Está no ar o meu novo blog, ainda em beta e pequenos ajustes por fazer: www.maurosegura.com.br
Portanto, o blog AQO, depois de tanto tempo, vai sair de cena. Ele ficou velho, "old fashion" e será apagado em breve. Todo o conteúdo foi carregado no meu novo blog, nada foi perdido, inclusive os comentários. Para motivar a visita ao novo blog, eu publiquei o post número 600 e é um super-post, falando detalhadamente de 17 fenômenos em marketing, que estão acontecendo debaixo de nossos narizes e que nem todo mundo está enxergando. O post tem o título pretensioso de MANUAL DE DISRUPÇÃO DO MARKETING. Acho que vai gostar. Por fim, ficaria muito feliz se assinasse a newsletter do blog. Procure o campo "Receber Newstletter" e insira o seu email. Pronto! Você passará a receber automaticamente os novos posts publicados. Agradeço muito o privilégio de ter você como meu seguidor.
Uber, Netflix, Spotify, Airbnb, Snapchat, Paypal, EasyTaxi e Buscapé. Todas essas marcas, que vivem em nosso cotidiano atualmente, um dia foram startups. Todas elas mudaram nossos hábitos e impactaram negócios já instituídos, destronando organizações e transformando radicalmente o modelo de negócio vigente. Registramos um boom no número de startups no mundo e no Brasil, isso significa que vivemos uma momento incrível da humanidade para transformações ainda mais radicais do que já tivemos até agora.
O termo "startup" ganhou notoriedade a partir da chegada da internet em nossas vidas. Desde então o número de organizações e instituições que investem recursos nas startups tem aumentado muito em todo planeta. Eu fui no SmartCamp, que é uma competição global de startups. Passei um dia na competição brasileira do SmartCamp onde fiz um vídeo para ver como funciona essa história de competição de startups. Foram 200 startups inscritas e apenas 7 delas chegaram na grande final. Elas receberam a atenção de um grupo de 32 mentores, composto por executivos, Venture Capitals, aceleradoras, incubadoras, empreendedores de sucesso, agências de comunicação e até o Cônsul de Israel. Espero que curta.
Eu tenho um colega de
longa data que tem muito medo de altura, uma espécie de vertigem. É um
cara que não chega perto de parapeito de janela, porque as pernas
começam a tremer. Há anos, ele me diz que sente isso desde criança e
lamenta ter perdido muitas oportunidades legais de fazer coisas
diferentes por conta desse medo pré-estabelecido. Antes mesmo de tentar,
sabendo que sentiria medo, ele tomava a decisão de recusar experiências
ou fazer coisas simples, como, por exemplo, vivenciar uma experiência
numa montanha russa, coisa que ele nunca teve coragem de fazer… até
encarar uma aventura que mudou a sua vida.
Há cinco anos, numa sexta-feira, ele me
chamou para almoçar, porque tinha algo para contar. Disse que havia
decidido realizar algo radical para romper a tal síndrome do medo de
altura. Olhei para ele com cara de desconfiança e falei: “Okay, mas e
aí? O que você vai fazer?”. Ele sorriu um sorriso nervoso, sem graça, e
contou que havia decidido pular de paraquedas. Eu ri muito pensando que
aquilo era uma piada, mas ele terminou dizendo que o salto de paraquedas
seria realizado no dia seguinte pela manhã. Contou que havia tomado a
decisão meses antes, sozinho, e depois seguiu com o plano: pesquisou as
alternativas, contratou o serviço, recebeu orientações a respeito do
procedimento e agora estava tudo pronto. No sábado ele estaria
realizando um salto duplo de paraquedas, agarrado num paraquedista
profissional, se jogando de avião no interior de São Paulo.
Aí perguntei: “Mas você está pronto?”. Ele
respondeu imediatamente: “Eu estou super pronto, mas morrendo de medo. A
minha mulher me pede todos os dias para eu pensar melhor”. Rimos um
bocado e dei um enorme abraço nele pela coragem de fazer algo tão
radical.
No sábado à tarde, recebi uma mensagem com
fotos dele saltando no infinito, cenas incríveis para quem tinha
dificuldade de encarar a janela do prédio onde mora. No fim da mensagem
uma frase mágica: “Foi a melhor experiência da minha vida”.
Cinco anos depois daquele salto de
paraquedas, há uma semana, nós saímos para almoçar mais uma vez e
celebrar algo muito especial. Durante esse período o meu amigo voltou a
saltar mais vezes de paraquedas, aliás, muito mais vezes. O que era um
desafio virou vício. Em pouco tempo, ele deixou de saltar acompanhado e
passou a saltar sozinho, não somente no interior de São Paulo, mas em
outras cidades no Brasil e no mundo. Também experimentou outras opções
de salto, como parapente e asa delta. Há dois anos ele enfrentou pela
primeira vez uma montanha russa, foi num parque da Disney World com a
esposa e filhos. Ele disse que as pernas tremeram assim que sentou no
carrinho do brinquedo. Saiu de lá com as pernas ainda trêmulas, mas
entrou de novo na fila da mesma montanha russa. Naquele dia, ele andou
naquela montanha russa mais de dez vezes em sequência e comemorou a
vitória. Saiu dos parques da Disney tendo andado em todas as montanhas
russas… todas! O medo de altura virou paixão pela altura, mesmo que suas
pernas ainda enverguem quando ele aproxima do parapeito da janela de
seu apartamento.
Perguntei se ele ainda tem medo de altura.
Ele respondeu: “Muito medo, minhas pernas tremem e sempre acho que vou
desmaiar”. E retruquei: “Mas porque você não sente nada quando pula de
paraquedas? Qual é a magia?”. Ele respondeu: “Eu sinto, mas não sei o
que acontece. Antes de saltar, ainda dentro do avião, o meu coração fica
acelerado e estou apavorado de medo. Às vezes, me pergunto porque estou
ali. Mas depois, já nos primeiros segundos no ar, eu entro em outra
dimensão e sinto a melhor sensação da minha vida. Estou saltando há
quase cinco anos e a sensação de cada salto é exatamente a mesma que
tive no primeiro salto: um medo imenso seguido de um enorme prazer. Não
consigo descrever. É uma espécie de vício”.
Esse meu colega, que preservo o nome aqui,
teve um enorme crescimento pessoal e profissional desde então. Ele é
realmente outra pessoa. Era um sujeito acanhado, inseguro e
introvertido. Ao longo desse tempo, simultaneamente aos saltos de
paraquedas, ele passou a fazer coisas que não fazia antes: fez um curso
de história, que era um sonho antigo, mudou de profissão entrando numa
área completamente nova para ele, morou seis meses sozinho – longe da
família – por conta de um curso que desejava fazer e outras coisas que
não cabem citar aqui. Ele realmente virou uma lição de vida para mim.
Mudar de profissão e morar no exterior, longe da família, são
iniciativas que dão medo, como o salto de paraquedas, mas ele tomou
coragem e enfrentou esses medos.
