experiência das pessoas com as marcas é que determinará o sucesso das organizações, e considere que estamos falando de experiências únicas e individualizadas, cada vez menos massificadas. Novas profissões de marketing emergirão, exigindo novos conhecimentos, novas capacidades e competências.

O sucesso de todos nós, profissionais de marketing e comunicação – e eu me incluo nessa –, dependerá da nossa capacidade de entrar nesse novo mundo. Dependerá de sairmos do nosso networking tradicional, com os mesmos de sempre, da patotinha que fica olhando o retrovisor e fazendo o pãozinho quente da padaria, e procurar novas tribos. Dependerá da nossa capacidade de articular e nos conectarmos com profissionais completamente diferentes da gente em todos os aspectos, que nos agregam novos conhecimentos e experiências, que nos geram desconforto, e mesmo assim trabalhar com eles para um objetivo comum.

Nosso futuro depende da nossa agenda diária, com quem gastamos tempo, em quais temas, o que estamos lendo e até quem seguimos no Facebook. A nossa evolução depende de abandonarmos a velha retórica de imaginarmos que os sucessos do passado são credenciais para o sucesso futuro.

Quer saber? No fundo, no fundo, o nosso futuro em marketing é diretamente proporcional à nossa coragem de abandonar o passado.


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terça-feira, 18 de agosto de 2015

As 7 vidas do blog


O blog A Quinta Onda está completando 7 anos de vida. As vezes eu tenho a
impressão que escrevo para ninguém. Não tenho ideia do nível de interesse e leitura do blog nos dias atuais. Já desisti de acompanhar o número de acessos e comentários. A verdade é que a busca orgânica no Google e no Facebook tem jogado contra. O fato de colaborar com publicações como Meio&Mensagem, Brasil Post, Café Brasil e Innovation Insider também atrapalha, pois crio dispersão. Apesar de aumentar a relevância do meu nome, eu tiro o foco do blog.

O blog parece que tem 7 vidas. Eu pensei em parar com o blog por várias vezes, exatamente por não ter a dimensão do alcance dos posts publicados. Mas a minha motivação pelo blog sempre foi muito mais interna do que externa. O compromisso do blog me faz pensar, cria disciplina, me obriga ser criativo e a buscar coisas novas. E isso é bom pra caramba. No fundo é isto que me motiva.

A minha estratégia atual é priorizar as publicações que colaboro e depois, planejadamente, republicar os artigos aqui no blog. Ou seja, o blog está virando um repositório do que penso e escrevo por aí pela web.

Se você chegou até aqui, receba meu abraço e minha gratidão. Me sinto muito bem em saber que existem pessoas que gostam de ler o que publico. Acho que é uma forma de compartilhar um pouco do meu conhecimento e dos meus pontos de vista sobre temas diversos. Também reconheço que poucos executivos se predispõe a montar um blog e investir tempo nisso.

Se você gosta do blog, deixa uma mensagem de carinho nos comentários. Vou gostar muito. Abraços. Mauro.


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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Mitos do Empreendedorismo


O paulista Jonny Ken trabalhou durante seis anos em uma empresa de TI. Sem vislumbrar um bom futuro em seu emprego, Jonny pediu demissão e decidiu empreender. Criou uma startup e foi a luta. Um ano depois, por vários motivos, ele deixou a startup e decidiu voltar conscientemente ao mercado de trabalho tradicional. Hoje ele se diz feliz com o emprego atual e avalia: "Descobri que não tinha perfil para tocar um negócio próprio". Veja os detalhes dessa história na revista Você SA, edição 205, de julho de 2015.

Adorei a história acima. De uns tempos para cá virou lugar comum as empresas falarem que estão em busca de profissionais com perfil empreendedor. Todos querem um “cara” assim. Também escuto um monte de gente dizer de boca cheia que o melhor é você ser chefe de você mesmo, que você deve buscar realizar os seus sonhos, que o emprego tradicional vai desaparecer e que no futuro todos nós seremos empresários de nós mesmos, sem o vínculo empregatício tradicional.

Vejo 3 mitos do empreendedorismo:
- Para ser empreendedor, você tem que ter o seu próprio negócio.
- Empreendedores são os seus próprios chefes.
- Empreendedores não existem em grandes empresas.

Quer ver mais mitos do empreendedorismo? Veja AQUI.

Será que para ser empreendedor você precisa ser chefe de você mesmo ou ter o seu próprio negócio? Será mesmo? Eu respondo: Não! Não necessariamente isso tem que acontecer.

Ser empreendedor é você ter iniciativa, ter prazer por realizar, buscar construir algo novo, gostar de se lançar em novos projetos, ter prazer em inovar, ter capacidade de planejar e perseverar diante das dificuldades, ter habilidade de envolver pessoas e conseguir "vender" a sua ideia, se desenvolver em áreas que não domina, ter capacidade de realização e entrega, conseguir encontrar recursos no meio do deserto, sonhar obstinadamente com alguma coisa, ter prazer no que faz, acordar de manhã e estar feliz por mais um dia de trabalho.

Ser empreendedor depende mais de "como você faz" e menos do "que você faz".

Tá estranhando? Sim, sim, sim, você pode ser empreendedor sendo empregado de uma empresa, seja ela pequena, média ou grande.

Se você trabalha numa empresa que oferece oportunidades para você idealizar, coordenar e executar novos projetos ou negócios, que impliquem em mudanças, que envolvam inovação e riscos e que exijam grande capacidade de realização, isso é empreender!!

A empresa onde trabalha incentiva você a falar abertamente sobre temas de seu interesse? Cutuca você a pensar e propor ideias? Promove as pessoas a tentarem fazer as coisas de maneira diferente? Permite o seu desenvolvimento e crescimento pessoal e profissional? Oferece a você alternativas de trabalho que tiram o melhor de você, com liberdade e satisfação? Cara, isso é ser um empreendedor... e feliz !!!

Portanto, ser empreendedor como empregado em uma empresa, independentemente dela ser pequena ou gigante, depende apenas de duas coisas: você e a empresa. Nessa balança de equilíbrio frágil, o prato mais importante é a sua atitude. O espírito empreendedor está dentro de você. Ou você é, ou não é. Acho que o perfil empreendedor pode até ser desenvolvido com o tempo, mas a sementinha tem que estar lá dentro. Portanto, a primeira coisa que você tem que descobrir é: Qual é a sua? Qual é o seu perfil? O que quer?

O outro prato da balança é a empresa. A organização tem que gostar deste tipo de perfil. A sua posição e o que se espera de você têm que estar em consonância com as suas aspirações. Você quer pensar diferente mas a companhia contratou você para passar oito horas por dia apertando parafuso? Puxa, acho que é a hora de repensar as coisas... a não ser que curta isso.

O mais importante no empreendedorismo é você ter consciência do que você quer, das suas capacidades, dos seus potenciais e do ambiente onde você se encontra. Em resumo, não aceite fórmulas definidas de empreendedorismo. Construa a sua história.

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