terça-feira, 30 de novembro de 2010

Os executivos não blogam porque eles têm coisas mais importantes para fazer

Texto publicado no Nós da Comunicação.

Uma pesquisa no ano passado, publicado pelo site UBERCEO, mostrou que os executivos realmente estão distantes das redes sociais, e os principais motivos são os riscos que as redes podem trazer para a reputação da empresa, pelo vazamento de informações estratégicas, pela falta de conhecimento em como lidar com as redes e pela paranoica percepção de que o acesso livre às redes gera improdutividade do funcionário.

Uma pesquisa feita por mim junto a CEOs de algumas empresas, recentemente, apontou dez motivos por que os executivos não blogam.

Sabendo que sou estudioso do tema redes sociais nas empresas, muitos colegas me perguntam qual é a minha visão pessoal a respeito dos executivos não blogarem. Pois bem, eu tenho uma visão bem simplista a este tema e desculpe se ela vai decepcionar você. Os executivos não blogam porque eles têm coisas mais importantes para fazer. Tão simples quanto isso.

Imagine a situação de um executivo que está assoberbado de tarefas e, de repente, chega uma tuitada dizendo que o banheiro do terceiro andar está sujo e que isso é um absurdo, que a empresa deveria se preocupar mais com o banheiro dos funcionários, e blá, blá, blá. O que o executivo deve fazer? Ele deve parar o projeto estratégico da empresa de ‘transformar o mundo’ e cuidar de chamar alguém para limpar o banheiro ou... ele não deve dar ouvidos para aquele funcionário chato que resolveu reclamar do banheiro com o cara errado?

Os executivos, especialmente os presidentes, estão focados em cumprir os objetivos assumidos com a empresa e seus investidores, em criar relações sadias e duradouras com a sociedade, em atender e surpreender seus clientes, etc etc. As metas são desafiadoras e os planos arrojados, quase impossíveis. Colocando tudo isso na balança, fica quase evidente que blogar não parece algo tão prioritário assim. Ahhh, soma-se a isso o velho dilema da falta de tempo, que é algo real... e vai sempre piorar.

Investir num blog só vale a pena para alguém que tenha realmente o que falar. Se o executivo precisa falar com diversos públicos e identifica um blog como um canal adequado, então é hora de ir a luta e investir num projeto desse tipo.

Tenho que reconhecer que blogs e redes sociais têm um enorme poder de causar distração, de tirar você do foco. Analise você mesmo ao navegar na internet. Você começa por um caminho e, em menos de 10 minutos, você já está navegando por outros mares, vendo e fazendo outras coisas que não pensou inicialmente. Aplique este mesmo conceito na vida de um executivo e você verá o poder de destruição que isto pode causar em sua agenda de prioridades. No fundo, no fundo, blogar é uma delícia, mas a obrigatoriedade de blogar é um saco... e a obrigatoriedade de blogar ‘certo’ é pior ainda.

Tudo isso é uma pena. Eu acho que um blog seria um espaço perfeito para os executivos falarem o que pensam. Atualmente os CEOs são muito controlados para falar publicamente. Qualquer coisa impacta as ações na bolsa, os clientes, os funcionários e a sociedade. Eu, confesso, faço parte da turma que coordena relações públicas numa grande empresa e ajudo na construção desta percepção a respeito dos CEOs. Isso tudo transforma os comandantes das empresas em seres arredios a emitir opinião própria, especialmente as negativas e polêmicas, eles quase sempre seguem a visão da empresa a respeito de determinado assunto.

Seria maravilhoso para sociedade ver os executivos contribuindo para a blogosfera. São pessoas mais experientes, com muito conteúdo, que contribuiriam para uma discussão melhor e mais rica. Infelizmente a internet está abarrotada de pessoas que contribuem pouco, a maioria participa de forma muito superficial. Como diz a Lucy Kellaway, colunista do ‘Financial Times’: "a maioria das pessoas entra na internet para esculhambar algo ou alguém, é um grande passatempo global".