Nesse último almoço, voltando a falar
sobre o enfrentamento do medo no salto de paraquedas e sobre outras
decisões que contei acima, ele me disse a frase mágica que grudou na
minha mente: “Aprendi uma coisa: se você tem medo de alguma coisa, se
joga nela”.
A mensagem do meu colega nunca foi tão
atual. No momento da sociedade em que vivemos, com tudo se transformando
de forma acelerada e dogmas sendo derrubados, com profissões
desaparecendo e se transformando, negócios tradicionais derretendo e
novos negócios surgindo, a todo o momento temos a chance de pular de
paraquedas em algum abismo que desconhecemos. Nós somos desafiados todos
os dias a mudar, mas instintivamente reagimos à mudança porque nos
sentimos inseguros quando enfrentamos o desconhecido, o novo e a
incerteza. Em vez de nos lançarmos, nós nos recolhemos. Enfim,
precisamos pular mais de paraquedas.
Dia 21 de outubro foi o Dia do Podcast no
Brasil. Para celebrar esse dia, compartilho aqui uma lista de 20
podcasts que provavelmente você não conhece. Essa é uma lista pessoal;
em sua maioria, são podcasts voltados para temas específicos, com
conteúdo de qualidade e produzidos por podcasters apaixonados, que
entregam valor e experiência para os seus ouvintes e fãs.
Sou um consumidor obstinado de podcasts. Obviamente que consumo alguns podcasts já conhecidos, com grande audiência e reconhecimento, como por exemplo: Nerdcast, Café Brasil, Braincast, Mamilos e outros. Mas existem muitos outros podcasts com
audiência menor, porém cativa, dirigidos para nichos ou interesses
específicos, alguns deles com pouca exposição e limitada chance de
divulgação, além de outros com menos tempo de estrada e produção.
A lista abaixo é formada por podcasts que
estão no meu smartphone e que eu consumo regularmente. Todos têm mais de
um ano de vida e pelo menos um episódio publicado nos últimos três
meses, essa foi uma regra que estabeleci porque existem bons podcasts
que muitas vezes não têm regularidade de postagem. A lista está em ordem
alfabética e não em ordem de preferência.
Que tal dar uma oportunidade de ouvir
podcasts no Dia do Podcast? Dá uma chance aí. O Dia do Podcast é uma
iniciativa nacional para promover o podcast brasileiro por meio das
redes sociais. No dia 21 de outubro use #DiadoPodcast. Espero que curtam
e virem fã de um ou mais programas.
Alô Ténica
Um podcast divertido sobre produção de podcasts, com dicas práticas,
técnicas e reflexões para todos que estão iniciando ou pensando em se
tornar um podcaster. Esse é um programa fundamental para aqueles que começam essa jornada. Sempre aprendo com esse programa.
Beercast
Um podcast hiper descontraído sobre a cultura cervejeira, artesanal e industrial, muito bem produzido e instrutivo. O programa é
no formato bate papo, quase sempre com um convidado que comenta sobre
sua experiência com cervejas. Conheci muitas cervejas novas com esse
podcast. Muito divertido!
Caixa de Histórias
Um podcast literário que oferece uma experiência diferente
na apreciação dos livros. Trechos da obra sempre são narrados e
comentados, buscando apresentar novas obras e perspectivas para novos
leitores. Adoro as narrações e viajo com elas!
Fronteiras da Ciência
Um podcast que explica como funciona a ciência através de uma conversa
descontraída de acadêmicos, estudantes e profissionais. Às vezes, a
discussão é profunda. Cuidado para não pirar! O conteúdo é rico e esclarecedor.
Lidercast
Um podcast fantástico e surpreendente sobre liderança, de todas as
formas, com entrevistados das mais diversas origens e experiências,
sempre de forma leve e lúdica, explorando o assunto de uma forma nada
tradicional. Sou obcecado por esse podcast e ouço todos!
Na Porteira Cast
Um bate papo sobre os temas mais variados, de forma divertida e muito
didática, descomplicando e esmiuçando cada tema, onde os convidados têm
ampla experiência sobre o assunto. Gosto muito da simplicidade e do ambiente descontraído de cada episódio, cujo tema é sempre uma surpresa.
Na Trilha
Programa focado em esportes outdoors, muitas vezes com convidados
externos, para conversar sobre experiências, informações técnicas e
dicas para ouvintes praticantes ou não desses esportes outdoors. Recomendo muito, ainda mais por ser um podcast que me incentiva muito na prática regular de esportes.
Nossocast
Um podcast de humor com uma turma divertida, que fala sobre assuntos
variados, atuais, das áreas mais diversas, com informação e ironia. Para
quem deseja ouvir podcasts para se divertir, sem conversas pesadas,
esse é um bom programa. Eu passo lá de vez em quando.
O Nome disso é Mundo
Podcast de entrevistas com brasileiros expatriados, onde cada
entrevistado conta a sua experiência pessoal vivida em algum lugar do
mundo. Cada episódio é uma viagem e uma desconstrução daquilo que você
imagina do lugar sendo falado. São histórias pessoais riquíssimas. Excelente!
Os Comentadores
Esse é um podcast que debate fatos e notícias relacionadas ao mundo da
podosfera, comentando o que acontece nos podcasts em geral,
especialmente no Brasil. É um programa ótimo para descobrir podcasts novos e conhecer as novidades. Sempre dou um pulo lá.
Papo de Fotógrafo
Um bate papo sobre os bastidores da fotografia, amadora e profissional,
com temas variados ao redor da fotografia e muitas vezes com convidados
compartilhando histórias e experiências. Não pense que é um podcast
dirigido para técnicas de fotografia. É muito mais que isso. Vai lá para conhecer.
Projeto Humanos
Um podcast dedicado ao registro e resgate de narrativas individuais,
buscando mostrar que mesmo os atos humanos mais banais reservam enormes
riquezas. É um show de storytelling,
dramaticidade e autenticidade. Impossível ser indiferente a ele. Sem
dúvida um dos melhores podcasts do Brasil nos dias atuais.
Radiofobia
Um programa excelente, com pegada de rádio, sempre com convidados
interessantes, que falam sobre suas profissões, áreas de atuação e
experiências pessoais. A conversa é leve e caminha muitas vezes em
direções surpreendentes. Vale a pena ouvir todos os episódios!
Radiofobia Classics
Sou obcecado por esse podcast mensal que apresenta a biografia e os
principais sucessos dos grandes nomes da música mundial. É super bem
produzido, com conteúdo que surpreende, pois apresenta um lado do artista que você não conhece. É sentar, colocar o fone de ouvido e curtir muito!
Rapaduracast
Esse é um podcast bem conhecido, com mais de dez anos de vida e com público cativo. O pessoal discute o universo do cinema,
cobrindo os principais lançamentos, as grandes polêmicas, os grandes
clássicos, com homenagens aos grandes nomes da indústria cinematográfica
e tudo que gira ao redor da telinha.
