terça-feira, 30 de agosto de 2011

O Presidente e o Blog

Texto publicado no site da In Press Porter Novelli

Raul, o gerente de comunicação, finalmente conseguiu ter uma reunião rápida com o presidente.

- Presidente, o seu blog está pronto. Já podemos lançá-lo.

O presidente olhou para Raul dizendo:

- Sei...

Ficou um silêncio no ar. Raul esperava que o presidente mostrasse mais entusiasmo. Afinal, foi ele que insistiu em criar um blog. O incômodo silêncio fez Raul quebrar o gelo.

- Vamos ter que criar uma certa rotina para fazer o blog funcionar. Primeiro, acho importante que o senhor escreva pelo menos um post por semana.

O presidente olhou por cima dos óculos exclamando:

- Post ?

Raul continuou:

- O senhor tem que entrar com frequência no blog para saber o que as pessoas estão comentando. O ideal seria responder rapidamente...

- Eu ?

- A gente acredita que as pessoas colocarão poucos comentários no início, já que isso é muito novo na empresa. E poderemos ter alguns comentários negativos. Nunca se sabe. A empresa está passando por um aperto de custos, cortou o cafezinho de graça...

O presidente interrompeu:

- Eu vou ter que falar sobre café ?

- Se o senhor preferir, a gente pode ter uma reunião semanal para avaliar a evolução do blog.

- Mais reunião ? Eu já estou atolado de reunião. Não preciso de mais uma...

Voltou o silêncio. O presidente ficou olhando para a cara do Raul...

Finalmente o presidente exclamou:

- Olha, faz o seguinte. Pensa melhor nessa história do bilogue. A gente precisa mesmo ? Eu não preciso, estou sobrecarregado. Eu já tenho a minha comunicação que a gente manda por e-mail a cada três meses para todos os funcionários, que atende perfeitamente. Tá todo mundo informado. E tem a intranet com um monte de conteúdo, os murais, e tudo mais. Pra que vamos entrar num bilogue ? - exclamou o executivo já se virando para a tela do computador e pousando os dedos nas teclas.

- Mas, Presidente, a gente já falou sobre isso...

O presidente se virou então respondendo:

- Tá bom. Já que você considera tão importante, a responsabilidade fica sendo sua e do seu grupo. Bota isso no ar e fica monitorando. De vez em quando, você escreve um texto pra mim. Manda por e-mail, eu aprovo e você coloca no bilogue. Se tiver muito comentário, você gerencia com os outros diretores. Quando der, a gente conversa. Vamos lá ver no que isso dá.

A brincadeira acima, apesar de irônica, certamente ocorre em diversos níveis dentro das empresas. Em determinado momento, os executivos se motivam e aceitam entrar nas mídias sociais. No entanto, quando chega o "momento da verdade", eles acabam se esquivando. A entrada no mundo dos blogs e redes sociais ainda soa como algo não prioritário, desinteressante, arriscado e tomador de tempo pelos executivos. Além disso, um número considerável de líderes não participa de maneira genuína nas redes. Vários colocam pessoas para ler e escrever no lugar deles, como uma espécie de "gosths", assumindo, quando muito, o papel de revisores do que escrevem por eles. Estamos apenas no "iniciozinho" de uma longa jornada de transformação dentro das empresas, motivada pelas mídias sociais, que mudarão completamente a comunicação interna e externa. Por enquanto, nós vamos trabalhando na modalidade "Apertem os cintos, pois o piloto ainda não assumiu o comando".

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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ebook grátis de Cezar Taurion sobre Mídias Sociais

Acesse o link abaixo ou clique na imagem para obter o excepcional Ebook do Cezar Taurion sobre mídias sociais. É grátis !!!!!

Mídias Sociais e seus impactos na nossa vida

Sugiro fazer o download no formato PDF. Como "souvenir", reproduzo abaixo o prefácio do livro, que tive o privilégio de escrever.

Cara, esta foi uma grande viagem!

Essa foi a minha primeira reação ao ler este blogbook de Cezar Taurion. Falar de redes sociais de 2007 a 2010 é uma grande viagem, em aceleração máxima, non-stop flight. Os posts mostram uma evolução espetacular nas ferramentas e no conceito do que chamamos de sociedade virtual. Soa até engraçado o primeiro post, quando o autor comenta a respeito da conferência Web 2.0 de 2007 em que ele identificou um grande interesse do público participante pelo tema "blogs corporativos". O assunto ainda era incipiente, as empresas não tinham muita clareza do que eram esses tais de blogs e muito menos em como usar e incorporar tal tecnologia em suas estratégias e planos. Enfim, é muito interessante rememorar isso, pois evidencia que o tempo de introdução, aceitação e maturação das novas plataformas de mídias sociais vem diminuindo rapidamente.