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

10 motivos por que os executivos não blogam

A Época Negócios deste mês publica uma colaboração minha. A matéria "Cadê seu blog, presidente?" tem origem numa pesquisa que eu fiz. Perguntei a dez executivos, de diferentes empresas, o motivo deles não terem blogs ou não participarem ativamente das redes sociais. As respostas não me surpreenderam, mas fiquei incomodado com elas.

Aí vai: Por que você não bloga?

1- FALTA DE TEMPO
A maioria alega falta de tempo. Todos eles afirmaram que os blogs e as redes sociais significam relacionamento, portanto dedicar tempo é pré-requisito fundamental. Eles acham que se o blog for bem, existe o risco deles precisarem de cada vez mais tempo para manter o diálogo. Ficou claro que a falta de tempo é uma síndrome de todos os executivos.

2- MEDO DE ENTRAR EM DISCUSSÕES POLÊMICAS
A maioria acha que os funcionários usarão a rede social interna de empresa para reclamar de alguma coisa da empresa ou do ambiente de trabalho: salário, benefícios, clima, instalações, etc. Ou seja, existe a percepção de que os funcionários tratarão a rede social como um canal de críticas e registro de insatisfação. Eu, particularmente, não acredito nisso. Existem pesquisas que mostram que a maioria dos funcionários nas empresas usam os blogs e redes como via para colaborações construtivas e positivas. Afinal, ao se identificar com seu nome e senha para comentar numa rede ou blog, o funcionário estará se expondo para toda a empresa, e ele vai querer aparecer bonito na foto, né? Já nas redes sociais externas, para clientes, existe o conceito de que os clientes usarão este canal para fazer reclamações e como complemento aos canais tradicionais de atendimento ao cliente.

3- PERCEPÇÃO DE QUE NÃO É RELEVANTE
Existe um sentimento de que as discussões nas redes sociais poderão não ser interessantes, e isto reforça o conceito da falta de tempo. Afinal, por que alguém vai investir tempo em algo que não julga relevante? A maioria acha que os assuntos serão fúteis. Este é um equívoco, pois um dos maiores benefícios das redes sociais é evidenciar os assuntos que interessam à comunidade. Na verdade, o conceito é exatamente o oposto do que os executivos disseram, ou seja, os executivos deveriam usar as redes sociais para descobrir e entender os principais temas que preocupam a comunidade e trabalhar neles.

4- INSEGURANÇA DE ATÉ ONDE VAI A CONVERSA
Este é um conceito interessante. Alguns executivos sentem medo de uma conversa sem fim. É como se um determinado assunto começasse a ser discutido e os posts/comentários subsequentes levassem a conversa para um patamar exageradamente específico e desinteressante, quase pessoal. É como se a rede social fosse usada para discutir/evoluir a respeito de uma situação individual, que seria desinteressante para a comunidade como um todo. Ou seja, existe uma insegurança de quando terminar a conversa sobre algo.

5- INSEGURANÇA PARA ESCREVER
Alguns poucos me disseram que se sentem inseguros para escrever e alegaram falta de fluência na escrita. Usaram a expressão "eu estou enferrujado". Outros me disseram que gostariam da ajuda de alguém para escrever no blog ou rede por eles, mas sempre sob sua supervisão e orientação.

6- RISCO DE IMAGEM
Este foi um ponto citado por alguns, mas não senti que é um grave problema. Existe uma insegurança de que muitos funcionários falando sobre a empresa poderão causar problemas de imagem, especialmente porque dará visibilidade de algumas situações negativas que podem estar confinadas a algum departamento ou setor da empresa, e que numa rede social teriam ampla divulgação e/ou debate. A preocupação aumenta se imaginarmos uma rede social ou blog externo.

7- VAZAMENTO DE INFORMAÇÃO
Esta é uma preocupação geral, mas notei que ela é mais evidente nas empresas onde não existe a cultura de "proteção à informação". Os executivos que trabalham nas empresas onde os funcionários já são treinados e têm consciência do que é informação, se mostraram bem mais relaxados com este tipo de preocupação.