Tá na Mesa
Um podcast sobre gastronomia,
suas tendências, movimentos e personalidades. Muitas vezes o papo é
ácido, mas sempre divertido. Gosto desse podcast, pois o assunto
gastronomia é abordado de uma forma totalmente diferente do tradicional.
Temacast
Um podcast com conteúdo riquíssimo, profundo e didático sobre história,
biografias, cultura geral e comportamento. Particularmente, sou
consumidor voraz de todos os episódios abordando momentos e fatos da história do Brasil. É um show, uma aula, uma viagem!
Vida de Trainee
Um programa de entrevistas dirigido a estudantes e trainees, trazendo
especialistas, profissionais e lideranças para debater o mundo do
trabalho, abordando dicas para construir, direcionar e alavancar a carreira.
Xadrez Verbal
Um podcast semanal dedicado à política internacional,
que descomplica o assunto de forma didática e lúdica, ligando todos os
pontos e fazendo você entender coisas que pareciam impossíveis de
acompanhar. Esse, na minha opinião, é um dos podcasts mais inovadores
atualmente no país: pelo conteúdo, pela forma e pela ousadia de entrar
num tema para lá de difícil.
99 Vidas
Um podcast dedicado aos videogames, com muita nostalgia, saudade, diversão e opinião sobre os games. As vezes os episódios me fazem viajar no tempo.
Foram quase três semanas de pleno detox digital, com exceção da publicação de algumas fotos da viagem no Instagram e muitas mensagens trocadas com a família e com amigos no WhatsApp contando nossas atividades de férias. Confesso que vi os e-mails de vez em quando por conta de alguma urgência ou assunto importante. Ahhh, foram dois livros de papel também lidos sem pressa (Perdido em Marte e a biografia de Elon Musk). Eu e minha esposa percorremos o interior de Santa Catarina e o topo do Rio Grande do Sul, conhecendo a região dos cânions, lugares lindíssimos, comida farta e gostosa, muito chão de cascalho e sempre cercados de pessoas afáveis e simpáticas.
As férias me permitiram desacelerar brutalmente. Eu precisava disso. No final, porém, quando a minha espaçonave reentrou em órbita, ainda nos últimos dias de férias, ao olhar a tonelada de e-mails e mensagens nas redes sociais, a tendência foi me incendiar tal qual as naves que atravessam a atmosfera ao reentrarem no planeta. Sabe aquela ansiedade e a sensação de que “não quero isso de volta”? Pois é, rolou!
Esse tempo “fora do ar” me incentivou a repensar o meu trabalho. Apesar de me considerar um cara que busca fazer as coisas de forma diferente e não ter medo de deixar cair alguns pratos, eu cheguei à conclusão de que ainda não faço o suficiente. Também refleti que sou consumido por muitas coisas que merecem um downgrade na escala de prioridades. Acho que a leitura da biografia de Elon Musk ajudou um pouco nisso, apesar de que tenho zero admiração pela sua excentricidade, arrogância e desprezo que demonstra na construção de boas relações humanas. Elon Musk é o cara por trás da Tesla, Space X e Solar City. Ou, falando de outra forma, é o cara que sonha em construir carros totalmente elétricos e autônomos, montar cidades habitáveis em Marte e chegar ao clímax da energia solar e renovável, com o fim dos combustíveis de origem fóssil.
A minha reflexão me levou a duas decisões pós-férias: preciso me reinventar como profissional e preciso salvar mais tempo da minha vida fazendo coisas úteis e que me satisfaçam. A minha área de atuação, que é marketing e comunicação, está de ponta cabeça. Muitos colegas meus, de diferentes segmentos e indústrias, estão numa encruzilhada, como contou o Pyr Marcondes em seu artigo semanas atrás. Adoro marketing e comunicação e quero continuar nisso, mas tudo que fiz até agora tem pouca serventia para o meu sucesso num futuro próximo trabalhando nessa área. Hoje, trabalho com profissionais formidáveis e estou cercado de gente competente, mas preciso também me aproximar de pessoas bem diferentes de mim, que tenham pensamento e conhecimento bem distintos dos meus. Para fazer isso é necessário salvar tempo, deixando mais pratos caírem, portanto, preciso ser mais sagaz nas escolhas dos pratos.
Tomei cinco decisões que pretendo perseguir nos próximos meses:
1- Falar com estranhos
Vou desobedecer radicalmente o conselho que minha mãe me deu quando criança: vou falar com estranhos!!! Vou falar com pessoas que eu não conheço, me aproximar delas intencionalmente e que vão me provocar a ver as coisas por outro prisma. Vou limpar os preconceitos que tenho sobre determinadas coisas e exercitar isso no dia a dia através do relacionamento com pessoas que pensam e detêm conhecimento bem diferente do meu.
2- Incorporar o espírito de cientista
Vou seguir o mantra do brilhante artigo “O marqueteiro cientista“, de Adriano Araújo: adotar regularmente a experimentação para acelerar o meu aprendizado e da organização. Preciso incorporar um perfil de cientista e criar um ambiente de trabalho de laboratório, onde possamos fazer mais experimentos, testar mais coisas novas e tomar mais riscos controlados em marketing e comunicação. Essa é uma forma básica para aprender e evoluir em tempos em que tudo muda o tempo todo.
3- Soltar as amarras da organização
Eu já não sou fã do controle obsessivo, mas pretendo me desapegar ainda mais do controle e dar mais autonomia, liberdade e poder para os times que trabalham comigo. Essa é uma forma de salvar tempo diário e criar um ambiente para as pessoas tomarem mais riscos. Ainda sob esse conceito de soltar as amarras, eu gostaria de ver as pessoas que me cercam fazendo mais do item anterior, ou seja, experimentando coisas novas, errando, aprendendo nos erros, evoluindo e obcecados por inovação e performance.
4- Dizer “não sei” sem culpa e várias vezes ao dia
O ambiente corporativo, em geral, tem muita dificuldade em lidar com executivos que são transparentes ao dizer que não conhecem ou não sabem determinada coisa. Esse é um ambiente que gosta de líderes assertivos e “senhores de si”. Num ambiente de transformação e experimentação em que vive o marketing hoje, essa inibição de mostrar desconhecimento passa a ser fundamental e até crucial para motivar a organização a buscar novos caminhos. Eu não sou um cara que tem vergonha de dizer “não sei”, mas vou passar a fazer mais isso ao longo dos dias.
5- Internet free de vez em quando
Queiramos ou não, mas o mundo hiperconectado é um sugador de tempo, além de ser um fator de distração e destruidor de foco. Pretendo reorganizar o meu tempo e a atenção que dedico às mídias sociais, e-mails e WhatsApps da vida. Infelizmente, isso representará uma menor prontidão em responder as mensagens que recebo no dia a dia, ou seja, esse será um dos pratos que vou deixar cair. Desculpe, não é nada pessoal. Uma das coisas que vou testar é um dia de internet free por semana. Vamos ver se funciona.