O blogbook oferece generosamente uma visão geral do que chamamos de tecnologias sociais ou computação social. Nada escapa aos olhos e da "caneta virtual" de Taurion: blogs, wikis, redes sociais, twitter, mundos virtuais, etc. Ele percorre todos estes temas desmitificando-os e conectando-os ao mundo corporativo. Apesar de toda evolução, tais tecnologias ainda estão sendo absorvidas pelas empresas e a distância dos executivos deste novo mundo parece ser uma das principais barreiras.

Mas o autor não cobre somente as mídias sociais em seu aspecto tecnológico, ele também aborda algumas transformações sociais que vêm acontecendo a reboque destas mídias, seu uso em algumas empresas de vanguarda, a influência da geração Y, o "novo conceito" de privacidade e um olhar sobre o futuro. E não pense que a abordagem é chata e técnica. Nada disso. Ele explora cada tema de maneira leve, muito didática e sempre com um olhar muito próprio, diferente da maioria dos textos que encontramos por aí, que normalmente abordam estes assuntos falando "mais do mesmo".

Lendo o blogbook, fica claro que não é por acaso que Taurion é Gerente de Novas Tecnologias e Technical Evangelist da IBM Brasil. Aliás, o termo "evangelista" é de uma felicidade absoluta, pois Taurion exerce exatamente este papel no dia a dia. Ele é um entusiasta, um doutrinador, com todas as suas convicções e até incertezas, mas, acima de tudo, um mestre que acredita em causas, e faz disso a sua principal característica. Sua capacidade didática, de descomplicar o que parece díficil, é muito especial.

Enfim, esta é uma obra para todos aqueles que desejam conhecer e se aprofundar um pouco mais nos conceitos de computação social. É uma visão abrangente, atual e interessante a respeito das mídias sociais no mundo corporativo. Todo profissional que se interessa e trabalha com o assunto vai gostar deste blogbook. É, certamente, uma referência.

Portanto, só me resta dizer o que os milhares de leitores dos livros e blogs de Taurion sempre falam: obrigado mestre!

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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

IBM Forum: Tributo aos Y

O sentimento de realização é uma das coisas mais formidáveis que existe. É a sensação da conquista e da superação. Eu não costumo escrever o tipo de post abaixo, mas hoje vou abrir uma exceção por conta de duas conquistas minhas recentes.

A primeira é o blog AQO.
São 3 anos de blog. Um exercício constante de pensar diferente, de encontrar sentido e tirar aprendizado das pequenas coisas e do cotidiano, especialmente para quem enfrenta o dia a dia do trabalho, suas mazelas e transformações, e mais ainda especialmente para quem trabalha com marketing e comunicação, que é sobre o que mais gosto de escrever. A novidade é que o AQO virou livro. Mas isso é algo que vou escrever depois.

A segunda conquista foi ontem.
Junto com uma equipe fantástica, nós planejamos e realizamos o maior evento da IBM da América Latina, o IBM Fórum. Essa foi a 5a. e maior edição do evento, que é realizado em São Paulo, dois dias de duração, com 2 mil participantes e alta tecnologia. Não pretendo descrever aqui o conteúdo e a complexidade de um projeto desse tamanho, mas sim registrar a sensação de satisfação e torpor que acontece depois de tudo. Deve ser uma sensação muito parecida com aquela pessoa que cruza a linha de chegada ao final de uma maratona. Longos meses de planejamento e tudo se concentra ali, na pista, naquela hora da verdade.

Num blog onde escrevo sobre comunicação e comportamento nos novos tempos, não dá para não falar de algo que fez toda a diferença: trabalhar com uma equipe jovem, altamente energizada, conectada, otimista, irreverente, alegre, competente, responsável, ousada e flexível.

Quer conhecer a cabeça e comportamento da geração Y sob pressão, com responsabilidades definidas, planejamento amarrado e um projeto dependente de alto espírito de time e camaradagem? Então faça um projeto desse tipo. Ali, no campo de batalha, é que a gente conhece a geração Y. Dali emerge o iceberg. É quando os imprevistos acontecem, quando fatos não planejados exigem improvisações e quando a gente precisa daquele "pouquinho a mais". Trabalhar com essa geração muda meu comportamento, eu fico um pouco mais parecido com eles, mas de forma genuína, nada forçado. Trabalhar com a geração Y é energia pura, inspiração e desafio.

