Acredito que você já conheça esse vídeo. Se conhece, veja de novo. Em caso negativo, reserve 16 minutos para ver uma apresentação impactante. Este é um vídeo que mostra uma reunião interna da Apple, confidencial, ocorrida no dia 23 de setembro de 1997, onde Steve Jobs apresenta e explica o conceito da campanha "Think Different" para executivos e gerentes da empresa. O auditório tem muitas cadeiras vazias, mostrando que a reunião era para poucos. A campanha iria para o ar, mundialmente, 5 dias depois daquela reunião. Portanto tudo era segredo até o dia do lançamento.
Veja o jeito como Jobs fala, como ele "vende" o conceito, as pausas entre as frases, o olhar pensativo dando espaço para a plateia pensar junto, as justificativas, os motivos e as palavras. Jobs está relaxado. Me parece exagerado ele subir no palco de bermuda, mas o fato sugere conexão com a essência do "Think Different". Ele fala sobre pipeline, produtos, distribuição e tudo ao redor de uma "nova" Apple, mas dedica atenção especial ao marketing e à mensagem.
É inegável que as peças da campanha são espetaculares, mas este vídeo mostrando Jobs explicando a campanha, dias antes de sua entrada no ar, é emblemático. O vídeo carrega elementos preciosos, como um Jobs confiante, mas ainda incerto de como a novidade será recebida pelo mercado. Ele entra e sai do palco com passos calmos, carrega uma caneca nas mãos como se estivesse conversando com você numa pausa de café, todos os elementos expostos carregam uma mensagem. É possível imaginar a tensão pré lançamento da campanha, o nervosismo diante do investimento de milhões de dólares em publicidade numa fase em que a Apple precisava se reposicionar, a pressão dos investidores por resultados imediatos e o peso sob a cabeça de Jobs, alçado novamente ao comando da empresa para fazer algo diferente. Tudo isso parece não existir ao vermos Jobs no palco, sereno e seguro de que está fazendo a coisa certa. Mas a história mostra que não foi bem assim. A matéria publicada pela Forbes chamada "The Real Story Behind Apple's 'Think Different' Campaign" desvenda uma história com muitas emoções.
Jobs retornou para Apple no dia 20 de dezembro de 1996, após ter deixado a companhia no ano de 1985. Ele voltou com a missão de "virar o jogo". A campanha "Think Different" é considerada uma das mais espetaculares já criadas na história, algo legendário e icônico. Ela entrou no ar no dia 28 de setembro de 1997 e marca um dos maiores "turning points" da Apple.
O mais famoso filme da campanha é o "Here's to the Crazy Ones", com locução do ator Richard Dreyfuss. O filme é preto e branco e apresenta imagens de líderes inovadores como Thomas Edison, Mahatma Ganghi, Martin Luther King Jr. e outros. Eles são mostrados como quebradores de regras e criadores de problemas, porém transformadores da humanidade. O filme é lindo, impactante e inspirador. O texto é perfeito e a música inspiradora. Vá na Wikipedia para encontrar uma descrição completa da campanha Think Different.
Como curiosidade, veja o mesmo filme narrado na voz de Steve Jobs. Esse vídeo se tornou viral depois do falecimento de Jobs em 2011. Alguns registros históricos mostram que Jobs odiou a versão do filme com sua voz. Eu gosto :)
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Os 10 melhores podcasts do Brasil
Outro dia eu li uma matéria que dizia que a onda dos podcasts estava ressurgindo. Do meu lado, confesso, nunca deixei de consumir podcasts compulsivamente. Até bula de remédio eu gosto de ler e eu também curto muito ouvir podcasts, e os mais variados possíveis.
Quando você vai no Google e busca pelos melhores podcasts do País, surgem muitas análises e muitos rankings, porém parece que eles se repetem, apontando repetidamente os mesmos canais de podcasts. Eu não concordo com algumas análises. Infelizmente, muitos podcasts seguem a mesma fórmula: participantes eufóricos como se estivessem num programa de auditório, alguns mostrando um entusiasmo artificial, até exagerado.