São cinco decisões simples, mas difíceis de realizar em função do ambiente em que vivo e trabalho. Mas vou tentar, quem sabe no final do ano eu divido aqui o que aprendi na minha jornada?
Há alguns anos, eu estava num TED com uma amiga, que é presidente de uma grande empresa no país, tomando um café e conversando despreocupadamente. O salão estava cheio e ao longe caminhava uma jovem apressada. Ao identificá-la, a minha amiga sorriu e gritou seu nome: “Bel!” Elas se olharam à distância e sorriram. A jovem veio ao nosso encontro e ambas deram um caloroso abraço. Em seguida, fui apresentado a ela: “Essa é Bel Pesce”. Eu recebi um demorado abraço da minha nova amiga, acompanhado de um sorriso farto. Foi assim que eu me apaixonei pela Bel Pesce: amor à primeira vista. Ela contou que havia concluído um novo livro chamado “A menina do Vale 2” e estava iniciando uma excursão pelo país para divulgá-lo. Esse livro vinha no rastro do enorme sucesso do seu primeiro livro “A menina do Vale” e o papo seguiu a partir desse tema.
No mesmo dia, eu pesquisei quem era Bel Pesce. Digitei seu nome no Google e surgiram milhares de textos, imagens e vídeos. Procurei dados sobre sua formação e experiência e fiquei encantado com tudo que li, ainda tão jovem mas com um história de vida inteira para contar. Sem dúvida, ela tinha uma formação eclética, única e bem diferente da média dos jovens mais brilhantes que eu conheço. Nas semanas seguintes, troquei alguns poucos e-mails com ela, sempre com respostas demoradas e alegação de agenda lotada e viagens. A minha relação com a Bel terminou num daqueles e-mails, com longos intervalos sem resposta, nunca mais nos falamos.
Duas semanas depois daquele efêmero encontro no TED, recebi numa rede social um convite para um hangout da Bel, marcado para um domingo às 23h. O convite falava que ela conversaria com internautas sobre aprendizados, eventos, tendências e novidades, e um dos assuntos seria o TED. Fiquei curioso e entrei no hangout no dia e horário marcados. Depois de cinco minutos do hangout iniciado a Bel já tinha mais de duas mil pessoas acompanhando ao vivo, postando comentários e demonstrando um engajamento em nível máximo. Após duas horas de conversa, a timeline do hangout já tinha milhares de comentários escritos por internautas, quase todos encantados com a Bel e debatendo com fervor os temas discutidos por ela.
A energia da Bel é extraordinária e contagiante. Foi ali que eu concluí que eu estava diante de alguém especial. O número de ouvintes cresceu nos hangouts seguintes, cada sessão parecia juntar mais pessoas e eu passei a tentar entender o fenômeno que estava diante dos meus olhos. Ela demonstrava uma excepcional capacidade de comunicação, carisma, boas ideias e super entusiasmo. Também explorava ao máximo o conceito da “Menina do Vale”, era evidente o quanto as pessoas ansiavam em ouvi-la. Curiosamente, a cada hangout que eu participava, o meu desinteresse pelo conteúdo apresentado aumentava. Ela continuava sendo consistente em suas conversas, sempre com brilho nos olhos, mas eu sentia falta de profundidade, histórias práticas e relatos que eu realmente pudesse aplicar no meu dia a dia. Com o tempo eu concluí o óbvio: a Bel, como qualquer jovem, tem pouca “quilometragem rodada”; apesar de sua boa formação e boas ideias, faltava a vivência necessária para me trazer o que eu queria ouvir.
Eu não considero os livros e as palestras da Bel direcionados para mim. Seus livros são bem montados e bem escritos, porém me parecem mais motivacionais do que educacionais, não apresentam conteúdo muito inovador e nem têm muita profundidade. O conteúdo produzido por ela sempre me pareceu um misto de mensagens de motivação com o “O Alquimista” do Paulo Coelho, mesmo assim, estou convencido de que existe um contingente enorme de pessoas que apreciam esse tipo de mensagem e conteúdo que a Bel oferece. Ela realmente sabe motivar as pessoas, abrir cabeças e gerar entusiasmo, suas palestras são desejadas e seus vídeos vendem.
Quando li a primeira vez sobre a FazInova, fui tentar entender do que se tratava. O conceito e a proposta são boas, mas a FazInova ainda é conhecida como o projeto da Bel Pesce. Uma das razões é que o projeto ainda é recente, a FazInova ainda está em seus passos iniciais, tentando encontrar o caminho, portanto é prematuro esperar que a curto prazo
essa escola entregue resultados concretos e seja considerada uma referência em empreendedorismo. Para o projeto decolar é preciso incorporar pessoas com calos nas mãos e cicatrizes nas costas, gente que colocou a mão na massa e tem experiência real de empreendimentos, de sucesso ou não. Conheço muitas pessoas que se lançaram em empreendimentos que não deram certo. São pessoas que caíram e levantaram, buscaram outros caminhos, caíram de novo, se levantaram novamente e estão aí na vida construindo seus sonhos e projetos. Esses deveriam ser abraçados na FazInova e por outras organizações que
pretendem não apenas incentivar, mas ajudar o empreendedorismo com substância concreta, provendo uma escola de modelos de negócios com metodologias, alternativas de financiamento e experiência real de campo.Nesse sentido, como todo jovem, a Bel ainda carece de histórias de vida para se posicionar como uma empreendedora experiente, com ensinamentos e aprendizados práticos para compartilhar. Talvez isso justifique encontrarmos em seu site mensagens do tipo: “Bel é uma grande defensora de que todos os sonhos são atingíveis e de que a força está dentro de
cada um de nós. Sua história possui episódios completamente improváveis e Bel acredita piamente que qualquer pessoa é capaz de alcançar os seus sonhos”. São mensagens motivacionais e inspiracionais, que são notadamente reforçadas em sua atuação no programa “Caderninho da Bel” da rádio CBN, que avalio ser um programa dispensável, com conteúdo de
pouco valor.
Olhando tudo que já foi publicado a respeito desse episódio, inclusive a resposta dela nas redes sociais, fica evidente que a Bel exagerou na forma como ela apresentou a sua vida até agora, sua formação e experiência. Realmente não foi legal. Não concordo com uma amiga que publicou a seguinte frase em defesa da Bel: “Quem nunca inflou o seu
currículo?” Eu tenho uma resposta para ela: eu! Nos dias de hoje, as pessoas não compram você pelo que você vende de você mesmo, mas sim pelo que você faz e entrega. Aceitemos ou não, mas títulos, currículos e medalhas não têm mais valor como antigamente. Talvez até nos faça dar um pouco mais de consideração por quem está na nossa frente, pode nos
incentivar a dar dois minutos de atenção em vez do um minuto tradicional, apenas isso, nada mais. O importante é o conteúdo e valor que você entrega. Seja generoso e as pessoas serão generosas com você.