8- MEDO DE DIZER QUE NÃO DEU CERTO
Este é um conceito interessante. O maior problema de um blog é que ele é um passo de difícil retorno. Se o blog der certo, a tendência é ele consumir cada vez mais tempo e atenção, ocupando mais espaço na agenda do executivo (e este é um temor já descrito no primeiro item). Se o blog der errado, o executivo vai se expor e terá de reconhecer que errou em alguma coisa. Ou seja, o lançamento de um blog sempre tem seu preço, mas o medo de fracassar aterroriza os executivos. Já imaginou ter de reconhecer de que não foi capaz de estabelecer e sustentar um diálogo com a comunidade?

9- IMAGEM PERANTE OS COLEGAS EXECUTIVOS
Este é um feedback inesperado. Acredite se quiser, mas existe ainda entre os executivos a imagem de que ter um blog é para quem tem tempo sobrando, para quem está mais à vontade para navegar pelas redes sociais. E esta não é uma imagem que os executivos desejam demonstrar para os seus outros colegas executivos, né? Eles têm que se mostrar bastante atarefados, angustiados e apressados. Um dos executivos me contou que lançou um blog pessoal no passado, ao contar para o chefe, a resposta dele foi: "que bom que você tem tempo para isso".

10- A COMUNIDADE NÃO ESTÁ PREPARADA
De maneira geral, os executivos alegam que a comunidade com que desejam interagir não está preparada para usar as mídias sociais de maneira adequada. Os motivos são alguns dos citados nos itens anteriores. A surpresa aqui é que eles "jogam a culpa" nos outros, esquecendo que eles próprios parecem também não estar preparados para o mundo das redes, conforme evidenciado em alguns medos já descritos acima. Daí eles alegam que precisam esperar um pouco mais.

Apesar de algumas preocupações exageradas e o tradicional receio de entrar em algo novo, eu adorei descobrir que ninguém citou a velha questão da perda de produtividade. Isso foi muito bom. O mito da perda de produtividade é algo que sempre me incomoda. Outra coisa boa é que todos falaram que está cada vez mais impossível não ter um blog ou negligenciar as redes sociais. Foi bom saber que eles estão incomodados com a distância das redes. Enfim, todos têm que consciência que terão que entrar nas redes em breve.

Se eu tivesse que resumir todo o texto acima em poucas palavras, eu diria que os executivos não blogam por 2 motivos básicos:
1- Porque acham que vão perder tempo;
2- Porque têm medo do diálogo.

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sábado, 20 de novembro de 2010

As gerações no mercado de trabalho

Na semana passada, o Jornal da Globo apresentou uma série especial sobre as gerações no mercado de trabalho. É um dos melhores materiais que já assisti a respeito dos Baby Boomers e das gerações X e Y no trabalho. A matéria também fala sobre a geração Z, a geração mais nova que estará chegando no ambiente de trabalho em pouco tempo. Aí o bicho vai pegar ainda mais!!! :)
A série nos brinda com entrevistas de Eline Kullock, Mário Sérgio Cortella e outros profissionais. Vale a pena assistir e indicar para os amigos e colegas que estudam o tema. Muito rico. Veja abaixo os 5 filmes que compõe a série.

Parte 1


Parte 2


Parte 3


Parte 4


Parte 5


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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Estudante de Direito faz um melê no twitter, é demitida e responderá por crime de racismo

Eu poderia montar um blog só relatando casos de uso inapropriado de redes sociais. O número é enorme e crescente, mas existem alguns casos realmente emblemáticos, como por exemplo a história abaixo, que foi noticiada largamente nas duas últimas semanas.

No domingo das eleições no Brasil, o twitter foi inundado de mensagens agressivas contra pessoas de origem nordestina. Foram manifestações de ironia, preconceito, ódio e depreciação explícita, muito deprimente mesmo. O pano de fundo era o forte apoio da região nordeste à candidata Dilma para presidente. Aparentemente, a maioria das mensagens eram de pessoas do "sudeste-sul maravilha" que criaram uma espécie de corrente no twitter.

Nesta enxurrada de mensagens no twitter, alguns nomes se destacaram negativamente (esse é o lado bom e perverso das redes sociais, elas deixam nomes, rastros, dia e hora... prá sempre!!), entre eles o nome de Mayara Petruso. Foram várias mensagens agressivas publicadas no twitter, como por exemplo:

"AFUNDA BRASIL. Deem direito de votos pros nordestinos e afundem o país de quem trabalhava pra sustentar os vagabundos que fazem filho para ganhar o bolsa 171".