Alguns podcasts são longos demais, com papo em excesso e de pouco valor, às vezes com gracejos exagerados. Desculpe se sou chato, mas prefiro os casts mais objetivos, quando o grupo entra logo no tema principal. Noutro dia eu entrei num podcast com 1h20 de duração, onde o grupo usou mais de 20 minutos iniciais para falar sobre os emails recebidos, alguns deles sem relevância e desinteressantes.
Apesar da minha rabugice, esteja certo que existem muitos podcasts legais e relevantes atualmente em nosso País. Tem muita gente bacana gerando bom conteúdo, investindo tempo em produzir material de qualidade. Podcast é uma forma bacana de compartilhar novos pontos de vista sobre temas diversos, difundir e debater cultura e se divertir.
Dias atrás, ao entrar numa roda de amigos onde a conversa era sobre podcasts, expliquei o motivo do meu entusiasmo por este tipo de mídia, falei que já acompanhava podcasts há anos. Aí me perguntaram quais eram os podcasts que eu mais admirava e que eu recomendaria a amigos. Opa! Gostei do pedido, intuitivamente montei um ranking dos podcasts que mais curto e onde sinto que sempre aprendo alguma coisa legal. Fui muito rigoroso em minha análise.
Privilegiando o conteúdo e as minhas áreas de interesse, eu compartilho abaixo os podcasts que você não pode deixar de experimentar. Vale dizer que eu sempre consumo podcasts via smartphone, muitas vezes nas minhas corridas e caminhadas quase diárias, mas também no trânsito.
Escriba Café
Este é muito mais do que um podcast. É uma experiência. O Escriba Café é um show de produção, tem uma sonoplastia imbatível e criativa, uma apresentação impecável e é resultado de uma pesquisa detalhada. Os temas são sempre sobre história, do mundo e do Brasil, sobre mistérios da humanidade e curiosidades. Este é um projeto idealizado em 2005, por Christian Gurtner, cujo preciosismo e excelência impressionam. Quer uma recomendação? Ouça os podcasts sobre a segunda Guerra Mundial e a história de Jack, O Estripador. São imperdíveis. O Escriba Café vai capturar você.
Braincast
Comandado pelo seu fundador, Carlos Merigo, o Braincast é o podcast do famoso Brainstorm #9 e é uma delícia. Com temas variados, muitos deles tocando diretamente a minha realidade no mundo do marketing, o grupo sempre leva um bom papo com conversas realmente legais, algumas vezes com discussões profundas. Vale dizer que os participantes sempre estudam previamente o tema, raramente vejo alguém falando sem uma boa base de fundamento. Este é um podcast onde sempre aprendo alguma coisa importante. Ouço todos.
Rapaduracast
É o podcast do Cinema com Rapadura. Sob o comando de Jurandir Filho, o Rapaduracast é divertido, informativo e extremamente justo nas suas avaliações sobre o mundo do cinema. Não tem aquela de achar tudo legal e bonzinho. Os participantes têm opiniões próprias, estudam profundamente o tema discutido e são pessoas apaixonadas pelo mundo do cinema. São papos muito agradáveis. Vale muito a pena. Experimente escutar o episódio sobre a série Indiana Jones, ou o episódio sobre Star Wars. Você vai se viciar no Rapaduracast.
Beercast
Na minha opinião é o melhor podcast sobre cervejas do Brasil. Cada programa tem 45 minutos, em média. A turma, sempre bem humorada, dá uma aula sobre cervejas nacionais e internacionais, incluindo bebidas artesanais e industriais. Quase sempre eles gravam o podcast fazendo uma degustação ao vivo. Eles trazem informações históricas, conversam sobre a produção, falam sobre a evolução da marca, bem como tentam traduzir as percepções sensoriais que cada um sente na cerveja analisada. Os episódios quase sempre têm convidados, normalmente especialistas no tema ou personalidades que apreciam cervejas. Eu sou um apreciador de cervejas artesanais e os programas do Beercast são muito instrutivos, além de divertidos. Você vai curtir muito.