Apesar de tudo que falei acima, de me incomodar com a expressão marqueteira “garota do Vale”, de condenar o excesso exercido por ela própria em sua autopromoção, do ufanismo exagerado que a mídia dedica à
sua personalidade e da descrição desproporcional que ela faz de sua formação, eu ainda acho que ela tem conteúdo de valor para ajudar pessoas e projetos. Ela dará a volta por cima e continuará tendo um contingente de pessoas desejando ouvir suas histórias. Ela saberá tirar lições de tudo que está passando e se tornará uma pessoa melhor. Teremos uma Bel Pesce mais bem preparada e com mais conteúdo quando o tsunami passar. Ela é talentosa e tem toda uma vida ainda pela frente. Não foi por acaso que ela fez apresentações no TED, deu entrevistas nos principais programas da TV brasileira e ganhou vários reconhecimentos públicos, como ser eleita pela revista Época como uma das 100 pessoas
mais influentes do Brasil em 2012.
A Bel está sofrendo um escrutínio público. Ela está no meio de uma crise de imagem. Podemos até discutir se o mundo está sendo justo com a Bel ou não, mas o fato é que as mesmas “headlines” que a transformaram em menina prodígio, agora a transformaram em vilã. Vivemos a era da superficialidade onde as pessoas têm pouco tempo para se aprofundar e
refletir sobre os fatos, por isso casos como esse se agigantam em pouco tempo e ganham evidência. A Bel continua sendo a mesma menina brilhante de sempre, nada mudou, com os mesmos atributos e histórias que a qualificaram até hoje como uma jovem de sucesso.
Como disse um amigo meu, não se aprende a fazer gerenciamento de crises sem passar por crises. Ironicamente, o momento atual da Bel poderá ser a experiência mais prática e dolorosa que ela já viveu na vida até agora. Além das palestras de criatividade e empreendedorismo que ela apresenta, em breve ela terá mais uma em seu currículo: gerenciamento de crise pessoal. E nessa aí ninguém vai poder reclamar que ela não tem experiência prática para compartilhar. Acho que vem novo
livro por aí. Esse eu vou comprar.
O descrito acima é o meu ponto de vista sobre o caso, totalmente pessoal. Agradeço a meus amigos que responderam o meu pedido no facebook sobre percepções nesse caso da Bel Pesce. Agradecimento especial a Maria Eugênia Rocha que me inspirou muito, mas também ao Gil Giardelli, Fabio Seixas, Diego C. Silva, Betania Almeida, João Gabriel
Chebante, Renato Muller, Marcio Okabe, Emerson P. Pires, Ricardo Fernandes, Carlos A. de Toledo, José Carlos Cunha, Vanessa Pugliese, Bernardo Miranda, Diego D. Moreira, Marco Marcelino e Giulia De Marchi.
Lembro muito bem de uma situação de grande aprendizado vivida há mais de 20 anos. Essa minha experiência teve como pano de fundo uma série de debates e reuniões com o Diretor de Relações Externas da empresa a respeito de um projeto de patrocínio. Apesar de ter acabado de assumir o comando de comunicação de marketing, eu ainda era uma espécie de aprendiz de feiticeiro da área, tudo era novidade. Sob a pressão de construir projetos inovadores, surgiu na nossa frente uma oportunidade maravilhosa de patrocínio. O retorno sobre o investimento mostrava-se espetacular e a oportunidade parecia imperdível.
A questão é que o projeto de patrocínio estava ligado a uma personalidade nacional, uma pessoa admirada por todos, com uma reputação inbalável e querida por toda a mídia. Associar o nome da empresa a essa personalidade parecia ser maravilhoso, pois essa pessoa agregaria atributos importantes para a marca. Foi um projeto que a minha equipe vinha desenvolvendo arduamente, com características inovadoras e inexistentes no mercado. Como aprendiz da área, obviamente, cometi equívocos e erros que poderiam ter sido evitados. Um deles é que deixei para conversar com o Diretor de Relações Externas muito tarde. Quando cheguei nele, o desenho do projeto já estava num estágio muito adiantado.
Lembro muito bem da conversa inicial. Ele questionou o projeto desde o primeiro minuto. Não tinha nada contra a pessoa, aliás, ele afirmou várias vezes ser um admirador voraz dessa personalidade, mas achava um risco muito grande associar a marca da empresa a uma celebridade. Ou seja, seu argumento era conceitual e não dizia respeito ao nome envolvido. Ele não recomendava seguirmos em frente com um projeto daquele tipo, independentemente da personalidade ou do nome em questão.
Seu receio se baseava em dois simples pontos:
– que o nome da pessoa se sobrepujasse à marca da empresa;
– que algum problema pessoal daquela personalidade, desconhecido e/ou imprevisível, pudesse impactar os atributos da marca, podendo até causar uma crise, o que prejudicaria tremendamente a credibilidade da marca.
Ele dizia que, por mais inabalável que fosse a reputação de tal pessoa, fatos imprevistos e situações impensadas poderiam reverter o cenário e colocar em risco a marca da empresa. Acho que ouvi isso dele mais de “mil vezes”.
O projeto proposto era, inicialmente, de doze meses. Isso significava dizer que, ao longo do tempo, a associação da marca da empresa com a personalidade iria se fortalecer, a ponto de os atributos dos dois lados se misturarem. O executivo tinha muito receio dos riscos envolvidos, apesar de todas as evidências mostrarem que as ameaças eram mínimas e controláveis. Eu, na minha ingenuidade e inexperiência, achava-o excessivamente conservador e não conseguia ver riscos sérios. Eu queria a todo custo colocar o tal projeto inovador no ar, pois tinha certeza de que ele traria excelentes resultados para a empresa. Enfim, foram várias discussões e muitas análises feitas até a tomada de decisão.
Conto toda essa história por causa da notícia que ocupou os jornais nas últimas semanas: a mentira do nadador Ryan Lochte para encobrir a sua noite de baderna tropical durante os Jogos Olímpicos no Rio. Cinco grandes patrocinadores anunciaram o cancelamento dos contratos com Lochte. Segundo o cálculo de especialistas da ESPN, antes do incidente, o nadador contava com aproximadamente um milhão de dólares em cotas de patrocínio. Além da enorme perda financeira, o Comitê Olímpico e a federação de natação dos Estados Unidos sinalizaram que Lochte poderá ser punido por tais entidades. Ou seja, o que já é muito ruim, pode piorar ainda mais.
Histórias similares são bem conhecidas, apenas mudam os personagens e as marcas. Um dos casos famosos ocorreu com um dos atletas mais admirados no mundo: Michael Phelps. No início de 2009, uma foto do Phelps fumando maconha explodiu na imprensa. A imagem dele era tão forte na época que as caixas de sucrilhos da Kellog’s carregavam a imagem do atleta estampada em grande estilo. Phelps era sinônimo de sucesso, saúde e código de conduta. Era difícil imaginar que algo pudesse abalar esse fenômeno. Afinal, o que poderia acontecer a um campeão olímpico como ele, na época com 23 anos, com toda uma carreira ainda pela frente? O fato é que o improvável, inconcebível ou inacreditável aconteceu.