"Nordestino não é gente. Faça um favor a Sp, mate um nordestino afogado!"


A percepção é que os posts de Mayara Petruso foram o estopim de tudo. Dias depois do fato, os jornais divulgaram que o escritório de advocacia onde ela estagiava enviou uma nota para imprensa comunicando que "a estudante não fazia mais parte dos quadros do escritório" e expressando indignação pela atitude dela. O irmão de Mayara publicou uma carta aberta pedindo compreensão e desculpas. O pai da estudante também falou aos jornais sobre o episódio. Enfim, foi um melê só. Experimenta digitar o nome dela no google e veja o resultado.

A Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco (PAB-PE) entrou com uma notícia crime contra Mayara. A princípio ela poderá ser acusada de dois crimes: crime de racismo e de incitação ao homicídio. São penas de anos de prisão mais pagamento de multa. O caso ocupou os jornais do país e a notícia foi publicada em alguns veículos do exterior.

A mesma punição aplicada à estudante poderá ser aplicada a todos aqueles que publicaram frases preconceituosas, inclusive os nordestinos que, para se defender, publicaram e ainda publicam mensagens de ódio regional. A Procuradoria Regional da República de São Paulo quer punir pessoas para servir como exemplo.

Esta situação se junta a tantas outras que poderão contribuir para o fim da percepção que a internet é um território livre, onde qualquer um escreve o que bem entende, publicando calúnias e ficando isento de punições ou sanções de qualquer espécie. Já existem muitos exemplos mostrando que esse contexto está mudando. No caso de Mayara, ela poderá nem mais se formar no seu curso de direito, perdeu o emprego e teve seu nome publicamente conectado a um episódio lamentável. Só isso já seria uma "bela" punição, mas ela poderá passar algum tempo na prisão também.

O mais incrível na análise desses casos é que eles acontecem com pessoas esclarecidas. Tal qual o caso do diretor de marketing que foi demitido por uso inadequado do twitter, este caso é de uma estudante direito. Parece incrível, e é mesmo. Ela foi imprudente, emocional e incoveniente, tudo que um pretendente à cadeira de advogado não deveria ser. Juro que sinto vergonha e tristeza em ver cidadãos gastando tempo na web neste tipo de ação. Em resumo, trata-se de mais um caso na rota de amadurecimento das redes sociais.
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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Foto no Facebook provoca demissão de funcionário na Austrália

Um homem na Austrália, que tomou dois dias de licença médica, foi demitido de seu emprego depois que seu empregador viu uma foto dele numa festa no Facebook. O ex-funcionário ainda buscou um atestado médico para tentar rever o caso, mas foi em vão. Ele foi ao FWA - Fair Work Australia (uma espécie de Tribunal de Relações Trabalhistas do país) - para tentar apelar contra a sua demissão, mas o tribunal afirmou que existiam "claras evidências" da conduta negativa do rapaz.

Existem, pelo menos, cinco casos registrados na FWA onde funcionários foram demitidos por conta de evidências no Facebook. É bem possível que existam mais casos que não foram registrados na FWA. Segundo declaração de autoridade da FWA, cada vez mais é maior o número de trabalhadores reclamando de seus empregadores nos sites de redes sociais. O problema é que o Facebook é uma plataforma pública e muitas vezes os trabalhadores se equivocam em suas colocações e acabam se expondo de maneira inadequada.

A mesma autoridade afirma que posts no Facebook, mesmo que realizados fora do horário de trabalho, ainda estarão lá no dia seguinte quando o trabalho recomeça. E termina dizendo: "Seria insensato os funcionários pensarem que podem dizer o que quiserem em sua página de Facebook com imunidade total de todas as consequências". Veja AQUI a história publicada em um dos jornais locais.