Na Porteira Cast
Sabendo que a maioria repete as mesmas fórmulas, o Na Porteira Cast é uma grata surpresa. Como eles dizem na abertura de cada programa, este é um podcast "que vem lá do fim do mundo, de onde o vento faz a curva". Os componentes principais do time ficam em Pederneiras, interior de São Paulo. É dirigido e editado pelo excepcional Randal Bergamasco. Você vai se surpreender com esse podcast bem humorado, porém com discussões profundas e fundamentadas. Eles sempre convidam especialistas para conversar sobre os assuntos, os temas variam bastante e eu gosto muito. São conversas bem objetivas e construtivas. Não dá para ouvir o programa e sair sem aprender coisas legais. Você vai curtir a simplicidade e a conversa de bar dessa turma.
De Cabeça
Esse é um podcast voltado para quem estuda, admira ou trabalha com marketing digital. Não tem uma produção rebuscada, mas o conteúdo, que é o mais importante, vale a audiência. Acho um podcast fundamental para os iniciantes e para os profissionais de pequenas e médias empresas que buscam conhecer melhor como fazer negócios online, seu potencial, novas técnicas, como fazer, dicas e orientações. É um podcast voltado para empreendedores e sempre tem um convidado para compartilhar experiências. Comandado por Eric Menau, o De Cabeça encanta por apresentar um conteúdo prático e com o pé no chão. Não conheço nada nessa linha em podcasts no Brasil.
Marchwill
Este é um podcast diferente, porque são curtos, em média duram 15 minutos, sem muito lero-lero. O tema é sempre tecnologia. A conversa é bem objetiva, bem humorada e tem um papel bem educativo. Eles estão sempre preocupados em ensinar alguma coisa. Para os apaixonados em tecnologia, que gostam de saber novidades, Marchwill é um podcast muito atraente e desce fácil. O comando é de William Marchiori, sempre bem humorado.
Papo de Fotógrafo
Aqui eu sou suspeito. Eu sou fotógrafo amador e curto muito fotografia. O Papo de Fotógrafo consegue gerar boas conversas sobre a arte de fotografar. Mas não é só isso. Muitas vezes o assunto fotografia é abordado de forma diferente, como num dos episódios de novembro onde o bate-papo aconteceu com Samuel Carneiro, que contou a sua história como fotógrafo e cadeirante. O projeto atende fotógrafos profissionais, amadores e amantes da fotografia. Ana Cariane e Rafael Petrocco, os apresentadores do programa, estão sempre com bons convidados. O podcast funciona muito bem.
Café Brasil
Excelente. Divertido. Amplo. O podcast Café Brasil faz parte de um projeto maior, comandado por Luciano Pires, que nos provoca a reflexão sobre temas diversos, mas quase sempre tocando cultura, cidadania, educação e comportamento. O objetivo é fazer você pensar, cutucá-lo em alguns dogmas, conceitos e preconceitos. É um programa muito bem produzido, que mistura música e arte. É um presente para qualquer brasileiro que busca entender melhor nossas raízes, de onde viemos e para onde vamos, como País e cidadãos.
Fronteiras da Ciência
Este é um podcast para quem gosta muuuito de ciência. O podcast Fronteiras da Ciência funciona com uma roda de bate-papo onde cientistas conversam informalmente sobre temas variados, mas tendo ciência como pano de fundo. Não se espante se em determinados momentos você não entender direito, é que às vezes eles descem fundo no tema mesmo, mas a conversa e a pluralidade das discussões fazem você fazer parte da roda. Este é um podcast maravilhoso que, infelizmente, não é muito divulgado e pouco conhecido por todos. Mas é excelente. Ouça o episódio de dezembro de 2014, "O Brasil na Antártica", e você terá uma bela ideia do estilo do programa.
Por fim, se você topa encarar podcasts em inglês, os videocasts e podcasts do TED são imbatíveis. Existe uma série de videocasts do TED com legendas em português, sempre excelentes. Aproveite e treine seu inglês. Estas gravações do TED são de excepcional qualidade e a voz é cristalina.
A lista acima é uma opinião muito pessoal, pode até desagradar alguns. Eu ouço todos eles com regularidade, por isso são indicações testadas e aprovadas por mim. Como disse antes, existem muitos rankings na web apontando bons podcasts, portanto, pesquise e monte a sua própria lista. Conheça também: Pauta Livre News, Telhacast, JurassiCast, Música na Lata, Nerdcast, Pelada na Net, Bacanudo, Matando Robôs Gigantes, Papo de Gordo, e muitos outros.