Outro caso bastante conhecido é o de Tiger Woods, que também ocorreu em 2009. O escândalo de infidelidade conjugal do maior jogador de golfe americano de todos os tempos causou sérios impactos aos seus patrocinadores diretos. Ele era considerado, tal como Michael Phelps, um exemplo de atleta, cidadão e ser humano. Todo mundo queria se associar a ele. Em pouco tempo, os patrocinadores foram abandonando o atleta e tratando de gerenciar uma situação improvável e complicada. Nos anos seguintes, Woods saiu do noticiário e sua imagem perdeu o encanto.
Como desvincular as marcas desses acontecimentos? Essa é uma pergunta curta que sempre exige uma resposta longa. Empresas com marcas fortes têm que pensar muito a respeito da estratégia de associar suas marcas a uma personalidade, por mais “segura” e inabalável que seja a imagem do personagem em questão. Os exemplos de Lochte, Phelps e Woods são casos evidentes dos riscos de tais estratégias.
Sobre a minha história…
O projeto era o patrocínio ao Jô Soares, quando a IBM colocou na mesa do Jô, no seu programa Jô Onze e Meia, um notebook onde ele acessava a internet ao vivo. Isso ocorreu na década de 90, quando a internet começava a despontar e chegar a nossas vidas. Foi a primeira vez que isso foi feito na TV, em todo mundo. Foram quase dois anos contínuos no ar, de segunda a sexta, com grande sucesso e impacto na mídia. O diretor da IBM era Roberto Castro Neves, uma das maiores autoridades de comunicação corporativa do País, hoje consultor e autor de vários livros de comunicação. O projeto foi adiante e gerou grande retorno para a IBM, que naquela época buscava popularizar sua marca, pois ainda era conhecida como fabricante de PCs. Os nomes IBM e Jô Soares ficaram intimamente conectados durante aquele período.
Vai aqui um abraço saudoso ao amigo e mestre Roberto Castro Neves. Com ele, aprendi os fundamentos da comunicação e do relacionamento com a imprensa. Ele tem responsabilidade direta na minha formação e pela minha decisão de seguir na carreira. Agradeço a ele por ter suportado um “garoto” repleto de energia, insistente e muitas vezes inconsequente. Com ele, amadureci muito e me tornei um profissional melhor.
Texto baseado em um post que escrevi anos atrás. A história se repete.
Os millennials são superficiais, narcisistas, arrogantes, egocêntricos e
impacientes. Por outro lado eles são ousados, flexíveis, adaptáveis,
tecnológicos e abraçam a diversidade. A polêmica reveste qualquer
discussão sobre a geração Y.
Independentemente da opinião de cada um, a certeza é que os millennials
formam uma geração que vive em pleno paradoxo. Trabalhar com essa
geração é sinônimo de desconforto constante. Uma pesquisa mostrou que
dois entre cada três millennials pensam em deixar o emprego nos próximos
três anos. Ou seja, sabe aquele jovem que senta do seu lado no
trabalho? Ele não para de pensar em mudar de emprego.
Nesse vídeo eu conto um pouco mais sobre os millennials. Só espero que ninguém fique enfezado comigo.
No final, eu dou alguns conselhos para quem é millennial, chefe de
millennial e executivo de empresa. Seria legal saber a sua opinião.
Deixe nos comentários.
Tudo começou ano passado, quando meu filho me apresentou o Casey Neitast,
um dos maiores fenômenos do YouTube em 2015. Ele me mostrou um vídeo
dele e nunca mais deixei de acompanhá-lo. Casey é realmente um caso
único, ele publica um vídeo por dia desde o início, sempre de alta
qualidade. Hoje, tem quase quatro milhões de seguidores e cresce a uma taxa de 10 mil novos seguidores por dia!!! Sim!!! 10 mil novos assinantes de seu canal por dia!
Desde então passei a assistir esporadicamente alguns outros YouTubers. Conheci a Jout Jout, magnetismo puro, o Louis Colen e o maravilhoso canal Post Modern Jukebox. Assim atravessei os primeiros meses de 2016… mas algo começou a acontecer a partir de maio.
Em
meados de maio, eu recebi um convite para um Festival de YouTubers
patrocinado pela Coca-Cola e Vevo. Ôpa, se tem Coca-Cola e Vevo então
deve ser coisa boa. Era um convite individual e falava em seis nomes que
eu não tinha ideia de quem eram: Sofia Oliveira, Tauz, Gabi Luthai, Mariana Nolasco, Mussoumano e um tal de Whindersson Nunes.
Como posso ser convidado para um festival e não conhecer nenhuma das estrelas? Isso era inadmissível. E lá fui eu atrás do Whindersson Nunes.
Entrei no YouTube para conhecê-lo. Digitei seu nome na linha do Google e
apareceram milhões de entradas. Loucura !! Assisti ao vídeo de boas
vindas dele e a primeira impressão não foi legal. Mas aí eu assisti mais
um vídeo, o segundo, o terceiro… e me juntei ao país que segue o
Whindersson. Quando entrei para vê-lo, ele tinha 8.798.341 seguidores, e
segundos depois ele já tinha 8.798.342: era eu! Hoje, pouco tempo
depois, ele tem quase 11 milhões de seguidores. O país segue
Whindersson.
Em junho, o avião pousa em Sampa para uma semana de
trabalho e eu me deparo com todos os relógios nas ruas da cidade
veiculando publicidade de YouTubers. A querida Jout Jout,
que tanto sigo e admiro, estava lá, olhando para mim em cada esquina.
Aquilo não era algo comum. Publicidade é para artistas de TV, não para
YouTubers. Olha o preconceito me dominando!
Veio o final de
semana, ainda em São Paulo, e decido passear na feira de antiguidades da
praça Benedito Calixto. Surpreendentemente eu avisto numa das barracas a
Jout Jout com o seu Caio. Eu e minha esposa ficamos entusiasmados e
fomos lá namorar a Jou Jout e o Caio, que nos receberam quase como
membros honorários de sua família. Ficamos encantados!!! Aliás, até
agora estamos encantados ainda com aquele singelo encontro. Vivemos a
sensação de termos encontrado amigos de longa data. Tiramos fotos e
pajeamos a Jout Jou como não faríamos com qualquer artista da Globo.
Ainda em junho (junho foi um mês fértil!!!) leio que
vários YouTubers foram convidados para a Bienal do Livro 2016 em São
Paulo, que vai rolar de 26 de agosto a 4 de setembro. Explorando a
notícia lida, descubro que YouTubers estão se tornando autores de livros
e obtendo sucesso, tornando-se verdadeiros influenciadores muito além
dos vídeos que produzem. Por outro lado, autoras juvenis como Thalita
Rebouças e Paula Pimenta, que já são conhecidas por seus livros
impressos, também estão explodindo com seus textos em blogs e redes
sociais. Está tudo se misturando!