Este é mais um caso que pode ser incluído no capítulo "Use as Redes Sociais com moderação. A vítima pode ser você". Aliás, eu já publiquei várias histórias aqui neste blog. Eis algumas para recordar:
Ex-funcionária sofre ação judicial por sua atuação em rede social
Mulher canadense tem benefício da seguradora suspenso devido a fotos no Facebook
Justiça condena dono de blog por comentário de internauta
Diretor de empresa faz comentário inapropriado no twitter e é demitido

Por outro lado, um caso recente mostra que o assunto é polêmico e pode ser analisado por prismas diferentes. Uma empresa americana está sendo acusada de demitir ilegalmente uma funcionária por ter criticado o chefe no Facebook. O Conselho Nacional de Relações Trabalhistas, uma agência federal americana, afirma que os empregados tem direito de conversar sobre as condições de trabalho, seja no bebedouro ou no Facebook". Ou seja, segundo a agência, um trabalhador não pode ser demitido por externar uma opinião no Facebook. Veja mais detalhes do caso AQUI.

O fato é que este cenário turbulento sustenta o resultado de uma pesquisa que apontou que 17% das empresas americanas já puniram empregados por violação das políticas de uso de blogs no trabalho e 9% reportaram que demitiram empregados por tal violação. O risco é estes índices aumentarem. Como já escrevi em outras vezes, minha percepção é que parte do problema vem das próprias empresas. Muitas delas se aventuram nas redes sociais e lançam blogs sem uma preparação adequada.

Enfim, este é um processo de aprendizado. Ainda estamos só no comecinho...



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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

We All Want to Be Young - Um Filme Emocionante sobre a Geração Y

Relaxe, se esparrame na poltrona e separe 10 minutos do seu tempo para assistir o melhor filme sobre a Geração Y. Segundo o que apurei na web, o filme "We All Want to Be Young" foi realizado pela BOX1824, uma empresa brasileira especializada em pesquisas. É um filme apaixonado sobre a nova geração. Emociona mesmo. Imperdível do início ao fim.

O filme termina com uma frase mágica: "Entender a evolução do mundo é uma busca que pode nos manter jovens para sempre".



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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Apenas 7% das empresas consideram que as mídias sociais são imprescindíveis

Veja que interessante, o Instituto Brasileiro de Inteligência de Mercado (Ibramerc) divulgou uma pesquisa indicando que 65% das empresas brasileiras já estão presentes nas redes sociais. Apesar deste número significativo, apenas 7% das empresas consideram que utilizar redes sociais seja algo realmente imprescindível. A maior parte delas encara apenas como uma iniciativa desejável (48%).

A ironia é que o meu post anterior cita uma pesquisa que afirma que "70% dos clientes querem acessar as empresas via mídia social". Ou seja, temos aí um problema. Os clientes querem muito conversar através das redes sociais, mas as empresas encaram tais ferramentas como algo complementar, não importante e não relevante para seus negócios e relacionamento com os clientes. Tem ruído na linha...

A pesquisa foi feita com 251 empresas.
25% das empresas têm, pelo menos, um funcionário dedicado para cuidar das redes sociais. Já em 42% delas não há nenhum funcionário fazendo exclusivamente esse trabalho, neste caso as redes são atualizadas e monitoradas de forma compartilhada.

A pesquisa reforçou uma tendência já identificada em outros estudos que afirma que o Twitter vem se tornando a principal ferramenta de rede social das empresas, não só pela velocidade, mas principalmente pela facilidade de atualização. O Ibramerc afirma que as redes sociais de maior destaque entre as empresas são Twitter (84%), YouTube (62%) e Facebook (61%).

Tem um dado que me surpreendeu.
44% dos pesquisados alegaram que as redes sociais ainda não trouxeram nenhum benefício para a empresa. Caramba! Este número é alto. Já 45% disseram que o fortalecimento da marca é o maior benefício.

Das empresas pesquisadas, 46% usam as redes para monitorar o mercado, 45% para acompanhar o comportamento dos clientes e 39% para monitorar a concorrência.

A conclusão evidente é que as empresas estão ainda experimentando e conhecendo esta nova plataforma de se relacionar com a sociedade e seus clientes. O problema é que os clientes não querem esperar.

Acesse AQUI o comunicado do Ibramerc.

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domingo, 7 de novembro de 2010

70% dos clientes querem acessar as empresas via mídia social

O estudo encomendado pela Siemens Enterprise chamado "Social Media Means Serious Business" é relevador e tem uma mensagem clara: as empresas ainda não entenderam o potencial de oportunidades que as mídias sociais podem oferecer para os negócios e no relacionamento com os clientes.