Tá curioso em saber como é feito um podcast? Veja o vídeo do William Marchiori, do podcast Marchwill, no qual ele compartilha os bastidores de um podcast.
Enfim, curta podcasts, vale a pena. Sabe aquela horinha do engarrafamento no trânsito?
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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
Um exemplo perfeito de storytelling: Homem vende carro velho de forma genial
Tomei conhecimento do caso no Hypeness, excelente site sobre inovação e criatividade. Muito se fala sobre storytelling no marketing, existe muita teoria e nem sempre se mostram claros exemplos. O caso citado abaixo é um exemplo muito legal de storytelling bem feito.
Em setembro de 2013, Luke Aker, dono de um velho Nissa Maxima de 1996, decidiu vender o seu querido e amado carro. Ele fez um filme mágico. O carro estava repleto de problemas, mas no vídeo o locutor fala toda a verdade, mostra os bancos de couro rasgados e afirma tratar-se de "um veículo que vai te levar do ponto A para o ponto B... na maioria das vezes".
O vídeo se tornou viral. Em dezembro do mesmo ano já estava perto de alcançar 2 milhões de views. O caso foi tão impactante, ganhou tanta visibilidade na web, que a própria Nissan fez uma oferta pelo veículo e... comprou o carro.
A Nissan, com uma oportuna visão de marketing, lançou uma discussão digital e os fãs da marca decidiram que o carro deveria ser restaurado.
Em fevereiro de 2014, a Nissan dos EUA anunciou a restauração do velho carro. Seis meses depois, o carro já recuperado, "novinho" outra vez, foi apresentado num vídeo espetacular da Nissan, publicado no YouTube.
O filme criado por Luke Aker é um exemplo evidente de como fazer storytelling. O caso todo, enfim, é uma história genial.
Veja abaixo 3 vídeos:
- o épico vídeo criado pelo dono do veículo;
- o vídeo da Nissan anunciando e mostrando o carro recuperado;
- o vídeo feito pelo Autoblog com o pessoal de marketing da Nissan contando a história toda.
Ahhhh, e tem uma coisa que fez toda a diferença, o jovem Luke Aker, ex-dono do carro, é um cineasta.
Em setembro de 2013, Luke Aker, dono de um velho Nissa Maxima de 1996, decidiu vender o seu querido e amado carro. Ele fez um filme mágico. O carro estava repleto de problemas, mas no vídeo o locutor fala toda a verdade, mostra os bancos de couro rasgados e afirma tratar-se de "um veículo que vai te levar do ponto A para o ponto B... na maioria das vezes".
O vídeo se tornou viral. Em dezembro do mesmo ano já estava perto de alcançar 2 milhões de views. O caso foi tão impactante, ganhou tanta visibilidade na web, que a própria Nissan fez uma oferta pelo veículo e... comprou o carro.
A Nissan, com uma oportuna visão de marketing, lançou uma discussão digital e os fãs da marca decidiram que o carro deveria ser restaurado.
Em fevereiro de 2014, a Nissan dos EUA anunciou a restauração do velho carro. Seis meses depois, o carro já recuperado, "novinho" outra vez, foi apresentado num vídeo espetacular da Nissan, publicado no YouTube.
O filme criado por Luke Aker é um exemplo evidente de como fazer storytelling. O caso todo, enfim, é uma história genial.
Veja abaixo 3 vídeos:
- o épico vídeo criado pelo dono do veículo;
- o vídeo da Nissan anunciando e mostrando o carro recuperado;
- o vídeo feito pelo Autoblog com o pessoal de marketing da Nissan contando a história toda.
Ahhhh, e tem uma coisa que fez toda a diferença, o jovem Luke Aker, ex-dono do carro, é um cineasta.