O inesquecível projeto IBM Forum 2011 só foi possível por conta dessa turma Y aí embaixo e muitos outros Y que não estão na fotografia. Um projeto completo e complexo de marketing, relacionamento, comunicação e cidadania.

Ys da IBM, obrigado por receberem bem o velhinho...



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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Esse pretinho faz milagres

Texto publicado no Nós da Comunicação

Imagine se alguém fala, do nada, a seguinte frase para você: "Esse pretinho faz milagres". Você não entende nada, né?

Agora, imagine estas 3 situações:

1
Uma amiga vira para a outra e fala: "Estou me sentindo tão gorda".
A outra responde: "Experimenta este vestido".
Minutos depois, já usando o vestido, a primeira amiga responde: "Esse pretinho faz milagres".

2
O homem vira para a esposa e diz: "Esse sapato está tão velhinho".
A esposa se vira e fala: "Usa isto". E entrega uma cera de engraxate para ele.
No final do dia, o marido comenta com a esposa: "Esse pretinho faz milagres".

3
Uma amiga confidencia para outra: "Minha vida tá um inferno, tudo dá errado".
A outra amiga entrega um papelzinho para ela dizendo: "Faz uma consulta com ele... que ele resolve". Na semana seguinte, as coisas começam a melhorar e a primeira amiga chama a segunda amiga: "Esse pretinho faz milagres".

Desculpe se o último exemplo é "politicamente incorreto", mas é bom, né?

A questão aqui é o contexto. Eu começo este post com essa brincadeira para contar um caso de um colega, que é responsável pela comunicação interna em uma empresa de grande porte.

Ele me contou que foi feita uma pesquisa interna na empresa e o resultado mostrou uma insatisfação grande com a área de comunicação interna. Com a pesquisa nas mãos, eles juntaram vinte pessoas de diferentes divisões da empresa e fizeram uma reunião de discussão para fazer o diagnóstico da situação. A maioria dessas pessoas já eram conhecidas como pessoas colaborativas e contribuidoras da área de comunicação interna.

O diagnóstico foi o seguinte:

- A empresa publicava suas comunicações quase sempre uma única vez, ou seja, no estilo "one shot". Por exemplo, o anúncio de algo importante era feito através da publicação de uma única nota na intranet. A área de comunicação interna considerava que uma única ação de comunicação era suficiente e que repetir a mesma notícia em outras mídias internas poderia ser "over". A pesquisa mostrou exatamente o contrário. A maioria das pessoas se sentia desinformada, pois muitas informações importantes passavam despercebidas.

- As comunicações eram descontextualizadas. Quase sempre faltava dizer como aquela informação se conectava com as prioridades e a estratégia da empresa. A pesquisa mostrou que as comunicações eram boas e com conteúdo relevante, mas faltava uma roupagem mais estratégica e uma visão mais ampla. Alguns falaram que as comunicações eram muito "departamentalizadas".

- A comunicação interna usava muito acrônimos e siglas internas. Muitos funcionários não entendiam a linguagem utilizada. Esse problema ficava mais crítico para os novatos da empresa. Como a empresa contratava muita gente, por conta de seu crescimento acentuado, esse problema se tornava ainda mais sério.

Curiosamente, a área de comunicação interna da empresa reagiu muito bem à pesquisa. Em vez de se justificar, eles entenderam o problema e rapidamente trataram de agir.
Tomaram as seguintes ações:

1- Comunicação mais estratégica
Eles desenvolveram um plano de comunicação para explicar a estratégia da empresa, mas em pequenas doses. O plano contemplava ações durante 12 meses, através de diversas mídias e com participação de diversas fontes diferentes, como executivos, funcionários e parceiros de negócios.

2- Contextualização
Decidiram que, a partir daquele instante, a grande maioria das comunicações contará com um parágrafo ou gráfico evidenciando onde aquele fato ou projeto se conecta com a estratégia da empresa.

3- Repetição
Toda a comunicação passou a ter seu conteúdo divulgado nos diversos canais de comunicação internos. Por exemplo, uma comunicação publicada na intranet, também passou a ser publicada nos murais, porém, em formato mais reduzido e objetivo.