O estudo foi realizado pelo Yankee Group e publicado em julho de 2010. Foram 750 entrevistas online com consumidores e empregados para identificar suas opiniões e necessidades em relação ao uso de mídia social e suas interações com as empresas. A pesquisa é bem recente e foi feita entre março e abril de 2010. Recomendo a leitura do documento por inteiro, ele é repleto de números e avaliações interessantes. Este é daqueles que vale a pena imprimir para ler com calma e... guardar.

O estudo mostra que os clientes desejam interagir com as empresas através das mídias sociais. A satisfação dos consumidores em suas interações com as empresas é de apenas 65%, ou seja, existe uma grande oportunidade para melhorar este índice. Afinal, não é novidade que os contact centers das empresas provocam verdadeiros arrepios em seus clientes, né?

Eis alguns "findings" interessantes do estudo:

70% dos consumidores entrevistados gostariam de ter acesso a especialistas e suporte via canais de mídia social. E não é só isso, ele dizem que confiam nas informações que recebem das empresas por meio destas plataformas.

58% deles dizem que uma comunicação regular da empresa via mídia social aumentaria a confiança que eles têm na companhia.

50% dos entrevistados utilizam a mídia social diariamente ou várias vezes ao dia.

80% acham importante que as empresas monitorem as mídias sociais para descobrir o que os clientes estão falando, e 75% afirmam que elas deveriam ver especificamente os comentários postados pelos indivíduos. Ou seja, o pessoal está dizendo para as empresas: É para fazer pente fino mesmo!!

Aproximadamente 70% dos funcionários dizem que necessitam de melhores ferramentas para rastrear e gerenciar a mídia social para os negócios. Eles também gostariam de contar com a capacidade de iniciar uma sessão de webconference automaticamente a partir de um chat no trabalho e convidar contatos pessoais e profissionais para participar.

Não existem dúvidas que as mídias sociais têm enorme potencial para criar um novo perfil de relacionamento entre empresas e clientes. Porém, o estudo afirma que somente 30% das empresas estão preparadas para isso e lista uma série de complicadores.

É evidente que as empresas que saírem na frente vão conquistar clientes e credibilidade, principalmente entre a turma da geração Y que mostra clara preferência pelo uso das mídias sociais no ambiente de trabalho. Este é um desafio e tanto para as empresas!! Aliás, o estudo tem dados interessantes a respeito do perfil dos consumidores e trabalhadores da nova geração.

O conjunto da obra deste estudo permite muitas conclusões interessantes, mas destaco quatro:
1- Os clientes desejam que suas relações com as empresas melhorem e acham que as mídias sociais é um bom caminho para isso;
2- As empresas devem ver as mídias sociais como uma ferramenta para melhor servir ao cliente, não apenas vender... servir é bem diferente de vender;
3- A nova geração vem a galope, portanto atender as suas necessidades e desejos definirá o sucesso das empresas;
4- As empresas ainda não estão estruturadas para o mundo das redes sociais. Segundo o estudo, o maior desafio para as empresas é integrar essas ferramentas sociais aos seus contact centers.

Não deixe de acessar o estudo. Vale a pena mesmo. Acesse AQUI.



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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O avô, o neto e a máquina de escrever

Texto publicado no blog Foco em Gerações.

Eric olhou, olhou de novo, deu um passo pro lado para ver melhor, mas ele ainda não havia entendido para o que aquilo servia.

O avô exclamou:
– É uma máquina de escrever.

Escrever? Huuummmm, isso o Eric sabia. Ele tinha recém aprendido a ler e escrever. Olhou para aquilo e reconheceu as letras desenhadas nas teclas redondinhas.

Levantou o rosto e fitando o avô soltou:
– Parece um teclado, mas cadê a tela? Este computador tá quebrado?

O avô apenas sorriu e disse que aquilo não era um computador. Repetiu que era uma máquina de escrever. O semblante do neto não mudou. Ele ainda não entendia como aquilo funcionava, nem para que servia.