Em determinado momento, me falaram que eu precisava conhecer a Thaynara OG no Snapchat.
Me disseram que ela tem mais de um milhão de seguidores no aplicativo,
publicando fotos e vídeos, todos os dias, que desaparecem em 24 horas. E
lá fui eu buscar a Thaynara OG. Li numa matéria em jornal que ela tem
cerca de 400 mil visualizações diariamente no Snapchat.
Como posso ter vivido a minha vida toda sem conhecer a Thaynara OG?
Agora me juntei à tribo da Thaynara OG. Não sei bem o motivo, mas não dá
para entrar no Snapchat sem saber o que ela está fazendo. Ahhh, e ela
também tem mais de um milhão de seguidores no Instagram.
Início
de julho, ao abrir uma revista qualquer, me deparo com um anúncio de
página inteira falando do lançamento do ano: o álbum de figurinhas
Capricho YouTubers, os 17 nomes que estão bombando nas redes agora em
figurinhas para nós colecionarmos. O primeiro álbum com tecnologia “mobile view“. Uau!! Vou ter acesso a fotos exclusivas e vídeos inéditos dos nossos ídolos no celular!
Final de julho, a Snack publicou um ranking dos Top 10 YouTubers do mundo. Nessa super lista aparecem quatro YouTubers brasileiros. E lá está o Whindersson Nunes de novo, em segundo lugar. Em seguida, surge o Felipe Neto
na terceira posição. A pesquisa, realizada em junho, não é um ranking
montado apenas com base no número absoluto de inscritos no canal, mas
considera poder de influência, métricas de engajamento (comentários,
likes e compartilhamentos), visualizações, frequência de publicação,
atividade do canal e outros pontos. Ou seja, estamos falando de campeões
de influência e engajamento no mundo digital.
Nelson Botega, sócio e fundador da Snack afirmou: “Ter dois dos três
YouTubers mais influentes no mundo só mostra a força e o tamanho do
mercado de vídeo online no país. Uma marca que queira atingir o coração
da audiência não pode estar fora desse universo”. Ele está super certo.
Não dá para ficar indiferente ao que está acontecendo. Esse não é um fenômeno efêmero. Tem uma mudança enorme acontecendo e precisamos entender o que é isso.
Atualmente o YouTube
tem mais de um bilhão de usuários. Centenas de milhões de horas de
vídeos são visualizadas a cada dia. O crescimento no tempo de
visualização no YouTube tem acelerado e crescido a uma taxa de 50% ou
mais nos últimos três anos, enquanto o número de pessoas assistindo à
rede social tem aumentado em 40% y/y desde março de 2014. Essas são
estatísticas providas pelo próprio YouTube e que mostram a força do
meio.
Para a grande maioria das pessoas, criar um canal no YouTube
ainda é uma atividade informal e despida de grandes expectativas. Você
automaticamente se transforma num YouTuber ao publicar conteúdo
regularmente em seu canal, mas alcançar sucesso de audiência exige muito
mais do que sorte. Muitos olham os YouTubers famosos de forma
negligente, mas esse é um viés equivocado de olhar o que está ocorrendo.
Muitos dos Top YouTubers são talentosos, criativos, ousados,
excepcionais comunicadores e produzem conteúdo de valor. Você pode até
não gostar do estilo de alguns deles, ironizar o valor do conteúdo
produzido, mas esteja certo de que eles não estão alcançando o sucesso
de forma casual. Isso pode ter acontecido no início da decolagem de
alguns canais, mas depois o sucesso veio através de muito esforço,
ralação, seriedade, ousadia e passos muito bem planejados.
Por fim, lendo uma matéria na Exame Online, descobri que o Whinderson Nunes
tem uma receita anual de até U$ 2,9 milhões. Fiquei motivado. Descobri
que nasci para ser YouTuber. Olhando os números no dia em que escrevo
esse post, eu já tenho o meu canal com 1.315 inscritos. Whindersson, prepare-se, tô chegando !
Esta é uma provocação sobre a agenda dos executivos, mas provavelmente você vai se identificar com tudo que falo abaixo.
Vivemos uma época em que todos falam de inovação e criatividade dentro das empresas, para isso é fácil constatar que precisamos trabalhar diferente, a começar pela agenda dos executivos. Num evento recente de mercado do qual eu participei, durante um café com vários executivos, o papo foi a velha discussão da agenda lotada de todos. Todos, sem exceção, reclamando da falta de tempo, da agenda extenuante e da tungada na vida pessoal por conta da loucura da vida profissional. Por outro lado, todos falando também da necessidade de inovar e fazer coisas diferentes.
Posso ser simplista aqui, mas tudo começa pela agenda de cada um de nós. Tipicamente, negligenciamos o poder que temos de montar conscientemente a agenda diária de trabalho que precisamos. O segredo do sucesso ou do fracasso começa nela. A sua capacidade de se desenvolver, inovar e pensar diferente precisa de espaço na agenda.
A maioria dos executivos tem dificuldade em lidar com agendas vazias. A rotina dessa turma inclui muitas horas montando relatórios, apagando incêndios, respondendo e-mails, muitas vezes irrelevantes, participando de reuniões intermináveis, ou seja, é um festival de tempo perdido. Aceitemos ou não, mas a cultura corporativa das empresas, em geral, está impregnada de amor pela hierarquia e de excesso de controles. A culpa disso tudo é dos executivos.
O que vou falar a seguir vale para todos os perfis de empresas, de qualquer segmento, de qualquer tamanho. Eu conheço executivos que delegam a sua agenda totalmente para a secretária, que vivem com a sensação de estarem sendo improdutivos quando a agenda está vazia, que vivem trancados em salas de reunião e não conseguem circular pela organização para falar com as pessoas ou com seus clientes. São executivos que não fazem reuniões com eles próprios… sozinhos! São líderes que não têm espaço na agenda para pensar. Quando o espaço surge, quase que por encanto, eles são usados para ver e-mails. Uma grande parte desses líderes afirma que a vida de executivo é assim mesmo: “agenda cheia e sem vida pessoal”. São gestores que adoram controle e, por isso, a agenda fica cheia de reuniões para controlar as coisas, para rever planilhas de projetos repletas de células com responsáveis, datas, prazos e status. Essa é uma rotina interminável, porque por trás de uma planilha, sempre tem outra planilha.
Mas qual é o caminho? A resposta está em duas palavras: desapego e coragem!
Desapego! Palavrinha que não aparece muito no dicionário corporativo. O segredo de uma agenda livre começa pelo executivo ter desapego por saber de tudo que está acontecendo em sua organização, desapego por planilhas, que muitas vezes nem entendemos direito, desapego por apresentações em powerpoint longas e complexas… enfim, desapego por tudo que esteja relacionado com controle excessivo. O controle é diretamente proporcional à falta de confiança nos subordinados e à tradicional dificuldade de delegar. Outras vezes é o velho cacoete do chefe querer por a mão na massa por achar que faz melhor que o seu time. Tudo isso tem por trás a obsessão de saber tudo que rola… nos mínimos detalhes.