4- Novos canais internos de comunicação
Além da intranet, da newsletter quinzenal, dos murais e da revista interna, eles decidiram implementar mais dois canais de comunicação: um canal de comunicação exclusivo para gerentes (via uma newsletter mensal) e um blog.
O canal de comunicação para gerentes passou a ser um canal importante para a comunicação de recursos humanos. O objetivo do blog foi criar um canal de comunicação de duas mãos com os funcionários. Lá, as principais matérias publicadas na intranet eram reproduzidas com algum comentário ou visão alternativa dada por um executivo ou por algum influenciador importante.

5- Reunião de pauta
Eles criaram uma reunião de pauta com todos os colaboradores de comunicação interna. Isso não era feito antes e o objetivo foi buscar mais alinhamento e sinergia do time.

6- Descomplicação da empresa
Foi criado um pequeno plano para explicar a organização e as diversas áreas de atuação da empresa. Também decidiram que, em qualquer comunicação publicada, as siglas e acrônimos deveriam ser explicados.

7- Glossário
Como um passo importante para o ponto acima, eles criaram na intranet uma espécie de glossário da empresa. Esse seria um espaço vivo com o objetivo de ser alimentado regularmente. Eles disseram que estavam cogitando a hipótese de criar um wiki para esse glossário, onde todos os funcionários poderiam colaborar.

Enfim, gostei muito desse caso. Especialmente porque o time de comunicação interna não se satisfez com que o aprenderam da pesquisa. Eles foram muito além. Estou convencido que eles devem estar surpreendendo a empresa por conta de todas essas iniciativas. O fato é ainda muito recente.

Quem sabe no final do ano eu tenha um feedback?

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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Senso de Propriedade. Tão simples, tão difícil...

Texto publicado na CRN Brasil

Imagine o seguinte.
Você está caminhando num dos corredores da empresa onde trabalha, que normalmente é um lugar limpo e organizado; daí, você vê um papel de bala jogado no chão.
Pergunta: Você se agacha, pega o papel e joga no lixo? Você passa direto pensando que alguém da limpeza vai tratar disso mais tarde? Ou você nem liga, não dá a mínima, nem pensa nada?

Veja os dois casos que aconteceram comigo na semana passada.

Cena 1

O prédio onde eu trabalho, em São Paulo, tem duas recepções físicas diferentes, bem amplas e distantes entre si, permitindo que os visitantes cheguem e entrem por qualquer uma das duas portarias, conforme a conveniência de cada um.

Na quarta-feira passada, eu cheguei bem cedo ao trabalho, por volta das 7h15 da manhã. Ao chegar à portaria B, notei que havia um rapaz parado no balcão da recepção esperando para ser atendido. Parecia ser um visitante. No entanto, não havia recepcionista. A recepção, por algum motivo, estava vazia.

Daí, pensei: "Opa, pode ter uma boa história aí". Então, decidi sentar no sofá da portaria para ver o que iria acontecer. Pensei: "Vou tirar cinco minutos para aprender alguma coisa com essa situação".

Nos cinco minutos seguintes, eu contei 18 pessoas que passaram pela portaria. Todos eram funcionários que portavam seus crachás e passavam automaticamente pelas roletas. Mais ou menos metade deles olhou para a mesa da recepção e para o visitante "abandonado", com o umbigo encostado no balcão, aparentemente sem saber o que fazer. Todos viram a situação e seguiram em frente, sem mudar a direção. Sabe aquele lance em que você vê uma situação, olha para ela e continua andando sem desviar um milímetro de sua caminhada? O máximo que faz é virar a cabeça.

Ninguém deu "bom dia".

Enfim, foi isso o que aconteceu. Findo o meu experimento incidental, eu fui lá falar com o visitante. Descobri que ele era um funcionário novo que havia esquecido o crachá e não conseguia entrar no prédio. Aquele era o seu segundo dia de trabalho. Ele estava meio perdido. Ajudei ele a entrar, levei-o para a outra portaria, onde foi feito um crachá provisório. Procurei a segurança do edifício, expliquei que a recepção B estava sem ninguém e fui informado de que deveria ter uma recepcionista a partir das sete da manhã naquele local. A segurança, que por algum motivo ainda não sabia do problema, criou uma solução provisória e, em três minutos, o caso estava resolvido. A portaria B havia voltado a ficar operacional.