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
Mattel cria regras para reunião e Coca-Cola elimina correio de voz
"Confie mais em seus instintos do que em pesquisas". Isso me foi dito por um dos meus melhores POC. Cada vez precisamos mais de métricas, de controles e de análise de risco. Por outro lado, as empresas globais se tornaram complexas organizações, muitas vezes fragmentadas, cuja decisão é quase sempre compartilhada. Em geral, as empresas convivem com um grande número de reuniões internas de alinhamento e planejamento, causando impactos na produtividade, na flexibilidade e na velocidade das tomadas de decisão. Esse lado perverso do gigantismo e da globalização muitas vezes penalizam os ganhos de escala, unicidade e posicionamento global que as empresas perseguem.
chefes no passado, mas no mundo empresarial atual isso é difícil de exercer. Vivemos o mundo do ROI, do "ver pra ver", do retorno de curto prazo e do
Por isso, não surpreende a decisão recentemente divulgada pela gigante Mattel na sua nova forma de operar:
1- Redução drástica no número de reuniões e apresentações em powerpoint
2- Estão proibidas reuniões com mais de 10 pessoas, a menos que a finalidade da reunião seja treinamento
3- Nenhuma reunião pode ser feita sem um propósito especifico
4- Não devem ser realizadas mais do que 3 reuniões para se tomar qualquer decisão
Tais orientações se tornaram públicas numa matéria recentemente publicada no The Wall Street Journal.
O objetivo é simples: mudar a cultura da empresa para ganhos de agilidade, produtividade e criatividade. Segundo a matéria do WSJ, as decisões da empresa se arrastavam por reuniões intermináveis, apresentações longas em powerpoint com mais de 100 slides e discussões sem fim. Desculpe a franqueza, mas este não é um mal exclusivo da Mattel, é algo inserido no modelo operacional das grandes organizações.
Uma vez escrevi um post chamado "Powerpointlândia: o mundo divertido e maravilhoso do powerpoint dentro das empresas". Queiramos ou não, as empresas se perdem no universo das reuniões internas, onde muitas vezes o powerpoint e as reuniões viram o fim e não o meio. O WSJ conta que, em 2013, uma reformulação do site da Mattel envolveu o equivalente a quase um ano de reuniões mensais e centenas de slides. Quando a decisão final foi tomada, o orçamento já havia sido realocado para outro projeto.
Segundo a pesquisa anual "Wasting time at work", da salary.com, as reuniões são uma das principais causas de improdutividade nas empresas. Os motivos são vários, entre reuniões muito longas, sem propósito ou descoordenadas. Outro vilão é a internet e as redes sociais, pois as pessoas se distraem facilmente navegando na web. Aliás, a combinação "reunião desinteressante + smartphone nas mãos" é uma potencial bomba de improdutividade, é um convite para o ser humano perder a concentração.
Mas as reuniões e as redes sociais online não são somente as causadoras de males dentro das organizações. Existem muitos outros pontos que podem ser trabalhados como emails, uso do telefone, regras e processos massacrantes, burocracia, etc.
A Coca-Cola, recentemente, resolveu atacar o correio de voz. Através de um memorando interno da área de TI, a empresa decidiu desativar o correio de voz "para simplificar a maneira de trabalhar e para aumentar a produtividade”. Segundo matéria publicada na Exame, a mudança passou a vigorar em dezembro e agora uma mensagem padronizada informa para a pessoa que liga que ela tente mais tarde ou use “um método alternativo” para entrar em contato com a pessoa que tenta localizar.
Desativar o correio de voz é uma medida concreta pois basta a empresa interromper o serviço e a determinação já está valendo. As pessoas, forçadamente, aprenderão a trabalhar através de outros métodos. Mas no caso da Mattel, criar regras de conduta "top down" não necessariamente garante que as coisas mudarão, mas é uma mensagem clara de desejo de mudança.
Se os principais executivos da empresa mudarem a prática das suas próprias reuniões e exercerem o papel de agentes de mudança, a chance de transformação crescerá muito. A mudança, na verdade, está na cabeça e na vontade das pessoas fazerem diferente. Tem que se criar mais do que um compromisso de mudar, mas uma cumplicidade entre todos.