O avô pegou uma folha em branco e introduziu na máquina. Puxou uma pequena alavanca, colocou a folha no espaço correto, girou o rolo e voltou a alavanca para a posição original. Tudo isso acompanhado de uma série de barulhos mecânicos. O avô, então, apertou em sequência quatro teclas: E – R – I – C.

O barulho das batidas assustou o neto, que deu um passo para trás e exclamou:
– Vô, tá quebrado?

O avô riu. E mostrou no papel o nome do neto. Eric se aproximou e deu um sorriso:
– É meu nome!

O avô abraçou o neto e deu um beijo em sua testa. Eric, fazendo pouco caso do beijo do avô, perguntou:
– Vô, como faz?

O avô escreveu outras palavras para mostrar como fazer.

Eric então decidiu tentar. Mas, ao pressionar as teclas, sentido dificuldade, olhou para o avô:
– As teclas estão duras. Este computador tá quebrado.

O avô explicou que aquela era uma máquina mecânica, que tinha de fazer força, que quando ele apertava as teclas, aquilo nada mais era que uma alavanca. Eric não parecia muito interessado. O avô, então, chamou-o para ver atrás da máquina:
– Viu? Não tem fio ligado na tomada. Esta máquina é puramente mecânica.

A esta altura, Eric já havia descoberto a máquina e começara a escrever várias palavras. Sentia alguma dificuldade, pois as teclas continuavam duras, mas estava se divertindo. A diversão durou exatos 5 minutos. Eric se afastou da máquina e, virando-se para o avô, exclamou:
– Vô. Eu ainda não entendi direito para que serve, mas este computador tem uma coisa melhor do que o meu.

O avô chegou mais perto do neto, levantou os olhos por cima dos óculos, sorriu e perguntou:
– Diga então. O que você gostou na máquina?

E Eric respondeu:
– Olha só, a gente bate aqui e ele já imprime na impressora. E eu nem tenho impressora…

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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Histórias do Pimentel: Meu salário é uma M

Da série Histórias do Pimentel

Pimentel, presidente da XYZ, convocou uma reunião urgente com o gerente de comunicação e o gerente de RH da empresa.

Olhando firmemente para ambos, Pimentel falou:
-- Olha só, me disseram que existem funcionários falando sobre a empresa no Orkut, sem falar com a gente. É um absurdo.

O gerente de comunicação olhou com cara de interrogação. Pimentel continuou falando:
-- A secretária me disse que é uma comunidade chamada "Meu salário é uma M".

Cabral, o gerente de RH, respondeu:
-- Não tenho ideia, mas...

Pimentel interrompeu:
-- Parece que existem várias citações à nossa empresa, mas ninguém assina com o nome verdadeiro. Tem um que assina como Espoletinha, veja se pode.

O gerente de comunicação se pronunciou:
-- Eu não sabia disso, mas não podemos fazer nada...

Pimentel interrompeu mais uma vez:
-- Como não podemos fazer nada? Podemos sim e vamos fazer agora. Olha só, anota aí. A partir de agora estão todos proibidos de entrar nas redes sociais.

O gerente de comunicação olhou para seu colega de RH e exclamou, quase sussurrando:
-- Mas o acesso já é proibido dentro da empresa. Ninguém pode acessar o MSN, o twitter...

-- Mas quem disse que eu falei dentro da empresa? - falou Pimentel - Anota aí. Todos os funcionários estão proibidos de entrar nas redes sociais, em qualquer lugar, até em suas casas, para escrever qualquer coisa que fale de trabalho e da nossa empresa. É uma ordem. Assim ninguém mais vai falar da empresa, nem para o bem, nem para o mal. Pode soltar a comunicação.

O pobre do gerente se virou e disse:
-- Mas...

E Pimentel emendou:
-- E tem mais, quero que você coloque o seu pessoal vasculhando todas as redes sociais, todos os dias, para ver o que estão falando da XYZ. Vamos botar ordem na casa.

-- Mas...

-- Não acabei. E mande alguém tirar essa tal comunidade "Meu salário é uma M" do Orkut. E vem falar comigo se não deixarem tirar.

E dando as costas para os gerentes, exclamou baixinho:
-- O que seria da XYZ se não fosse eu...

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