CENA 2

No mesmo dia, no meio da tarde, eu chego num determinado andar do prédio e vejo a secretária ajeitando um quadro na parede. Alguns metros atrás, eu vejo um outro funcionário olhando e ajudando a secretária na tarefa. Ela fala: "E agora? Ficou bom? Eu vou chamar o pessoal da manutenção de novo. A gente ajeita o quadro e ele volta a ficar torto". Em resumo, eram apenas duas pessoas ajeitando um quadro grande na parede.

Por que contei essas histórias? O que existe de interessante em casos aparentemente corriqueiros como estes?

A resposta é simples: de maneira geral, em quase todas as empresas, é fundamental desenvolver o "senso de propriedade" nos funcionários. Infelizmente, a maioria deles não se sente responsável pelo dia a dia da empresa, não tem uma sensação genuína de pertencimento e não se vê como co-responsável no estabelecimento do clima interno.

Podemos dizer que o "senso de propriedade" é oriundo da combinação de três sentimentos: orgulho, pertencimento e realização. É essa trinca que dá o click no funcionário quando ele vê o carpete solto no corredor da empresa e chama a manutenção para consertar, que liga para o departamento de Compras e sugere um fornecedor que parece apropriado para a empresa, que ajeita um quadro torto na parede ou que olha um visitante "perdido" na recepção e vai lá ajudá-lo. É com esse comportamento que se constrói uma comunidade. Esse é o primeiro passo para ter colaboradores mais comprometidos e engajados pelas causas da empresa. Todos têm que sentir que fazem parte de um todo e que as suas pequenas ações somadas é que fazem a diferença.

Infelizmente, na maioria das vezes, os funcionários imaginam que alguém vai resolver o problema. Em vez de tomarem a iniciativa, eles assumem que não é responsabilidade deles agir nas pequenas coisas ou causas, muitas vezes até reclamam para os colegas nos corredores, colocando-se no papel de críticos e rabugentos.

Enfim, esse é um desafio e tanto para as empresas. As pessoas estão mais individualistas e a nova geração não enxerga mais o trabalho como as gerações anteriores. Tudo é mais corrido, imediatista e passageiro. Estamos com menos tempo para enxergar os detalhes e para gastar energia com coisas "menos" importantes. Cabe aos gerentes o papel de reconhecer esses pequenos gestos e perceber os colaboradores que realmente colaboram. Criar esse clima de camaradagem e contribuição é muito saudável e os gerentes desempenham papel importante nisso.

Mas criar senso de propriedade também exige algumas contrapartidas da empresa. Ela tem que ser mais transparente, reconhecer suas limitações, criar canais de diálogo com os funcionários, falar de suas fraquezas e deficiências, se comprometer com melhorias e aceitar críticas e sugestões de maneira natural. Essa relação franca e aberta é que vai criar a base para os funcionários serem mais participativos e co-responsáveis. Os funcionários têm que se sentir "proprietários" do local onde trabalham.

Será que as mídias sociais ajudam?

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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pesquisa: 50% das pessoas usam notebook enquanto assistem TV

Em abril desse ano a Accenture publicou uma pesquisa chamada "Consumers of all ages are going over-the-top - Results of the 2011 Video-Over-Internet Consumer Usage Survey". Guardei o documento para estudá-lo e somente agora decidi escrever a respeito.

Antes de mais nada, esqueça o press-release e as matérias publicadas na web. Entre AQUI para acessar o PDF da pesquisa. É nesse documento que você encontrará detalhes importantes. É aí que os profissionais da área de marketing e comunicação devem investir tempo.

O estudo sinaliza tendências no modo como o consumidor "consome" vídeos e assiste TV. Têm muita coisa mudando. Tem um elefante passando no meio do campo fértil do mercado publicitário... e pisando na graminha.

Foram mais de 6.500 pessoas pesquisadas nas principais regiões do mundo, como USA, UK, Austrália, Alemanha, Itália, Espanha e Brasil. O resultado mostrou que a grande maioria dos entrevistados, em todas as regiões, já estão acessando e interagindo com vídeos em seus computadores (sejam eles notebooks ou desktops), TV ligadas à internet, smartphones, tablets, etc. E não é coisa da geração Y não. A pesquisa mostra que o fenômeno ocorre em todas as idades. Todas mesmo!

E o Brasil? Como fica o Brasil na pesquisa?
Vale a pena passar os olhos no estudo somente para analisar os gráficos e ver onde se posiciona o nosso país. Definitivamente o nosso povo é o que mais assiste vídeos e TV na internet. O Brasil deveria ser um laboratório e tanto para os publicitários de todo o mundo.