Já vi empresas adotando regras como reuniões em pé, reuniões de 10 minutos e por aí vai. Não sei se funcionam, mas gosto muito das dicas do post "6 ways to make meeting significantly less miserable". Particularmente eu gosto muito da #4 e da #6. O fato é que não existe uma receita igual para todas as organizações, depende do tamanho, propósito, cultura, liderança, complexidade e até do tipo de negócio.
chefes no passado, mas no mundo empresarial atual isso é difícil de exercer. Vivemos o mundo do ROI, do "ver pra ver", do retorno de curto prazo e do
Por isso, não surpreende a decisão recentemente divulgada pela gigante Mattel na sua nova forma de operar:
1- Redução drástica no número de reuniões e apresentações em powerpoint
2- Estão proibidas reuniões com mais de 10 pessoas, a menos que a finalidade da reunião seja treinamento
3- Nenhuma reunião pode ser feita sem um propósito especifico
4- Não devem ser realizadas mais do que 3 reuniões para se tomar qualquer decisão
Tais orientações se tornaram públicas numa matéria recentemente publicada no The Wall Street Journal.
O objetivo é simples: mudar a cultura da empresa para ganhos de agilidade, produtividade e criatividade. Segundo a matéria do WSJ, as decisões da empresa se arrastavam por reuniões intermináveis, apresentações longas em powerpoint com mais de 100 slides e discussões sem fim. Desculpe a franqueza, mas este não é um mal exclusivo da Mattel, é algo inserido no modelo operacional das grandes organizações.
Uma vez escrevi um post chamado "Powerpointlândia: o mundo divertido e maravilhoso do powerpoint dentro das empresas". Queiramos ou não, as empresas se perdem no universo das reuniões internas, onde muitas vezes o powerpoint e as reuniões viram o fim e não o meio. O WSJ conta que, em 2013, uma reformulação do site da Mattel envolveu o equivalente a quase um ano de reuniões mensais e centenas de slides. Quando a decisão final foi tomada, o orçamento já havia sido realocado para outro projeto.
Segundo a pesquisa anual "Wasting time at work", da salary.com, as reuniões são uma das principais causas de improdutividade nas empresas. Os motivos são vários, entre reuniões muito longas, sem propósito ou descoordenadas. Outro vilão é a internet e as redes sociais, pois as pessoas se distraem facilmente navegando na web. Aliás, a combinação "reunião desinteressante + smartphone nas mãos" é uma potencial bomba de improdutividade, é um convite para o ser humano perder a concentração.
Mas as reuniões e as redes sociais online não são somente as causadoras de males dentro das organizações. Existem muitos outros pontos que podem ser trabalhados como emails, uso do telefone, regras e processos massacrantes, burocracia, etc.
A Coca-Cola, recentemente, resolveu atacar o correio de voz. Através de um memorando interno da área de TI, a empresa decidiu desativar o correio de voz "para simplificar a maneira de trabalhar e para aumentar a produtividade”. Segundo matéria publicada na Exame, a mudança passou a vigorar em dezembro e agora uma mensagem padronizada informa para a pessoa que liga que ela tente mais tarde ou use “um método alternativo” para entrar em contato com a pessoa que tenta localizar.
Desativar o correio de voz é uma medida concreta pois basta a empresa interromper o serviço e a determinação já está valendo. As pessoas, forçadamente, aprenderão a trabalhar através de outros métodos. Mas no caso da Mattel, criar regras de conduta "top down" não necessariamente garante que as coisas mudarão, mas é uma mensagem clara de desejo de mudança.
Se os principais executivos da empresa mudarem a prática das suas próprias reuniões e exercerem o papel de agentes de mudança, a chance de transformação crescerá muito. A mudança, na verdade, está na cabeça e na vontade das pessoas fazerem diferente. Tem que se criar mais do que um compromisso de mudar, mas uma cumplicidade entre todos.
Já vi empresas adotando regras como reuniões em pé, reuniões de 10 minutos e por aí vai. Não sei se funcionam, mas gosto muito das dicas do post "6 ways to make meeting significantly less miserable". Particularmente eu gosto muito da #4 e da #6. O fato é que não existe uma receita igual para todas as organizações, depende do tamanho, propósito, cultura, liderança, complexidade e até do tipo de negócio.
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