A coragem caminha junto com o desapego. Estou falando da coragem de dizer “não sei” para o chefe quando ele pergunta sobre alguma coisa que está acontecendo na sua área e você diz “não sei” com naturalidade e segurança, sem dor na consciência, com a simplicidade de um monge indiano. Coragem para delegar o projeto mais importante da sua área para o seu time e deixá-lo trabalhar sem encher o saco. Coragem para aceitar fracassos e erros dos subordinados, pois isso faz parte do processo de evolução da organização. De forma geral, as organizações lidam muito mal com os fracassos. Todos abraçam a inovação e a criatividade, desde que não fracassem, não é mesmo?
Muitas vezes a sua agenda reflete a agenda do seu chefe. Se você tem um chefe inspirador, visionário, que gosta de pensar diferente, provavelmente, a sua agenda segue esse curso. Mas se você tem um chefe controlador, que adora saber tudo que você faz em detalhes insuportáveis, certamente a sua agenda está carregada de revisões e preparações de relatórios e apresentações sem fim. Onde está a sua coragem para não aceitar integralmente o estilo imposto por seu chefe? Tenha personalidade, desenvolva um relacionamento com o seu chefe e com o seu time em cima de critérios que você avalia como o melhor para todos. Ajude a mudar o curso das coisas. Não aceitar o curso do rio nem sempre é fácil e exige coragem.
Tudo isso, de alguma forma, gera consequências na sua agenda de trabalho. Ela é o reflexo do somatório de todas essas influências. O Santo Graal é uma agenda mais equilibrada, que permita tempo para respirar, se reciclar, rever prioridades e obter melhor equilíbrio com sua vida pessoal.
Aqui cabe um ponto fundamental. Uma agenda cheia não é sinônimo do capeta e não necessariamente significa inibição da criatividade e da inovação, o importante é que ela tenha espaços fartos e longos para você pensar diferente. O segredo não é você descobrir e ocupar os buracos na sua agenda… mas sim criar buracos, esse é o segredo. Crie espaços para conversar com pessoas que você não conversa normalmente, para ler publicações e artigos sobre coisas totalmente fora da sua área de atuação, que você nunca leria a pedido de seu chefe ou por iniciativa própria. Crie espaços para aprender coisas novas ou desaprender as coisas que você sabe. Espaço na agenda significa espaço para as ideias surgirem e descobrir novas possibilidades.
Em resumo, agenda mais vazia significa você navegar nas coisas com um nível de conhecimento mais baixo e com menor controle, com desapego e com a segurança de que está fazendo a coisa certa. Agenda vazia significa delegar mais e confiar no time, representa espaço disponível para inovar e pensar. Esses são os desafios, sacou?
Eu convivo com esses desafios o tempo todo. Propositadamente, eu tomo a iniciativa de bloquear partes da minha agenda diária para funcionarem como uma espécie de respiro, que às vezes são usadas para atacar as urgências, me renovar mentalmente ou fazer coisas completamente fora do radar. Eu decido na hora. Eu gosto de ler e pensar com fone de ouvido na cabeça ouvindo música clássica, conversar com pessoas que não conheço e entrar em coisas que eu não deveria estar. Isso me expõe a situações completamente diferentes e me desenvolve. Parece um pouco irresponsável, até caótico, talvez seja mesmo.
Por algum motivo que não sei explicar bem, nós vivemos numa época em que os gerentes não reconhecem a atividade de “refletir e pensar” como parte essencial de seu trabalho e responsabilidade. Existe um foco obsessivo na execução, especialmente nas grandes organizações. Quem afirma isso é o excelente artigo do MIT chamado “The Lost Art of Thinking in Large Organizations”, que apresenta uma ótima reflexão a respeito desse fenômeno. A arte de pensar exige uma boa dose de incerteza e ambiguidade, características que os executivos e organizações rejeitam, especialmente porque o mundo dos negócios celebra os líderes vencedores, que têm respostas assertivas e que se comportam como “senhores de si”. Expressões como “não sei” e “talvez” têm pouco espaço nas salas de decisão das empresas.
Infelizmente, os novos executivos aprendem com os velhos executivos. A nova turma executiva que vem por aí tende a repetir as coisas e o comportamento dos mais antigos e experientes. Assim se forjam os novos líderes. Já ouvi executivos de várias empresas diferentes, grandes e pequenas, falando para mim que ter a agenda muito livre pega mal. O que os outros vão pensar de mim? É preciso estar atarefado e com a agenda cheia, mostrando que a organização é demandante e que somos uma peça fundamental na engrenagem organizacional. Enfim, se o executivo não segue esse padrão, ele pode ser considerado como alguém fora do grupo. Inconscientemente ou não, ele age como os outros. Repetimos padrões sem entender muito bem o motivo e sem sentir, mas no fundo não queremos nos sentir diferentes ou excluídos.
Essa tendência de repetir comportamentos me lembra um experimento que bombou nas redes sociais chamado “Conformidade Social“. O experimento ocorre numa sala de espera e uma mulher repete os movimentos sem sentido que o grupo executa. O ambiente e o contexto provocam uma pressão do grupo sobre ela, que tende a agir em conformidade com as expectativas esperadas de quem está na sala. Vale muito a pena ver esse pequeno vídeo de menos de 4 minutos. Substitua esse cenário por outros grupos e você verá que o esse tipo de comportamento é muito mais comum do que imaginamos.
Não leve toda essa minha longa reflexão tão a sério.
Obviamente que o mundo vive hoje uma explosão de executivos inovadores e empreendedores, com muitas empresas inovando radicalmente e muitos modelos de negócios sendo repensados. Existe muita gente boa no comando das empresas e desafiando o status quo. Eu mesmo trabalho numa empresa super inovadora, que se reinventa constantemente e que investe uma fortuna em inovação anualmente. Essas coisas não acontecem por acaso, acontecem por conta de líderes que quebram as regras e se jogam em abismos sem ter certeza de onde eles terminam. O desafio é a multiplicação desses gremlins executivos dentro das organizações, de forma que modelos tradicionais de trabalho e de hierarquia sejam repensados diante da sociedade em que vivemos hoje.
A transformação da liderança das empresas, incluindo desde o primeiro escalão até o escalão mais perto do chão de fábrica, não acontecerá somente por uma mudança de postura ou comportamento, não basta somente vontade de mudar, mas carrega elementos de transformação cultural, de regras e leis da sociedade nos âmbitos social e econômico. Enfim, a agenda é apenas um pequeno elemento em toda essa onda. Mas quer saber? De tudo isso que falei, a sua agenda é a única coisa que está sob seu total controle. Portanto, se não dá para fazer todas as mudanças, que tal começar repensando a sua agenda de amanhã?