A pesquisa afirma que 81% das pessoas manuseiam algum equipamento enquanto assistem TV. Essa atividade multi-tarefa fica ainda mais intensa durante os tradicionais comerciais de 30 segundos.

Quase 50% das pessoas usam um notebook enquanto assistem TV,
41% estão com um equipamento móvel nas mãos, como um smartphone por exemplo, e 28% estão usando um desktop.

A fartura de conteúdo interessante que temos em nossas mãos (via gadgets e computadores ligados à web) está mudando radicalmente o nosso comportamento diante da TV. Não existe mais a possibilidade de resgatarmos a imagem da família reunida, sentada no sofá, assistindo e consumindo TV. Já era...

Aproximadamente 1/3 dos entrevistados disseram que lêem livros ou jornais enquanto assistem TV.

Os publicitários precisam colocar a barba de molho. Estamos nos tornando cada vez mais seres multitarefa.

O documento evidencia que as pessoas já estão prontas e desejam consumir vídeos em múltiplos dispositivos. Algo muito além da simples replicação da TV tradicional num smartphone ou na tela do notebook. As pessoas querem novas experiências no consumo de vídeo, com conteúdos diferenciados, de alta qualidade, com personalização de serviço, com interatividade e conveniência. As empresas precisam entender e abraçar esse novo comportamento de consumo. O meio publicitário passará por grandes transformações nos próximos anos e precisará incorporar cada vez mais uma expressão que li ao longo do documento: "Content is king".

Não deixe de ver essa pesquisa. É bem interessante.
Se estiver com preguiça vá AQUI nesse bom resumo feito pelo Convergência Digital ou no press-release publicado. Mas nada é melhor do que ver o PDF.

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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Personal Email Killer

Vai surgir uma nova profissão num futuro próximo: o Personal Email Killer, conhecido como PE Killer.

O PE Killer vai ser uma espécie de diarista. Você o contrata e entrega aos seus cuidados a sua caixa de entrada de emails. Ele vai analisá-la, deletar tudo o que não interessa, responder o que for possível com o Personal Respondeitor Tabajara, e deixar o que realmente interessa separadinho para você.

E aí? Alguém topa?
Que tal 80 reais a diária?

O Personal Respondeitor Tabajara será um sistema inteligente. Ele será capaz de ler automaticamente os emails e, imediatamente, respondê-los com respostas como:
"De acordo"; "Parabéns"; "Excelente"; "Vou pensar e volto depois"; e mil outras opções de respostas.

E ainda vai conseguir combinar expressões fazendo frases como: "Parabéns! Excelente".

E construirá frases ainda mais complexas: "Excelente! Parabéns! Volto depois".

Seus problemas realmente acabarão. E os meus, também.

Infelizmente, não dá mais para encarar os emails. Não é por acaso que a geração mais jovem trata o email como uma coisa arcaica e ultrapassada. Mas não é só isso, o desperdício dentro das empresas é enorme. Os funcionários enviam emails copiando um monte de gente, anexam arquivos pesados, todo mundo guarda tais emails para futuras consultas exigindo computadores mais potentes, mais memória, mais discos para arquivamento e redes de comunicação mais parrudas, numa espiral crescente que parece ser interminável.

No momento em que escrevo esse post, eu tenho 3.498 emails não lidos na minha caixa de entrada. E não consigo enxergar uma solução para o meu dilema. Até porque não dá para ficar fora das novas mídias que estão mudando a nossa forma de trabalhar e viver.

Normalmente, eu recebo algo entre 200 a 300 emails por dia.
1/3 disso é lixo. Coisas que realmente não me interessam ou não têm importância. Posso apagar sem ler e sem remorso. :)
1/3 é muito importante e eu tenho que ter a sabedoria de garimpar esses emails que muitas vezes exigem resposta e ação imediata.
1/3 tem alguma relevância. São importantes para meu conhecimento e eventual ação. Na maioria deles, eu sou copiado. Eu posso ler depois.

Até algum tempo atrás, eu sofria muito tentando gerenciar a caixa de entrada. Um verdadeiro fardo. Hoje, apesar de continuar sendo um problema, eu já aceitei que esse é um desafio insolúvel. Portanto, nada mais natural do que contratar um PE Killer.

E você? Como enfrenta esse dilema?

Só não vale comentar no meu blog usando o Personal Blog Comenteitor Tabajara.

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